1. Quando surgiram os medicamentos genéricos?
Os genéricos surgiram no mundo há mais de 40 anos. A indústria teve origem nos Estados Unidos, na década de 1960, por iniciativa do governo americano. Mas foi apenas em 1984 que os EUA definiram os critérios que seriam globalmente empregados no registro desses medicamentos. No Brasil, a Lei dos Genéricos (nº 9787), que institui a indústria nacional do segmento, data de 10 de fevereiro de 1999. Quatro anos depois de promulgada a lei, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró- Genéricos), os genéricos já abrangiam as principais classes terapêuticas, atendendo a mais de 60% das necessidades de prescrições médicas.
2. Quando um remédio passa a ter uma versão genérica no mercado?
O genérico entra em cena quando expira a patente de um determinado remédio, chamado de medicamento de referência ou de marca. Ao expirar a patente, o produto deixa de ter proteção e pode ser copiado pela concorrência. Como as patentes têm data de validade, as empresas do segmento de genéricos começam a trabalhar em seus lançamentos muito antes do fim das patentes. "Normalmente, nós precisamos de dois anos para desenvolver o medicamento genérico, período em que são realizados testes, pesquisas e registros", diz Odnir Finotti, presidente da Pró-Genéricos.
3. Qual a participação dos genéricos no mercado brasileiro?
Os genéricos correspondem hoje a cerca de 18% dos remédios comercializados no país, número que deve ser elevando nos próximos anos - com a entrada de mais drogas no mercado. Dentro do bolo financeiro, os medicamentos mordiscaram em 2008 uma fatia de 14,55% - ou 2 bilhões de dólares de um total de 14,669 bilhões. Os 82 fabricantes do país produzem mais de 2.600 medicamentos, capazes de fazer frente a 90% das doenças conhecidas.
4. Qual o desempenho desse segmento no setor farmacêutico?
Em 2008, o segmento cresceu 18,9%, superando a média do mercado farmacêutico, que aumentou 7,9%. Essa expansão resultou em uma venda total de 277,1 milhões de unidades. No primeiro trimestre de 2009, nova alta e um recorde em vendas em unidades. De janeiro a março, foram vendidas 71,2 milhões de unidades, 19,4% a mais que as 59,6 milhões comercializadas no mesmo intervalo de 2008.
5. Há vantagem em se adquirir um medicamento genérico?
Do ponto de vista da saúde, não há diferenças. O efeito de um genérico é bioequivalente ao do remédio em que ele se baseia. Financeiramente, porém, os genéricos podem ser um bom negócio. Por lei, custam 35% a menos do que os chamados medicamentos de referência. Pelos cálculos da Pró-Genéricos, em dez anos os brasileiros economizaram 10,5 bilhões de reais ao adquirir genéricos em vez de medicamentos de marca. Pode acontecer, contudo, de o genérico ficar mais caro, caso o fabricante do remédio-referência faça promoções para reconquistar mercado.
6. Por que os medicamentos genéricos são mais baratos?
Isso ocorre porque os custos de produção de genéricos são bem inferiores aos do desenvolvimento de um medicamento de marca - que é pioneiro. O processo de pesquisa para a fabricação de uma droga de referência pode consumir muitos anos, além de milhões e até bilhões de dólares. Isso inclui testes clínicos caros para garantir a segurança e a eficácia do produto. Depois, é necessário investir em marketing com o público, as farmácias, os convênios médicos e os profissionais da saúde. Assim, o custo total envolvido no lançamento de um remédio de marca pode chegar a bilhões de dólares. Para a produção do genérico, as etapas são bem mais simples, uma vez que a fórmula do remédio já é conhecida.
7. Por que muitos continuam usando os remédios de marca?
Basicamente, pelo marketing da indústria farmacêutica, que consegue convencer o paciente a adquirir o produto de marca. Além disso, se um paciente finalmente encontrou um remédio que funciona para o seu caso, pode resistir a trocá-lo pela versão genérica, por medo de perder o efeito do medicamento - embora o genérico equivalha ao de referência. E há princípios inativos nas drogas genéricas que podem ser diferentes daqueles das drogas de marca. Eles não afetam a maneira como a droga funciona, mas podem alterar a aparência e o sabor, fazendo as pessoas pensarem que falta alguma coisa no remédio genérico.
8. O efeito é o mesmo que o do medicamento-referência?
Sim. Os genéricos têm uma série de requisitos para serem registrados. Esses requisitos fazem com que, do ponto de vista científico, o efeito medicinal se mantenha. A equivalência é comprovada por uma série de testes. O medicamento genérico também deve ser igual em termos de segurança, potência, via de administração (comprimido, líquido etc.), qualidade e desempenho, e ter a mesma indicação que o de marca.
9. O que falta para que a expansão dos genéricos se acentue?
Para que esses remédios ocupem um terreno maior no mercado brasileiro, como nos Estados Unidos, onde respondem por metade dos medicamentos consumidos, seriam necessárias várias medidas, de acordo com o presidente da Pró-Genéricos, Odnir Finotti. Entre elas, estariam a inclusão do genérico no sistema de reembolso dos planos de saúde e um maior esclarecimento sobre o tema. "O genérico entra em todas as classes sociais, mas seu consumo cresce entras as pessoas mais bem informadas", diz Finotti.
10. Para comprar um genérico, é preciso receita médica especial?
Não. O médico pode receitar um medicamento de marca e o consumidor, no balcão da farmácia, substituí-lo pelo genérico respectivo. Muitas vezes, o vendedor ajuda, informando ao cliente que existe uma alternativa genérica àquele remédio que ele procura. O médico pode, no entanto, barrar a compra de um genérico, vetando expressamente na receita a substituição do remédio de marca por um equivalente sem marca. Mas acredita-se que cerca de metade das receitas são preenchidas com um equivalente genérico de um remédio de marca.
11. Que genéricos são esperados para os próximos anos?
Até 2012, devem chegar ao mercado, entre outros, o genérico do Viagra, usado no tratamento da disfunção erétil, e o do Lipitor, medicamento contra o colesterol que é um dos produtos farmacêuticos mais vendidos no mundo, com somas globais de 13 bilhões de dólares. Também são aguardados genéricos para asma e para doenças respiratórias como rinite alérgica - sprays e aerossóis nasais.
12. A produção de genéricos é feita apenas pela iniciativa privada?
Não. Em 1º de julho de 2009, foi inaugurada a primeira fábrica pública de medicamentos genéricos do Brasil, da Fundação para o Remédio Popular (Furp), na cidade de Américo Brasiliense, região de Ribeirão Preto, interior paulista. O estado de São Paulo já investiu cerca de 190 milhões de reais em toda a estrutura da fábrica, valor que deverá subir a 240 milhões com o restante do projeto, até o final de 2010. A unidade só deve produzir comercialmente a partir de 2011.
13. Medicamento similar e remédio genérico são a mesma coisa?
Não. Os medicamentos similares, assim como os genéricos, têm o mesmo princípio ativo do medicamento de referência, mas no registro dos similares não são exigidos os testes de bioequivalência que são requisito ao registro dos genéricos. O teste de bioequivalência, realizado obrigatoriamente com os medicamentos genéricos, garante que seus efeitos no organismo são exatamente iguais aos dos medicamentos correspondentes, assegurando, portanto, a intercambialidade do genérico com o medicamento de referência. A informação mais simples e mais importante para acabar com qualquer dúvida está na embalagem: todo genérico possui uma tarja amarela, contendo uma grande letra "G" e a inscrição "Medicamento Genérico". Nenhum similar tem esta inscrição.
Os genéricos surgiram no mundo há mais de 40 anos. A indústria teve origem nos Estados Unidos, na década de 1960, por iniciativa do governo americano. Mas foi apenas em 1984 que os EUA definiram os critérios que seriam globalmente empregados no registro desses medicamentos. No Brasil, a Lei dos Genéricos (nº 9787), que institui a indústria nacional do segmento, data de 10 de fevereiro de 1999. Quatro anos depois de promulgada a lei, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró- Genéricos), os genéricos já abrangiam as principais classes terapêuticas, atendendo a mais de 60% das necessidades de prescrições médicas.
2. Quando um remédio passa a ter uma versão genérica no mercado?
O genérico entra em cena quando expira a patente de um determinado remédio, chamado de medicamento de referência ou de marca. Ao expirar a patente, o produto deixa de ter proteção e pode ser copiado pela concorrência. Como as patentes têm data de validade, as empresas do segmento de genéricos começam a trabalhar em seus lançamentos muito antes do fim das patentes. "Normalmente, nós precisamos de dois anos para desenvolver o medicamento genérico, período em que são realizados testes, pesquisas e registros", diz Odnir Finotti, presidente da Pró-Genéricos.
3. Qual a participação dos genéricos no mercado brasileiro?
Os genéricos correspondem hoje a cerca de 18% dos remédios comercializados no país, número que deve ser elevando nos próximos anos - com a entrada de mais drogas no mercado. Dentro do bolo financeiro, os medicamentos mordiscaram em 2008 uma fatia de 14,55% - ou 2 bilhões de dólares de um total de 14,669 bilhões. Os 82 fabricantes do país produzem mais de 2.600 medicamentos, capazes de fazer frente a 90% das doenças conhecidas.
4. Qual o desempenho desse segmento no setor farmacêutico?
Em 2008, o segmento cresceu 18,9%, superando a média do mercado farmacêutico, que aumentou 7,9%. Essa expansão resultou em uma venda total de 277,1 milhões de unidades. No primeiro trimestre de 2009, nova alta e um recorde em vendas em unidades. De janeiro a março, foram vendidas 71,2 milhões de unidades, 19,4% a mais que as 59,6 milhões comercializadas no mesmo intervalo de 2008.
5. Há vantagem em se adquirir um medicamento genérico?
Do ponto de vista da saúde, não há diferenças. O efeito de um genérico é bioequivalente ao do remédio em que ele se baseia. Financeiramente, porém, os genéricos podem ser um bom negócio. Por lei, custam 35% a menos do que os chamados medicamentos de referência. Pelos cálculos da Pró-Genéricos, em dez anos os brasileiros economizaram 10,5 bilhões de reais ao adquirir genéricos em vez de medicamentos de marca. Pode acontecer, contudo, de o genérico ficar mais caro, caso o fabricante do remédio-referência faça promoções para reconquistar mercado.
6. Por que os medicamentos genéricos são mais baratos?
Isso ocorre porque os custos de produção de genéricos são bem inferiores aos do desenvolvimento de um medicamento de marca - que é pioneiro. O processo de pesquisa para a fabricação de uma droga de referência pode consumir muitos anos, além de milhões e até bilhões de dólares. Isso inclui testes clínicos caros para garantir a segurança e a eficácia do produto. Depois, é necessário investir em marketing com o público, as farmácias, os convênios médicos e os profissionais da saúde. Assim, o custo total envolvido no lançamento de um remédio de marca pode chegar a bilhões de dólares. Para a produção do genérico, as etapas são bem mais simples, uma vez que a fórmula do remédio já é conhecida.
7. Por que muitos continuam usando os remédios de marca?
Basicamente, pelo marketing da indústria farmacêutica, que consegue convencer o paciente a adquirir o produto de marca. Além disso, se um paciente finalmente encontrou um remédio que funciona para o seu caso, pode resistir a trocá-lo pela versão genérica, por medo de perder o efeito do medicamento - embora o genérico equivalha ao de referência. E há princípios inativos nas drogas genéricas que podem ser diferentes daqueles das drogas de marca. Eles não afetam a maneira como a droga funciona, mas podem alterar a aparência e o sabor, fazendo as pessoas pensarem que falta alguma coisa no remédio genérico.
8. O efeito é o mesmo que o do medicamento-referência?
Sim. Os genéricos têm uma série de requisitos para serem registrados. Esses requisitos fazem com que, do ponto de vista científico, o efeito medicinal se mantenha. A equivalência é comprovada por uma série de testes. O medicamento genérico também deve ser igual em termos de segurança, potência, via de administração (comprimido, líquido etc.), qualidade e desempenho, e ter a mesma indicação que o de marca.
9. O que falta para que a expansão dos genéricos se acentue?
Para que esses remédios ocupem um terreno maior no mercado brasileiro, como nos Estados Unidos, onde respondem por metade dos medicamentos consumidos, seriam necessárias várias medidas, de acordo com o presidente da Pró-Genéricos, Odnir Finotti. Entre elas, estariam a inclusão do genérico no sistema de reembolso dos planos de saúde e um maior esclarecimento sobre o tema. "O genérico entra em todas as classes sociais, mas seu consumo cresce entras as pessoas mais bem informadas", diz Finotti.
10. Para comprar um genérico, é preciso receita médica especial?
Não. O médico pode receitar um medicamento de marca e o consumidor, no balcão da farmácia, substituí-lo pelo genérico respectivo. Muitas vezes, o vendedor ajuda, informando ao cliente que existe uma alternativa genérica àquele remédio que ele procura. O médico pode, no entanto, barrar a compra de um genérico, vetando expressamente na receita a substituição do remédio de marca por um equivalente sem marca. Mas acredita-se que cerca de metade das receitas são preenchidas com um equivalente genérico de um remédio de marca.
11. Que genéricos são esperados para os próximos anos?
Até 2012, devem chegar ao mercado, entre outros, o genérico do Viagra, usado no tratamento da disfunção erétil, e o do Lipitor, medicamento contra o colesterol que é um dos produtos farmacêuticos mais vendidos no mundo, com somas globais de 13 bilhões de dólares. Também são aguardados genéricos para asma e para doenças respiratórias como rinite alérgica - sprays e aerossóis nasais.
12. A produção de genéricos é feita apenas pela iniciativa privada?
Não. Em 1º de julho de 2009, foi inaugurada a primeira fábrica pública de medicamentos genéricos do Brasil, da Fundação para o Remédio Popular (Furp), na cidade de Américo Brasiliense, região de Ribeirão Preto, interior paulista. O estado de São Paulo já investiu cerca de 190 milhões de reais em toda a estrutura da fábrica, valor que deverá subir a 240 milhões com o restante do projeto, até o final de 2010. A unidade só deve produzir comercialmente a partir de 2011.
13. Medicamento similar e remédio genérico são a mesma coisa?
Não. Os medicamentos similares, assim como os genéricos, têm o mesmo princípio ativo do medicamento de referência, mas no registro dos similares não são exigidos os testes de bioequivalência que são requisito ao registro dos genéricos. O teste de bioequivalência, realizado obrigatoriamente com os medicamentos genéricos, garante que seus efeitos no organismo são exatamente iguais aos dos medicamentos correspondentes, assegurando, portanto, a intercambialidade do genérico com o medicamento de referência. A informação mais simples e mais importante para acabar com qualquer dúvida está na embalagem: todo genérico possui uma tarja amarela, contendo uma grande letra "G" e a inscrição "Medicamento Genérico". Nenhum similar tem esta inscrição.
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