"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O iPhone vira estetoscópio

O estetoscópio poderá começar a desaparecer dos hospitais em todo o mundo com a chegada de uma nova aplicação para o iPhone. Trata-se do iStethoscope, um programa de software que custa menos de 1 dólar e que converte o telefone em um estetoscópio digital que permite controlar as batidas do coração e outros ruídos do corpo humano, além de gravar suas ondas sonoras. Segundo seu criador, Peter Bentley, pesquisador da Universidade de Londres, mais de 3 milhões de médicos já baixaram o aplicativo. De acordo com ele, o software não é só um avanço tecnológico de um aparato que pouco mudou desde que foi inventado em 1816. Ele também permitirá salvar vidas em locais remotos, já que os médicos poderão enviar por e-mail o registro dos batimentos cardíacos do paciente para receber assessoria de especialistas em qualquer parte do mundo.
"Seu uso é muito simples. É preciso escolher a modalidade para ouvir, que pode amplificar ou silenciar o som, e depois é necessário colocar o microfone do telefone diretamente sobre a pele e sobre o coração", explicou. "Se o aparelho for colocado na posição correta, é possível obter um som claro e nítido do coração."
O programa permite gravar esses sons, que mais tarde podem ser arquivados e enviados por correio eletrônico a outros usuários. O médico pode simplesmente olhar esses registros, chamado espectrograma, que mostra o volume e frequência dos batimentos, para realizar um diagnóstico.
"Muitos cardiologistas e profissionais de medicina mostraram grande interesse na aplicação em todo o mundo e me disseram que isso permitiu, pela primeira vez, tomar mostras do estado do coração de um paciente no mundo em desenvolvimento e enviar em um e-mail essas mostras a especialistas em outras partes do planeta", comentou Bentley. "Assim, puderam obter ajuda especializada para chegar a seus diagnósticos, o que imagino seja um avanço importante."
A ideia do iStethoscope surgiu quando o pesquisador estava escrevendo um livro sobre informática e o software seria um experimento. "Para minha surpresa, comecei a receber telefonemas de cardiologistas interessados, um inclusive viajou dos Estados Unidos para me ajudar a melhorar o aplicativo e também colaborou comigo um especialista em estetoscópios digitais", afirmou Bentley. "Realmente fiquei atônito pelo grande interesse que despertou."
O programa conta com várias modalidades para melhorar os resultados, incluindo frequência de mostra, propagação de áudio, filtros e acelerômetro para atualizar a frequência. Mas tem um problema: não se pode usar o iPhone em pacientes com marcapasso. O iStethoscope custa 90 centavos de dólar na loja iTunes.

Aroma do chocolate pode melhorar o humor

Depois de abrir a embalagem de seu chocolate, contenha-se e, antes de devorá-lo, dê uma boa cheirada no produto. Não se preocupe se o que você está cheirando é um pedaço de uma barra comum ou o mais fino chocolate belga – simplesmente sinta o aroma. Pesquisas divulgadas recentemente indicam que o cheiro do chocolate melhora o humor. Essa boa notícia vem do Human Olfaction Laboratory, da Middlesex University, na Inglaterra, onde o professor de psicologia Neil Martin investiga os efeitos que o cheiro dos ambientes tem no comportamento humano. No laboratório, Martin tem uma caixa chamada AromaCube, que aquece odores que estão em pequenas garrafas de vidro e os espalha pela sala. A partir daquela caixa, ele descobriu o poder do chocolate em um experimento no qual preencheu ambientes com três aromas – um com odor de chocolate, outro com cheiro de óleo de máquina (que a maioria das pessoas achou desconfortável) e um com aroma de limão (prazeroso, porém forte) – e monitorou os humores dos participantes. 
– O objetivo era comparar os efeitos dos odores no estresse, na depressão e no humor. E, mesmo que o experimento ainda continue, já parece que o cheiro de chocolate realmente deixa as pessoas menos estressadas e ansiosas – explica Martin. 
Os chocólatras também vão gostar de saber das demais pesquisas de Martin. Em outro estudo, foi observado o efeito do chocolate na atividade cerebral. Foram apresentados às pessoas aromas de comidas artificiais e outros de alimentos de verdade, com duas amostras incluindo chocolate. Martin usou a tecnologia da eletroencefalografia para registrar as ondas cerebrais dos participantes enquanto eles aspiravam o ar. Ele descobriu que, nos dois experimentos, o cheiro de chocolate leva à redução de um tipo de atividade cerebral chamado theta, um indicador de atenção. Outra pesquisa mostra que o consumo regular de um pedaço pequeno de chocolate por dia ajuda a reduzir a pressão arterial, diminuindo a chance de ocorrer doenças cardiovasculares. Cientistas descobriram que pessoas que comem 7,5 gramas de chocolate diariamente têm risco até 39% menor de sofrer um ataque cardíaco ou infarto, em comparação com aqueles que comem 1,7 grama. O estudo foi publicado no European Heart Journal. Pesquisas comandadas por Brian Buijsse, epidemiologista nutricional do German Institute of Human Nutrition, também fizeram a ligação entre o chocolate e o humor após analisar a saúde de 19.357 alemães entre 35 e 65 anos por pelo menos 10 anos. Os estudos realizados dizem que os flavonoides, substâncias do cacau, contribuem para a redução da pressão arterial. Entretanto, são necessárias mais pesquisas antes de que pequenas quantidades do doce possam ser prescritas para prevenir doenças.
– A quantidade média ingerida até mesmo pelos maiores consumidores era por volta de um pedaço. Então, os benefícios estavam associados a uma quantidade relativamente pequena de chocolate – explica a enfermeira Victoria Taylor. 
Aqueles que se sentem tentados à gula devem lembrar que o chocolate contém grande quantidade de caloria e gorduras saturadas, que causam aumento de peso e colesterol alto – dois fatores de risco para doenças do coração.
Fonte: PIONEIRO - VIDA SAUDÁVEL

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Descubra se o cigarro tem efeito tranquilizador

Os benefícios de parar de fumar - redução no risco de câncer e muitos outros problemas de saúde - são bem conhecidos. Porém, para milhões de fumantes o efeito tranquilizador de um cigarro pode ser motivo suficiente para voltar ao hábito. No entanto, estudos descobriram que, na realidade, fumar surte o efeito oposto, fazendo com que os níveis de estresse aumentem no longo prazo. Para os dependentes, o único estresse que ele alivia é o da abstinência entre cigarros.
Num recente estudo, conduzido na London School of Medicine and Dentistry, pesquisadores acompanharam 469 pessoas que tentaram parar de fumar após serem hospitalizadas por problemas cardíacos. No início, os participantes tinham níveis parecidos de estresse e, no geral, acreditavam que fumar os ajudava a lidar com isso.
Um ano depois, 41% tinham conseguido manter a abstinência. Após controlar diversos fatores, os cientistas descobriram que os abstêmios apresentavam "uma queda significativamente maior no estresse percebido", de quase 20%, em comparação aos fumantes, que apresentaram pequenas mudanças.
A hipótese dos cientistas era de que os fumantes lidavam com os desconfortáveis desejos entre um cigarro e outro várias vezes ao dia, enquanto os abstêmios, depois de sofrerem com a abstinência inicial, gozavam de maior liberdade em relação aos desejos por nicotina - e haviam, consequentemente, eliminado uma frequente e importante fonte de estresse. Outros estudos também descobriram que os fumantes enfrentam níveis elevados de estresse e tensão entre cigarros, e níveis mais baixos após deixarem de fumar. Assim, o efeito tranquilizador do cigarro é um mito, ao menos no longo prazo.
Fonte: The New York Times

Cigarro ainda é primeira causa de morte evitável no planeta

O cigarro já perdeu o status de glamour que exalava há algumas décadas, mas segue como um problema real para a saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo ainda ocupa o topo da lista de causas de mortes evitáveis no planeta. Neste domingo, dia 29 de agosto, quando é comemorado mais um Dia Nacional de Combate ao Fumo, a data serve de alerta para uma situação ainda bastante preocupante no país. A OMS estima que um terço da população mundial adulta seja fumante, o que significa cerca de 1,2 bilhão de pessoas. As mortes devido ao uso de tabaco correspondem a 4,9 milhões ao ano, ou seja, 10 mil mortes ao dia. Professora de Enfermagem em Saúde Pública do Complexo Educacional FMU, Valéria Leonello relata que pesquisas recentes indicam que o percentual de fumantes vem caindo no Brasil. No entanto, a situação não deixou de ser alarmante.
— Embora alguns países tenham um índice maior de tabagismo quando comparados ao Brasil, termos cerca de 15% da população brasileira usuária de produtos derivados do tabaco é, no mínimo, preocupante — afirma.
Segundo a professora do curso de Enfermagem da FMU e mestre em Saúde Pública, um estudo do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra que 17,5% da população brasileira com mais de 15 anos usa produtos derivados do cigarro.
— Isso representa um contingente de 25 milhões de pessoas — frisa.
Para Valéria, a Lei Antifumo do Estado de São Paulo, em vigor há um ano, já apresenta resultados positivos. Ela comenta que foi constatada uma redução de até 73,5% nos níveis de monóxido de carbono em bares, restaurantes e casas noturnas, de acordo com um estudo do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas em cerca de 700 estabelecimentos.
— Os freqüentadores e funcionários desses estabelecimentos foram alguns dos grandes beneficiados pela lei. Os estudos estão começando a ser desenvolvidos, afinal, temos só um ano de aplicação da lei, mas vários meios de comunicação vêm fazendo enquetes com a população, que já considera a lei um suporte ou apoio para quem deixou ou quer deixar o hábito de fumar — avalia a professora da FMU. Aproveitando o Dia Nacional de Combate ao Fumo, Valéria aponta que deixar o vício do cigarro é uma decisão que, na maior parte dos casos, deve ser acompanhada com a procura por ajuda profissional e apoio de pessoas próximas.
— Parar de fumar sem ajuda pode até ser possível, mas com ajuda e apoio é bem mais efetivo. Em geral, as pessoas que fumam têm muita dificuldade em deixar o vício — diz. Segundo a professora, apenas a informação não muda o comportamento das pessoas.
— A decisão de parar de fumar tem que vir associada a uma série de outros elementos, como apoio psicossocial, acompanhamento médico, trabalhos grupais, etc. Esses recursos somados à informação fortalecem a capacidade do indivíduo em mudar esse hábito — finaliza.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mais da metade dos fumantes com câncer não larga vício após diagnóstico

Um levantamento realizado pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) apontou que 60% dos fumantes diagnosticados com câncer não conseguem largar o cigarro mesmo após descobrirem a doença. Segundo a análise, de todos os atendimentos realizados este ano no Icesp --que tem uma média de 6.000 por mês--, 35% dos pacientes, ou um em cada três, afirmaram serem tabagistas no momento em que ingressaram na unidade para realizar o tratamento.
Os efeitos nocivos que o cigarro provoca são extremamente prejudiciais para quem luta contra o câncer. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o tabagismo dificulta a cicatrização, prejudicando pacientes submetidos a cirurgia oncológica. Além disso, eleva a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares e infecções respiratórias. A função pulmonar também é altamente afetada, o que pode aumentar o risco de complicações durante o período de radioterapia, por exemplo. Os pacientes oncológicos que fumam também enfrentam dificuldades durante o período da quimioterapia. Alguns quimioterápicos podem surtir efeito bem menor no organismo, o que prejudica o tratamento e, muitas vezes, a cura. Os efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, perda de apetite e sintomas respiratórios, também são intensificados.
"Infelizmente, a grande maioria relata dificuldades para abandonar o cigarro, mesmo após receberem o diagnóstico de câncer. Mas é fundamental que essa realidade mude, não só por melhorar a qualidade de vida das pessoas como para ajudar na luta contra a doença", alerta Frederico Leon Arrabal Fernandes, médico pneumologista do instituto.
Gomas de nicotina e adesivos são as formas mais indicadas para incentivar os fumantes a largarem o vício e diminuir o desconforto da abstinência durante o período de internação. Como forma de incentivo para os fumantes largarem o vício e diminuir o desconforto da abstinência, o Icesp oferece tratamento.
Folha de S. Paulo

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vitamina D pode proteger contra câncer, diabetes e artrite

A vitamina D pode proteger o corpo humano contra uma série de doenças ligadas a condições genéticas, incluindo câncer, diabetes, artrite e esclerose múltipla, segundo uma pesquisa britânica recém-publicada. Os cientistas mapearam os pontos de interação entre a vitamina D e o DNA e identificaram mais de 200 genes influenciados pela substância. A vitamina D é produzida naturalmente pelo corpo pela exposição ao sol, mas a substância está presente também em peixes e crustáceos e, em menor quantidade, em ovos e leite. Mas acredita-se que até um bilhão de pessoas em todo o mundo sofram de deficiência de vitamina D pela pouca exposição ao sol. Já se sabia que a falta de vitamina D podia levar ao raquitismo e havia várias sugestões de ligações com doenças, mas a nova pesquisa, publicada pela revista especializada Genome Research, é a primeira que traz evidências diretas de que a substância controla uma rede de genes ligados com doenças.
Os pesquisadores, da Universidade de Oxford, usaram uma nova tecnologia para o sequenciamento do DNA para criar um mapa de receptores de vitamina D ao longo do genoma humano. O receptor de vitamina D é uma proteína ativada pela substância, que se liga ao DNA e assim determina quais proteínas são produzidas pelo corpo a partir do código genético. Os pesquisadores identificaram 2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do genoma, concentrados principalmente perto de alguns genes ligados a condições como esclerose múltipla, doença de Crohn, lupus, artrite reumatoide e alguns tipos de câncer como leucemia linfática crônica e câncer colo-retal. Eles também mostraram que a vitamina D tinha um efeito significativo sobre a atividade de 229 genes incluindo o IRF8, associado com a esclerose múltipla, e o PTPN2, ligado à doença de Crohn e ao diabetes do tipo 1.
"Nossa pesquisa mostra de forma dramática a ampla influência que a vitamina D exerce sobre nossa saúde", afirma um dos coordenadores da pesquisa, Andreas Heger.
Os autores afirmam que o consumo de suplementos de vitamina D durante a gravidez e nos primeiros anos de vida podem ter um efeito benéfico sobre a saúde da criança em sua vida no futuro. Outras pesquisas anteriores já haviam indicado que a pele e os cabelos mais claros entre as populações de partes da Terra com menos incidência de raios solares teriam sido uma consequência da evolução para melhorar a produção de vitamina D. Segundo os pesquisadores da Universidade de Oxford, isso poderia explicar a razão de seu estudo ter identificado um número significativo de receptores de vitamina D em regiões do genoma com mutações genéticas mais comumente encontradas em pessoas de ascendência europeia ou asiática. A deficiência de vitamina D em mulheres grávidas pode provocar contrações pélvicas, aumentando o risco de morte da mãe e do feto. Segundo os pesquisadores, essa situação pode ter levado ao fim de linhagens maternais de pessoas incapazes de aumentar sua disponibilidade de vitamina D.
"A situação em relação à vitamina D é potencialmente uma das pressões seletivas mais poderosas no genoma em tempos recentes", afirma outro coordenador da pesquisa, George Ebers. "Nosso estudo parece apoiar essa interpretação e pode ser que não tivemos tempo suficiente para fazer todas as adaptações de que precisávamos para suportar nossas circunstâncias", disse.
Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Segundo especialistas, 11% das crianças sofrem de enxaqueca

Manha, frescura e até mesmo desculpa para faltar à escola. Tudo isso passa pela mente de boa parte dos pais quando os pequenos reclamam de dor de cabeça. Mas é importante ficar atento: segundo especialistas, 11% das crianças de 7 a 15 anos sofrem de enxaqueca. Meninas sentem mais dores que meninos, principalmente na puberdade. De acordo com a neurologista Carla Jevoux, má alimentação, excesso de tempo no computador ou TV, diminuição do tempo de sono e excesso de atividades extracurriculares podem desencadear o problema. Mas as dores também podem estar associadas a doenças mais graves, como infecções no sistema nervoso, problemas renais ou circulatórios, ou até mesmo um tumor. Jevoux explica que, em casos crônicos, a enxaqueca pode vir com crises de vômito, dor abdominal e até vertigem.
"Nos meninos, as crises têm pico de incidência na pré-adolescência. Já nas meninas, são mais comuns no final da adolescência", ressalta. Os tratamentos não curam de vez a enxaqueca, mas diminuem a incidência, intensidade e a duração das crises em mais de 90%. Para a neurologista, quanto mais cedo o problema for prevenido, maiores são as chances de as crises diminuírem com o passar dos anos. "Os pais devem ficar atentos, principalmente, à alimentação e aos hábitos dos pequenos. Consumo frequente de alimentos gordurosos e com conservantes, adoçantes artificiais, chá e refrigerantes devem ser evitados", orienta. Também é importante controlar as horas de sono e o excesso de atividades extracurriculares, aconselha, ressaltando que, na infância, essas atitudes são mais fáceis de serem adotadas que na idade adulta.
"Em alguns casos, além dessas medidas, é recomendado o uso de analgésicos e medicamentos para mal-estar. Mas nenhum remédio deve ser tomado sem orientação médica. Por isso, se as crises forem constantes, o ideal é levar a criança a um especialista", conclui.
Foi o que fez Kátia Waltz, cuja filha Isabel, 7 anos, sofre de dor de cabeça desde os 3. "Como ela já estava em idade escolar, as dores a incapacitavam. Durante as crises, chegava a vomitar. Ela sempre passava mal na escola", conta a mãe. Após alguns ajustes na dieta - excesso de chocolate e queijo foram cortados, por exemplo - e muitas idas a consultórios, Isabel melhorou com ajuda de remédios. "Agora ela só sente raramente dores leves, tratadas com analgésico. A médica já me alertou que as crises podem voltar na puberdade, e ela talvez tenha que fazer novo tratamento", diz Kátia.
Fonte: Clarissa Mello, Agência O Dia

Detecção de câncer no pênis precisa ser rápida para evitar amputação

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo alerta para os perigos do câncer de pênis, doença que pode levar à amputação do órgão caso o diagnóstico seja tardio. Ligada à falta de higiene, a doença atinge 2% da população masculina no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Bastante invasivo, o tumor maligno no órgão apresenta índices de até 10% nas regiões Norte e Nordeste. Sintomas como feridas no pênis podem ser facilmente caracterizados como problemas menores, segundo o urologista Alexandre Crippa, do Hospital das Clínicas da USP, ligado à Secretaria e que recebe 60 pacientes com câncer no local por ano.
A confusão com patologias sexualmente transmissíveis leva à automedicação em muitos casos, o que possibilita o agravamento dos sintomas e a procura médica tardia. A fimose é uma das barreiras à higienização do pênis, afirma Crippa. Para o médico, a dificuldade para limpeza pode levar à agressões químicas e traumas que desencadeam o câncer.
O tratamento para a doença é, geralmente, a intervenção cirúrgica. Caso o diagnóstico seja feito em estágio avançado do câncer, a amputação total do pênis pode ser a solução mais adequada. É o que ocorre em 80% dos casos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Uma detecção precoce do câncer pode impedir a mutilação e fazer com que o paciente mantenha uma vida sexual ativa e, principalmente, se livre do tumor maligno. Quanto à prevenção, a higiene adequada, durante a rotina do homem, com água e sabão, é essencial, segundo Crippa.
Fonte: G1 Saúde

Proteína da artrite pode proteger contra Alzheimer, diz estudo

Uma pesquisa feita por cientistas americanos afirma que uma proteína produzida pelo corpo em casos de artrite reumatóide pode ajudar a combater o surgimento do Alzheimer. No estudo, publicado na revista científica Journal of Alzheimer's Research, camundongos que receberam a proteína GM-CSF tiveram desempenho melhor em testes de laboratório envolvendo a memória. A proteína GM-CSF é uma das substâncias produzidas pelo sistema imunológico em pessoas com artrite reumatóide. Uma versão sintética da proteína já é usada atualmente em tratamentos contra o câncer.
Uma pesquisa já havia identificado que pessoas com artrite reumatóide têm menos tendência a desenvolver o Alzheimer. No entanto, se acreditava que isso acontecia devido ao uso de antiinflamatórios não-esteroides (AINEs). O novo estudo contesta esta tese. Na pesquisa, os cientistas da University of South Florida usaram camundongos geneticamente alterados, com problemas de memória semelhantes ao dos pacientes com Alzheimer. Os camundongos receberam tratamento com a proteína. Outros ratos receberam um tratamento com placebo, sem efeito algum. Ao final de 20 dias de pesquisa, os animais que receberam GM-CSF tiveram desempenho consideravelmente melhor em testes de memória e aprendizagem. Camundongos que receberam o placebo não tiveram mudança no seu desempenho.
Os pesquisadores acreditam que a proteína ajuda a formar células especiais - chamadas de microglias - no sangue ao redor do cérebro. Estas células seriam responsáveis pelo combate a placas comumente encontradas em pessoas com Alzheimer. As microglias funcionam como "catadores de lixo", indo a áreas inflamadas ou danificadas e retirando todas as substâncias tóxicas. Os cérebros dos camundongos tratados com a proteína GM-CSF tiveram 50% a menos de beta-amiloide, uma substância que forma as placas características do Alzheimer. Os pesquisadores também observaram um aumento nas conexões das células nervosas do cérebro nos camundongos tratados com GM-CSF, o que poderia explicar o bom desempenho deles nos testes.
O pesquisador Huntington Potter, que liderou a pesquisa, afirma que as conclusões do estudo trazem uma "explicação convincente" sobre por que pessoas com artrite reumatóide têm risco menor de desenvolver Alzheimer. A leukine, uma versão sintética da proteína usada atualmente em tratamentos contra o câncer, já foi aprovada pela autoridade de saúde americana. Os cientistas defendem agora que a substância seja testada também contra o Alzheimer.
"Nosso estudo e o histórico seguro do remédio sugerem que a leukine deveria ser usada em testes em pessoas como tratamento potencial contra o Alzheimer", afirma Potter.
Especialistas britânicos, que também estudam a doença, afirmam que a experiência é "um passo importante" na pesquisa sobre Alzheimer. No entanto, eles afirmam que é preciso testar se o método funciona em pessoas.
"Resultados positivos em camundongos são o primeiro passo importante em qualquer tratamento novo. É animador ver que a equipe já está planejando o próximo passo crucial, que é o teste com pessoas", afirmou Simon Ridley, diretor de pesquisa da fundação britânica Alzheimer's Research Trust.
Para Susanne Sorensen, da Sociedade de Alzheimer da Grã-Bretanha, o estudo pode ajudar a responder algumas questões que há muito tempo intrigam os cientistas.
Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Rio Grande do Sul e Pará registram casos de sarampo

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou, em exames preliminares, casos de sarampo em duas crianças, de 11 e 12 anos. As suspeitas são agora investigadas pelo Ministério da Saúde, segundo nota divulgada na quinta-feira (19). No início de agosto deste ano, três casos importados de sarampo foram confirmados no Pará.
Os exames iniciais que confirmaram o sarampo no Rio Grande do Sul foram realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do estado (Lacen/RS). Para concluir o diagnóstico, o material foi encaminhado para o Laboratório de Referência Nacional para sarampo, na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. O resultado está previsto para a próxima semana. Segundo o Ministério da Saúde, os dois irmãos estiveram com a família em Buenos Aires, de 22 a 28 de julho. De acordo com a família, eles não foram vacinados por serem alérgicos a ovo. Os três irmãos que tiveram sarampo no Pará também não haviam sido vacinados contra a doença.
Os dois casos no Sul do país foram notificados ao Ministério em 17 de agosto, e desde então autoridades locais de saúde buscam casos suspeitos de sarampo nos lugares frequentados pelas crianças.
O Brasil interrompeu a circulação do vírus autóctone (com transmissão dentro do país) do sarampo em 2000. Desde então, foram registrados cinco eventos (grupo de casos relacionados) de sarampo no país, todos importados. Os últimos casos da doença foram registrados em 2006, segundo o Ministério.
De acordo com o Ministério da Saúde, o sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida por vírus, de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, respirar, falar ou respirar. No início da doença o paciente apresenta febre, tosse, catarro e conjuntivite. Depois, esses sintomas são acentuados, com o aparecimento de manchas avermelhadas na pele. Vacinar é o meio mais eficaz de prevenção contra o sarampo. A vacina está disponível nos postos de saúde para crianças a partir de 12 meses de idade.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Chocolate pode reduzir risco de insuficiência cardíaca, diz estudo

Um estudo conduzido com quase 32 mil mulheres suecas de meia-idade e idosas aponta que o consumo moderado de chocolate reduz o risco de insuficiência cardíaca, conforme divulgado em revista da Sociedade Americana do Coração nesta terça-feira. Mulheres que consumiram uma ou duas porções de chocolate de boa qualidade por semana tiveram um risco 32% menor de insuficiência cardíaca. Se a ingestão aconteceu até três vezes durante um mês, a chance caiu 26%. Para as pessoas que comeram chocolate todos os dias, a pesquisa não apresentou benefícios relacionados ao consumo contra a doença.
Participaram da pesquisa mulheres entre 48 e 83 anos. Até 61 anos, as porções consideradas eram de 30 gramas. Para o restante mais idoso, os pedaços de chocolate tinham 19 gramas. As mulheres responderam a questionários para informar sobre a frequência e o tipo de chocolate que comiam. Os resultados foram combinados com dados do serviço sueco de hospitalizações e registros de óbitos entre 1998 e 2006, com a adoção de análises estatísticas para chegar a conclusões sobre a relação entre chocolate e insuficiência cardíaca.
Uma possível explicação pode estar nos flavonoides, compostos presentes em chocolates, ligados à diminuição da pressão sanguínea segundo boa parte da comunidade científica. Segundo a coordenadora do estudo, a médica Murray Mittleman, a ausência de efeito protetor entre mulheres que consumiram chocolate todos os dias provavelmente se justifica pelo acúmulo de gorduras.
"Se você precisa experimentar chocolate, opte pelo amargo e sempre com moderação", diz Mittleman. "Não é possível ignorar que o chocolate é um alimento relativamente calórico e comer grandes quantidades pode levar ao aumento de peso."
A especialista ainda afirma que diferenças nas taxas de cacau dos chocolates consumidos pelas participantes da pesquisa alteram os resultados. No caso sueco, 90% das mulheres afirmaram ter ingerido chocolate ao leite, que contém 30% de sólidos de cacau. Esse valor já seria suficiente para classificar o mesmo produto nos Estados Unidos como chocolate amargo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Planos de saúde podem suspender tratamento de doentes terminais

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo se posicionou a favor da suspensão do tratamento para doentes terminais como forma de diminuir os reajustes nos valores dos planos de saúde, que atualmente estão acima da inflação. O representante dos planos diz que a discussão precisa ser ampla e não teme ideias polêmicas para a redução de custos, como a cobrança de franquias, usadas em seguro de carros, e a suspensão de tratamento para doentes terminais ou sem chance de cura, a chamada ortotanásia.
"Nós temos que fazer uma racionalização dos custos da na área de saúde. A ortotanasia é possível, quer dizer, você não aplicar métodos que não melhorem, que não deem qualidade de vida. Enfim, é uma discussão filosófica e econômica associada", diz o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Arlindo de Almeida.
Órgãos de defesa do consumidor fizeram simulações e constataram que no futuro pode ficar impossível pagar os planos de saúde caso os preços continuem subindo como nos últimos dez anos. Um consumidor de 30 anos que ganha R$3.000 paga hoje R$ 180,74 por um plano, e compromete 6% da renda. Se a inflação e os reajustes atuais forem mantidos, em 30 anos ele gastaria quase R$ 6.100 com o plano e comprometeria 54% da renda.
"Os planos de saúde estão subindo muito acima da inflação. Será impossível o consumidor manter o seu nível de vida e pagar o plano", diz a advogada do Idec, Daniela Trettel.
Procon e Idec participam das discussões que a Agência Nacional de Saúde (ANS) está fazendo para mudar os cálculos de reajuste, mas temem o futuro. "É um consenso que o método de reajuste tem que mudar, mas ainda falta muita transparência na forma como mudanças vêm sendo conduzidas", afirma o diretor do Procon/SP, Roberto Pfeiffer.
A aposentada Iracema Ortega já vinha precisando da ajuda dos filhos para pagar o plano de saúde, mas ao fazer 71 anos a conta saltou de R$ 1.022 para R$ 1.430. "Quando eu vi não acreditei. Foram R$ 400 a mais". O valor do plano só caiu para R$ 871 por força de uma liminar conseguida na Justiça. "A Justiça entende que pelo Estatuto do Idoso, as empresas não podem aumentar o preço do plano, pela faixa etária, depois dos 60 anos", afirma o advogado Julius César Conforti.
Fonte: G1 Saúde

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cancerofobia, uma inimiga da prevenção

Tão variados como os sintomas do câncer – que vão desde pequenas feridas na pele à dor de cabeça sem fim – é a lista de causas da doença que mais cresce no mundo. Vira e mexe chega um e-mail trazendo a descoberta de mais um vilão capaz de aumentar em minutos o número de pacientes com câncer. Desodorante roll-on, água oxigenada e ondas emitidas pela rádio do Vaticano, pela antena do celular e pela tela do computador são só alguns exemplos de “causadores de câncer” que foram espalhados pelo mundo como verdades absolutas. A maior parte da associação do uso do objeto e/ou substância com a doença não tem o respaldo de pesquisas sérias. Na disseminação de lendas cancerígenas, afirmam os especialistas, nasce o fenômeno da “cancerofobia”, que pode afastar a população dos comportamentos seguros, de fato, e impedir as complicações dos tumores malignos.
“Qualquer comportamento fóbico (medo exagerado) provoca um efeito contrário daquele que esperamos”, afirma Maria Teresa Veit, psicóloga especializada em câncer, coordenadora da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale).
“O maior problema da fobia é que ela leva para postura irracional. Já vi casos de pessoas que pensam: ‘então, se tudo provoca câncer, eu nem preciso me cuidar’, o que não é adequado muito menos lógico.”
Outro efeito colateral creditado às correntes que espalham inverdades sobre o câncer é que o excesso de informações falsas faz com que as pessoas se preocupem com o que não é prioritário nem científico. Se por acaso alguém aderir ao hábito de tomar água oxigenada todos os dias por acreditar que a técnica previne tumores – conforme sugeriu um e-mail com as declarações de um suposto médico israelense – pode dar menos peso às orientações de parar de fumar e comer mais frutas e legumes, estas táticas sim já comprovadamente preventivas da doença, conforme endossa o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Orkut, Twitter, Facebook e e-mails são hoje um terreno fértil para espalhar as pesquisas “sem dono” sobre o câncer. Mas mesmo antes da internet, o boca a boca já era suficiente para criar teorias conspiratórias e perigosas, que comprometiam o tratamento e o combate à doença. O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Luiz Antônio Teixeira, que trabalha na Casa Oswaldo, fez um levantamento sobre como eram as propagandas contra o câncer entre 1920 e 1950. Já nesta época as autoridades de saúde enxergavam a necessidade de desmentir as correntes sobre a doença. “Cancerofobia! Só os ignorantes e nervosos têm medo de tudo na vida”, dizia um dos cartazes de 1940.
Segundo o pesquisador, nestes tempos, a população leiga acreditava que o câncer era doença contagiosa, que passava de pessoa para a pessoa. Existia ainda a figura do curandeiro e do charlatão, muito mais presente do que hoje, que exigia das autoridades de saúde uma estratégia de coibir as magias e simpatias tidas como infalíveis para afastar a doença. 
“Hoje, embora existam estes mitos virtuais com o câncer, a população tem mais acesso à saúde, o que diminui muito o espaço do charlatão. O que acontece é que, via internet, as pessoas têm acesso a muitas informações. Mas nem toda informação agrega conhecimento, pelo contrário”.
A psicóloga Maria Teresa Veit acredita que são duas as explicações principais para o câncer permanecer no alvo dos mitos e lendas durante tantos anos. Primeiro, a palavra câncer é um nome genérico para muitas doenças, que se manifestam de formas diferentes e têm tratamentos em nada parecidos. Exemplo de antagonismos é o câncer de mama e o de próstata. O primeiro é majoritariamente feminino e tem como arma preventiva o autoexame e a mamografia. O segundo é um tipo masculino e prevenido com visitas ao urologista e com exame de toque.
O outro motivo é o fato do câncer ser uma doença diversificada e muitas vezes até misteriosa para a medicina. Como as pesquisas sobre as causas da enfermidade estão em constante andamento, o campo composto por descobertas diárias dá margem para os mitos florescerem.
Separar o “joio do trigo” é a dica para não cair nas informações errôneas sobre o câncer. A doença exige, sim, cuidados e a internet é um bom território para conseguir informações sobre o problema de saúde que só este ano deve fazer 489.230 novas vítimas, segundo o Inca. “Os médicos têm de estar preparados para responder as dúvidas que nascem no meio virtual. Além disso, é fundamental para as pessoas que recebem informações checarem muito bem quem são os autores e a veracidade do que está escrito”, completa Veit. “Quanto mais educação sanitária, menos espaço para os mitos”, completa o pesquisador Teixeira.
Reportagem de Fernanda Aranda, para o iG São Paulo

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Processo seletivo para médico da ESF em Itajaí-SC

A Secretaria Municipal de Saúde de Itajaí, no uso de suas atribuições legais, considerando o inciso II do artigo 130 da Lei Complementar nº 150, de 12 de março de 2009, tendo em vista o caráter emergencial
para atendimento nas Unidades de Saúde e Centros Especializados do Município, torna pública a realização de Processo Seletivo Público Simplificado para contratação de médicos por tempo determinado.
O Edital completo encontra-se em http://www.itajai.sc.gov.br/

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Lei torna obrigatório o teste auditivo em bebês

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que torna obrigatória a realização gratuita do exame de triagem auditiva em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em suas dependências. O exame, denominado Emissões Otoacústicas Evocadas, detecta deficiências sutis que não são percebidas no dia a dia. A lei foi publicada nesta terça-feira (3) no "Diário Oficial".
Durante o teste da orelhinha, um pequeno fone é colocado no ouvido do bebê. O aparelho emite um som fraco. O ruído "viaja" pela cóclea. Ao detectar o sinal, os cílios se movimentam e emitem uma resposta, que é registrada pelo equipamento. Se houver problemas na audição, os cílios não se mexem e o aparelho nada registra.
Os especialistas recomendam o exame nos primeiros seis meses de vida. De acordo com a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia apenas de 5% a 10% da população brasileira de recém-nascidos fazem a triagem auditiva durante o ano.

domingo, 1 de agosto de 2010

Diminui número de mortes por gripe A no Brasil

O número de casos graves hospitalizados e de mortes por conta da gripe A (H1N1) no Brasil caiu continuamente desde o início de março, segundo uma análise preliminar do Ministério da Saúde divulgada na última quarta-feira.
O levantamento mostrou que na semana entre 28 de fevereiro e 6 de março houve o maior número de hospitalizados no ano inteiro. Porém, entre 11 e 17 de julho, não houve nenhum registro de pessoas internadas pela influenza A. O número de mortes também diminuiu. Foram registradas 11 mortes entre 21 e 27 de fevereiro, e nenhuma entre 4 e 17 de julho. De acordo com o Ministério, a redução é resultado direto da campanha de vacinação, que imunizou 88 milhões de pessoas contra a gripe pandêmica.
A campanha, que ocorreu entre 8 de março e 2 de junho, vacinou gestantes, doentes crônicos, crianças com idades entre 6 meses e 5 anos, adultos de 20 a 39 anos, além de indígenas e trabalhadores de serviços de saúde. No total, segundo o governo federal, 46% da população foi imunizada.
Apesar da boa notícia, o Ministério alerta que o aumento de casos de gripe ocorre entre maio e outubro. As quedas de temperatura, o ar mais seco e a concentração de pessoas em locais fechados podem favorecer a circulação de vírus respiratórios, como o que causa a gripe A. Por isso, a indicação é que a população reforce os hábitos de higiene e tenha cuidados especiais com crianças e idosos. No caso do surgimento de sintomas, como febre, tosse, dor de cabeça e nas articulações, as pessoas devem procurar o serviço de saúde.

Controle de moléculas no pulmão pode ser chave contra tuberculose

Um pesquisador da Universidade McGill, na cidade canadense de Quebec, descobriu que drogas existentes podem ajudar no combate à tuberculose por meio do controle da produção de eicosanoides, moléculas ligadas ao sistema imunológico humano. Após a absorção da bácteria pelas vias respiratórias, macrófagos localizados nos alvéolos pulmonares detectam o parasita e o engolfam para proteger o organismo. O segredo da tuberculose está na capacidade da bactéria, obtida com o passar dos anos, de sobreviver e se replicar dentro das células de defesa.
A morte do macrófagos define a imunidade do corpo à tuberculose. Caso as células sejam destruídas por necrose, as bactérias continuam a se espalhar pelo organismo do infectado. O código genético da bactéria responsável pela tuberculose pode fazer com que o nível de dois tipos de eicosanoides favoreça à necrose dos macrófagos. Mas caso o nível de eicosanoides seja favorável, pode ocorrer apoptose nas células de defesa, mecanismo no qual a membrana é mantida, prendendo os bacilos e impedindo a disseminação da tuberculose a outras partes do corpo. O médico Maziar Divangahi descobriu em sua pesquisa que drogas existentes para o combate de outras patologias como a artrite reumatoide já controlam a produção de eicosanoides. "O próximo passo é descobrir exatamente como as drogas podem ser usadas para combater especificamente a tuberculose", afirma Divangahi.
A doença infecta entre 8 e 10 milhões de pessoas todo ano. Transmissível por meio de tosses e espirros, a patologia causada pelo bacilo de Koch mata 2 milhões de infectados anualmente. Por vezes a tuberculose não apresenta sintomas evidentes e pode persistir em indivíduos com sistemas imunológicos normais.