"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Médico que cobrava consulta pelo SUS é condenado a prisão

A Justiça condenou a 14 anos e quatro meses de prisão o médico Fernando Slovinski, denunciado em julho de 2008 por receber dinheiro para fazer procedimentos de saúde cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A sentença também obrigou o réu a pagar multa de R$ 29,4 mil, referentes a 71 salários mínimos na época do crime, e devolver R$ 32,2 mil a nove vítimas.
O caso foi denunciado em reportagem na TV aberta. Com uma câmera escondida, o então chefe do Departamento de Radiologia do Hospital Celso Ramos, maior instituição pública de saúde no Estado, foi flagrado cobrando R$ 3,5 mil para fazer uma biopsia e uma tomografia. De acordo com o processo, entre outubro de 2004 e junho de 2008 Slovinski recebeu pagamentos que, somados, chegavam a R$ 32,2 mil. Seguindo a interpretação do Ministério Público, o médico foi condenado por concussão, que significa se aproveitar de cargo público para exigir dinheiro ou vantagem indevida. A pena varia entre dois e oito anos de prisão. Como foram identificadas noves vítimas, a sentença determinou 14 anos e quatro meses de prisão. Slovinski pode recorrer em liberdade.
A defesa considerou a pena desproporcional. O advogado André Mello Filho adiantou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça. Apesar de discordar do tempo de reclusão, ele preferiu não comentar o veredicto. Justificou que não leu a decisão da juíza Maria Terezinha Mendonça de Oliveira, da 2ª Vara Criminal da Capital. O advogado tem um entendimento diferente para o que aconteceu. Acredita que houve apenas atendimentos particulares dentro de um hospital público, com a conivência dos pacientes.
Fonte: DC online

terça-feira, 20 de abril de 2010

Chocolate amargo ajuda no tratamento de doentes hepáticos

Comer chocolate amargo pode ser benéfico para pacientes que sofrem de problemas no fígado. É o que sugere um estudo apresentado em Viena, na Áustria, durante o Encontro Internacional da Associação Europeia para o Estudo do Fígado. O estudo recrutou 21 doentes hepáticos terminais e alimentou-os com refeições líquidas que continham - de maneira aleatória - chocolate branco ou amargo. Uma série de exames era aplicada 30 minutos antes e depois da ingestão, comparando os benefícios de cada tipo de chocolate para os doentes.
Foi concluído que o chocolate amargo causou menor aumento na pressão do fígado, o que pode reduzir os riscos de danos nos vasos sanguíneos dos pacientes. O cacau contém ainda alto nível de anti-oxidantes, substâncias que previnem o envelhecimento das células do corpo, ajudando na preservação do fígado.
"É necessário combinar tecnologia avançada com fontes alternativas de tratamento para trazer benefícios para todos os pacientes", afirmou em entrevista ao jornal britânico Daily Telegraph o professor Mark Thursz, do Imperial College London. "O estudo comprova claramente a relação entre a ingestãoção do chocolate e a redução da pressão no fígado, diminuindo o impacto da doença e o nível de mortalidade".

Parlamento Europeu quer expansão de mamografias para prevenir câncer

O Parlamento Europeu pediu hoje aos Estados-membros da União Europeia (UE) que promovam as mamografias em nível nacional como método de prevenção do câncer de mama, uma prática que permitiria reduzir em mais de um terço a mortalidade da doença. Em declaração escrita assinada por 381 deputados, o parlamento solicita aos países mais esforços para avançar na prevenção e no tratamento do câncer de mama, uma doença que constitui a primeira causa de morte de europeias entre 35 e 59 anos.
Concretamente, sugere que se promova em nível nacional a realização de mamografias entre as mulheres com idades de risco como método de prevenção, "o que permitiria reduzir o número de mortes no grupo da população em até 35%". O parlamento pede à Comissão Europeia que apresente a cada dois anos uma avaliação sobre os resultados dessa detecção precoce em todos os países da UE.
Também reivindica ao Executivo comunitário que elabore "estatísticas atualizadas e confiáveis" sobre a doença, "apóie o desenvolvimento de registros nacionais de câncer" e "facilite o financiamento" adequado para o tratamento. Além disso, propõe a criação de "unidades multidisciplinares de câncer de mama até 2016" que permitam o acompanhamento apropriado da doença. Por ano na União Europeia, 300 mil casos de câncer de mama são diagnosticados e cerca de 90 mil mulheres morrem por causa da doença. Desde 2002, a UE destinou mais de 660 milhões de euros à pesquisa sobre o câncer e, além dessa quantia anunciada hoje, nos próximos meses prevê mais 100 milhões de euros para projetos científicos.
No Brasil, desde 2009, o Ministério da Saúde preconiza e disponibiliza mamografias de rastreamento para todas as mulheres acima de 40 anos de idade.

Consultas de pré-natal crescem 125% em seis anos no Brasil

Em seis anos, o número de consultas de pré-natal atingiu 19,4 milhões em 2009 – aumento de 125% em relação a 2003, quando foram registradas 8,6 milhões. A cobertura de planejamento familiar atingiu todos os municípios brasileiros – alcançando 4,3 milhões de mulheres a mais no período de 2003 a 2008. As informações são do Ministério da Saúde.
Uma das causas está relacionada ao aumento do número de equipes de Saúde da Família que saiu de 19 mil em 2003 para 30,3 mil em 2009 e ao consequente aumento da população coberta que saiu de 35% para 50% no mesmo período. Uma das atribuições das equipes é realizar o exame pré-natal”, explica em nota a diretora substituta do Departamento de atenção básica, Elisabeth Wartchow.
Em 2008, o acesso a métodos contraceptivos alcançou todos os municípios brasileiros – 5.563, totalizando mais de 34,5 milhões de usuárias do SUS de 10 a 49 anos. Cinco anos antes, a população-alvo era de 30,2 milhões de mulheres em 4.920 cidades. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda às gestantes a realização de, pelo menos, seis consultas de pré-natal. Segundo a mais atual Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS-2006), 74% das gestações feitas pelo SUS passaram por, no mínimo, seis consultas de pré-natal.

sábado, 17 de abril de 2010

Novo Código de Ética Médica - Perguntas & Respostas

Como não poderia deixar de ser, um dos assuntos de destaque da semana foi a publicação do novo Código de Ética Médica brasileiro, no último dia 13. A revista Veja, em sua versão online, fez uma série de Perguntas & Respostas sobre o novo código, para tirar dúvidas da população, série que transcrevo aqui.

1. O que é o Código de Ética Médica?
É um documento que reúne um conjunto de normas e princípios nos quais o profissional de saúde deve se basear para exercer seu trabalho. Entre os principais temas abordados, estão os direitos dos médicos, a responsabilidade profissional, direitos humanos, relação com pacientes e familiares, sigilo profissional, pesquisa científica e relações da medicina com a indústria farmacêutica.

2. O que acontecerá com os profissionais que desrespeitarem as normas do Código?
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão que possui atribuições constitucionais de fiscalização e normatização da prática médica, o novo Código é subordinado à Constituição Federal e à legislação brasileira. Em caso de denúncias de práticas indevidas, o profissional acusado é submetido à avaliação pelo Conselho Regional de Medicina: caso a denúncia se confirme, ele pode ser impedido de exercer a atividade.

3. Por que o novo Código foi criado?
O último Código havia sido publicado em 1988. Nas duas décadas que se passaram, surgiram novas situações na sociedade contemporânea, como a eutanásia, além de questões éticas suscitadas pela evolução da biotecnologia, como a manipulação genética. Para a atualização, o CFM considerou a consulta pública, códigos de ética médica de outros países e também posicionamentos já estabelecidos, registrados em pareceres e resoluções da Justiça

4.Quais foram são as principais inovações?
De acordo com o CFM, o texto atual “remove algumas obscuridades ou duplicações e destaca com mais vigor os princípios fundamentais da ética”. As mudanças vão desde a exigência de uma letra legível na receita médica – uma antiga reclamação de pacientes – até a proibição de escolha do sexo do bebê na reprodução assistida. O Código também é mais claro sobre as relações do médico com pacientes e familiares, hospitais e clínicas e com a indústria farmacêutica.

5.O Código atinge também os hospitais e clínicas?
De certa forma. O CFM afirma que o Código “não é determinado apenas pela profissão médica em si, também verifica o cumprimento dos regulamentos que regem a sociedade na qual os profissionais praticam a medicina”. Os serviços de saúde poderão ser atingidos pelo código já que ficou estabelecido que o médico é capaz de recusar atendimento caso as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar sua própria saúde ou a do paciente. Outro ponto é que o médico também não poderá faltar no plantão ou sair antes do horário estabelecido, sem a presença de um profissional para substituí-lo. Segundo o código, “na ausência de médico plantonista substituto, a direção técnica do estabelecimento de saúde deve providenciar a substituição”. Se forem respeitadas, as normas tendem a mudar a qualidade de atendimento em clínicas e hospitais – públicas e particulares.

6. A relação médico-paciente vai melhorar?
Sim, isso deve mesmo acontecer. O Código estabelece que o paciente ou representante legal deve consentir o procedimento ou tratamento a ser realizado, salvo em situações graves, com risco de morte. Outro ponto do documento chama a atenção para importância da opinião das pessoas submetidas a tratamento. Segundo o texto, “o médico aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas”. O médico não poderá se opor, caso o paciente resolva recorrer a uma segunda opinião.

7. Agora a eutanásia será permitida?
Não. O médico não poderá abreviar a vida do paciente, mesmo se o ato for solicitado pelo próprio doente ou por seu representante legal. De acordo com o Código, em casos de doença incurável, o médico deve oferecer cuidados paliativos, que reduzem o sofrimento do paciente. O documento indica que procedimentos desnecessários e invasivos não devem ocorrer em doentes terminais.

8. O que vai mudar na relação dos médicos com a indústria farmacêutica?A relação entre a medicina e a indústria farmacêutica não deve ser exercida com o objetivo de obter vantagem "pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional". Ou seja: os médicos não devem receber viagens, dinheiro ou qualquer outro tipo de benefício dos laboratórios em troca da indicação de medicamentos ou procedimentos.

9. Que outras restrições foram impostas aos médicos?
O médico não pode se associar a empresas que "anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios para procedimentos médicos". Eles também não poderão participar de anúncios, beneficiando-se de sua profissão.

10. Os avanços da biotecnologia foram discutidos no Código?
Sim. O médico não pode usar a medicina de reprodução assistida para criar embriões com o objetivo de escolher sexo ou para criar seres geneticamente modificados. Outro impedimento é criar embriões para investigação. Segundo o Código, “é vedado ao médico intervir sobre o genoma humano com vista à sua modificação, exceto na terapia gênica, excluindo-se qualquer ação em células germinativas que resulte na modificação genética da descendência”.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

George Huntington

George Huntington (9 de Abril de 1850 – 3 de Março de 1916) foi um médico norte-americano conhecido por ter descrito a doença de Huntington. Nasceu em Ohio, filho de George Lee Huntington (1811-1881) e neto de Abel Huntington (1778-1858), ambos médicos, pelo que também ele everedou por esta profissão. Entrou para a Universidade Columbia, em Nova Iorque, pela qual se graduou aos 21 anos. Um ano depos escreveu o trabalho académico referente à doença, que foi publicado no "Medical and Surgical Reporter" de Filadélfia a 13 de Abril de 1872. William Osler disse em relação ao trabalho que "Na história da Medicina existem poucas doenças que tenham sido descritas com tamanha precisão e brevidade."
Não deve ser confundido com George Sumner Huntington, anatomista que frequentou a mesma universidade.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sexto Código de Ética Médica brasileiro entra em vigor nesta terça-feira

A partir de 13 de abril de 2010, entra em vigor o sexto Código de Ética Médica reconhecido no Brasil. Revisado após mais 20 anos de vigência do Código anterior, ele traz novidades como a previsão de cuidados paliativos, o reforço à autonomia do paciente e regras para reprodução assistida e a manipulação genética. Também prevê a ampliação de seu alcance aos médicos em cargos de gestão, pesquisa e ensino. Outros temas que tiveram suas diretrizes revistas, atualizadas e ampliadas se referem à publicidade médica, ao conflito de interesses, à segunda opinião, à responsabilidade médica, ao uso do placebo e à interação dos profissionais com planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios.
Foram dois anos de trabalhos, coordenados pela Comissão Nacional de Revisão do Código de Ética Médica, que contaram com a participação ativa de diversas entidades. O objetivo comum foi construir um atento aos avanços tecnológicos e científicos, à autonomia e ao esclarecimento do paciente, além de reconhecer claramente o processo de terminalidade da vida humana. No seu processo de formulação, além de serem consideradas as mudanças sociais, jurídicas e científicas, os responsáveis pelo trabalho também analisaram os códigos de ética médica de outros países e consideraram elementos de jurisprudência, posicionamentos que já integram pareceres, decisões e resoluções da Justiça, das Comissões de Ética locais as resoluções éticas do CFM e CRMs editadas desde 1988. Isso sem contar com 2.677 contribuições enviadas por médicos e entidades de todo o país. A democracia deu a tônica do esforço, balizado pela grande participação da sociedade e dos profissionais, e confirmada por meio de uma consulta online e por três conferências nacionais sobre ética médica. A principal dela foi a plenária da IV Conferência Nacional de Ética Médica, realizada em São Paulo, no dia 29 de agosto de 2009. Neste dia, cerca de 400 delegados, entre conselheiros federais e regionais de Medicina, membros de sindicatos e sociedades de especialidades, além de representantes de várias entidades médicas, aprovaram as mudanças e colocaram fim a etapa de revisão. Ao final, produziu-se um documento amplo e atento ao exercício da Medicina brasileira no século 21. O Código de Ética Médica ora em vigor é composto por 25 princípios fundamentais do exercício da Medicina, 10 normas diceológicas, 118 normas deontológicas e quatro disposições gerais.
Alguns destaques do Código de Ética Médica
- A autonomia tem sido um dos itens de maior destaque. Já no preâmbulo o documento diz que o médico deverá aceitar as escolhas de seus pacientes, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas. O inciso XXI determina que, no processo de tomada de decisões profissionais, “o médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos”.
- O novo Código reforça o caráter anti-ético da distanásia, entendida como o prolongamento artificial do processo de morte, com sofrimento do doente, sem perspectiva de cura ou melhora. Aparece aí o conceito de cuidado paliativo. O inciso XXII do Preâmbulo observa que “nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados”.
- A terapia genética é mencionada pela primeira vez. Está proibido criar embriões com finalidades de escolha de sexo ou eugenia. Já a terapia gênica está prevista. Ela é importante porque envolve a modificação genética de células somáticas como forma de tratar doenças, apresentando grandes perspectivas de desenvolvimento. Os artigos 15 e 16 do Capítulo III, sobre Responsabilidade Profissional, tratam desse tema.
- O Capítulo XIII, sobre Publicidade Médica, diz que, em anúncios profissionais, é obrigatório incluir o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. Os anúncios de estabelecimentos de saúde também devem constar o nome e o número de registro do diretor técnico. O tema é tratado no artigo 118.
- Quando docente ou autor de publicações científicas, o médico deve declarar relações com a indústria de medicamentos, órteses, próteses, equipamentos etc. e outras que possam configurar conflitos de interesses, ainda que em potencial. A determinação é estabelecida no artigo 119 do Capítulo XII, sobre Ensino e Pesquisa Médica.
- Os conceitos das Resoluções CFM 1.836/2008 e 1.939/2010 foram agora incorporados pelo Código de Ética da profissão. A primeira delas diz que é vedado ao médico o atendimento de pacientes encaminhados por empresas que anunciem ou comercializem planos de financiamento ou consórcios para procedimentos médicos. A 1.939/2010, por sua vez, proíbe a participação do médico em promoções relacionadas com o fornecimento de cupons e cartões de descontos. O artigo 72 do novo Código diz que é vedado ao médico estabelecer vínculo com empresas que anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios para procedimentos médicos.
- A introdução do conceito de responsabilidade subjetiva do médico preconiza que esta não se presume, tem que ser provada para que ele possa ser penalizado – por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. É o reconhecimento de que, na área médica, não se pode garantir cura ou resultados específicos para ninguém. O Parágrafo único do Art. 1º do Capítulo III sobre Responsabilidade Profissional, diz que “a responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida”.
- O paciente tem direito a uma segunda opinião e de ser encaminhado a outro médico. É o que diz o artigo 39, que proíbe o médico “opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal”. Ao mesmo tempo, o médico não pode desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente determinados por outro médico, conforme preconiza o artigo 52. A exceção é quanto houver situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável.
- É proibido usar placebo em pesquisa, quando há tratamento eficaz. É o que diz o artigo 106 do capítulo XII, sobre Ensino e Pesquisa Médica, que veda ao médico “manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas, envolvendo seres humanos, que usem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doença pesquisada.”
Portal Médico - CFM

domingo, 11 de abril de 2010

Trabalho avalia sedentarismo entre profissionais de saúde

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina e da Universidade Federal de Pelotas analisaram a ocorrência de sedentarismo e verificaram fatores a ele associados em profissionais de saúde de 240 unidades básicas de saúde (UBS) nas regiões Sul e Nordeste do Brasil. Para o estudo, publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, foram analisados 3.347 trabalhadores e a prevalência de sedentarismo encontrada foi de 27,5%. A pesquisa também apontou um maior percentual de sedentarismo em profissionais que trabalham em municípios de grande porte e têm alto nível socioeconômico.
Com relação às regiões do país, os profissionais se mostraram mais sedentários em municípios com mais de 500 mil habitantes, tanto no Sul (33,8%), quanto no Nordeste (28,8%). Nos municípios com menos de 200 mil habitantes as prevalências variaram de 24% no sul a 21,8% no nordeste.
Fonte: Fiocruz

sábado, 10 de abril de 2010

CFM cobra cancelamento de termos de ajustamento de conduta que permitem o exercício ilegal da medicina no Acre

Nota de repúdio do CFM aos termos de ajustamento de conduta que permitem o exercício ilegal da medicina no Acre:
O Conselho Federal de Medicina (CFM) declara publicamente seu repúdio à assinatura de termos de ajustamento de conduta entre o Ministério Público do Estado do Acre e prefeituras locais acreanas que permitem o exercício ilegal da Medicina por pessoas sem o devido registro profissional, ato denunciado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Acre (CRM-AC) que coloca em risco a saúde da população.
A graduação em Medicina reconhecida por universidade brasileira e a devida inscrição no Conselho Regional do respectivo Estado são condições essenciais para o exercício profissional, sem a qual a prática se configura crime. A pena aplicável é detenção, de seis meses a dois anos, conforme previsto no Código Penal, em seu artigo 282. Para o CFM, o problema de acesso da população aos médicos não pode ser solucionado com medidas tomadas ao arrepio da lei. O tema enseja um debate profundo e urgente, envolvendo profissionais e gestores do Sistema Único de Saúde, amparado no que a legislação determina. Por fim, o CFM cobra do Ministério Público o cancelamento imediato dos termos assinados no Acre, e dos gestores do SUS propostas concretas para a solução dos graves problemas de assistência em saúde, atentas às carências da sociedade e aos anseios dos profissionais de medicina.
Fonte: Portal Médico - CFM

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Estudos sugerem relação entre QI, consumo de álcool e fumo

Estaria o grau de inteligência de uma pessoa relacionada com vícios condenáveis como cigarro e bebida? Duas pesquisas, uma conduzida na Inglaterra e outra em Israel dizem que, sim, mas cada uma da uma justificativa diferente para seu caso. Já que de um lado temos como resultado que pessoas mais ignorantes fumam mais e, por outro, que mulheres mais cultas bebem mais.
Mark Weiser, do Centro Médico Sheba, do Hospital Tel Hashomer, em Israel, mostrou que aqueles que fumam mais de 20 cigarros ao dia acabam indo pior do que os não fumantes em testes de QI. Estudando 20 mil jovens, a pesquisa viu que os fumantes inveterados ficam com uma média de 94 pontos no teste, enquanto os não fumantes pontuam 101 _enquanto a faixa geral está entre 84 e 116. Até mesmo irmãos que receberam a mesma criação apresentam diferença de desempenho no teste quando um tem o vício do tabaco, e o outro não. O problema está em como chegar a uma conclusão em cima dos resultados. Os próprios médicos envolvidos não conseguem dizer se fumar diminui a inteligência ou se pessoas de QI reduzido acabam tomando péssimas decisões a respeito de sua saúde, e aí envolvendo também consumo de drogas, comida não-saudável e falta de prática de exercícios.
Já na Inglaterra, pesquisadores da London School of Economics estudaram a vida de milhares de mulheres de 39 anos, nascidas na mesma semana em 1970. Eles concluíram que as mais inteligentes foram aquelas com mais problemas com o álcool. Para chegar a isso foram conduzidas entrevistas e recuperados os históricos escolares desde a tenra infância. Interessantemente, quando analisados os dados dos homens, não houve diferença significativa entre QI e consumo de bebida e, com isso, as autoras do estudo, Francesca Borgonovi e Maria Huerta, arriscaram algumas explicações. Mulheres mais inteligentes e com mais estudo acabam se tornando mais ativas socialmente e trabalhando em ambientes dominados por homens, ambos com uma cultura própria em relação à bebida. Além disso, essas garotas acabam sendo mães mais tarde em detrimento de sua vida profissional. Mesmo na faculdade, a exposição ao álcool acaba sendo bem maior do que em relação a aquelas que decidiram não fazer o curso superior.
De qualquer maneira, ambas as pesquisas servem de base para direcionar as campanhas governamentais de combate ao abuso das substâncias e a forma como a comunicação deve ser feita. No fundo não é uma questão de QI e, sim, de bom senso.
Claudio R. S. Pucci - Terra Saúde

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Mamógrafo é pouquíssimo utilizado na Saúde Pública

A maioria dos mamógrafos em funcionamento em serviços públicos no Brasil teve baixa produtividade entre maio de 2008 e abril de 2009, aponta a Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). Apenas 5% desses locais (23 em 435 unidades) atingiram o parâmetro considerado ideal pelos técnicos do tribunal: 25 mamografias por dia, ou mais. A média em todo o país foi de 9,8 exames por dia.
De acordo com o Programa Mais Saúde, o governo tinha como meta ofertar a 60% das mulheres entre 50 e 69 anos - 7 milhões de exames, aproximadamente. Entretando, a pesquisa constatou que, mesmo descontando as mulheres atendidas por planos de saúde, a produção atual deixa pelo menos 15% sem cobertura. Entre os principais obstáculos indicados pelo TCU está a falta de funcionários para operarem os aparelhos e fazer laudos e a falta de manutenção das máquinas. Em questionários feitos em múnicipios pelo TCU, foi apontado que 15 unidades admitiam nunca ter utilizado os mamógrafos disponíveis por conta de problemas com infraestrutura.
Fonte: Saúde Business Web

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cigarros: indústria busca alternativas a restrições

O ano de 2009 não foi dos melhores para as indústrias de cigarro no Brasil. A Lei Antifumo paulista passou a restringir o tabaco em lugares fechados e de uso coletivo no maior mercado consumidor do País, obstáculo que se somou a um novo aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre os cigarros. Passado um ano da aprovação da lei paulista e do anúncio do aumento do IPI, contudo, as principais fabricantes já reportaram crescimento de ganhos e receitas. E manterão as estratégias em 2010. A Souza Cruz, líder no mercado nacional, com 63% de participação, perdeu volume de vendas em 2009, mas seu lucro líquido cresceu 18,8% em comparação com o ano anterior, para quase R$ 1,5 bilhão. A receita líquida, por sua vez, avançou 9,3%, para R$ 5,8 bilhões. Os bons resultados, de acordo com a empresa, foram garantidos por três fatores: aumento de 22% dos preços, valores em dólar mais atrativos (no caso das exportações) e maior participação de cigarros da linha "premium" nas vendas. A gigante Philip Morris, maior empresa privada dessa indústria no mundo, reduziu globalmente o volume de cigarros produzidos em 1,5% no último ano. Em seus demonstrativos financeiros, a companhia não apresenta os números exclusivos do Brasil, mas a região da América Latina e Canadá – da qual o Brasil é um dos principais mercados – foi a que mais ampliou sua receita líquida, com crescimento de 14,7%.
O Brasil também está entre os países em que a participação de mercado foi “de estável a crescente”, segundo a empresa. Atualmente, a Philip Morris detém 14% do mercado brasileiro de cigarros. Tudo isso ocorreu em um cenário de menos consumo do produto – o que explica a estratégia de priorizar as linhas “premium”, mais caras. Segundo dados apurados pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), foram consumidos 94,7 bilhões de cigarros no Brasil em 2009. O volume é cerca de 10% menor que o registrado no ano anterior, quando o consumo chegou a 105,6 bilhões de unidades. As medidas que contrabalançaram a maior restrição ao tabaco e a elevação dos impostos garantiram receita maior, mas a indústria continuará a enfrentar percalços em 2010, segundo analistas. “O setor até teve lucro maior, mas perdeu em volume, e isso tende a se repetir neste ano”, diz Cauê Campos, analista da SLW Corretora. Renato Prado, analista da Fator Corretora, afirma que os papéis da Souza Cruz perderam atratividade na bolsa de 2009 pra cá e não estão sendo recomendados.
Para 2010, a saída encontrada pela Souza Cruz é continuar investindo em produtos com maior valor agregado. “A linha ‘premium’ corresponde a 28% das nossas vendas. Queremos crescer ainda mais nesse segmento”, disse Luís Rapparini, diretor financeiro da companhia, em apresentação a investidores. A marca mais vendida da companhia no Brasil é o Derby. A estratégia de dar prioridade a cigarros mais caros fica perceptível quando se faz uma comparação histórica do setor: em 2003, segundo a ACT, o preço médio de um maço de cigarros era de R$ 2,40. O custo médio passou a R$ 3,30 no ano passado. O aumento também tem relação com os três reajustes do IPI sobre o produto estabelecidos nesse período. A Philip Morris já afirmou que pretende aumentar os pontos de distribuições no País e ampliar o portfólio de produtos para ganhar terreno no mercado brasileiro. Sua principal marca é o cigarro Marlboro.
Reportagem: Daniela Barbosa, iG São Paulo

segunda-feira, 5 de abril de 2010

E agora?

Café da manhã gorduroso pode ser mais saudável, diz pesquisa

Uma pesquisa publicada no International Journal of Obesity concluiu algo inédito: um café da manhã gorduroso pode trazer mais benefícios à saúde do que um desjejum de frutas e cereais. Cientistas descobriram que a refeição matinal é capaz de programar o metabolismo para o resto do dia e, sendo assim, a refeição calórica logo pela manhã ajudaria o organismo a "queimar" gordura durante a jornada.
"Se ingerirmos uma refeição rica em carboidratos, ela irá promover a utilização dos mesmos durante todo o dia. Mas se, em vez disso, o café da manhã for rico em gordura, pode-se transferir a utilização de energia dos carboidratos para a gordura", explicou o Dr. Martin Young da Universidade de Alabama em Birmingham, segundo reportagem do jornal inglês Daily Telegraph.
O dito popular "café da manhã como rei, almoço de príncipe e jantar de plebeu" parece se confirmar. Cobaias que foram alimentadas de maneira gordurosa na primeira refeição mantiveram-se saudáveis, enquanto aquelas que tiveram carboidratos pela manhã e gordura à noite não se saíram tão bem nas pesquisas. Na mesma reportagem, o professor Molly Bray acrescentou: "Os estudos concluíram que, quando se quer ser realmente eficiente na resposta a diferentes tipos de refeições durante o dia, uma refeição gordurosa pela manhã é uma boa escolha".
Fonte: VEJA Saúde

sábado, 3 de abril de 2010

Feliz Páscoa

A todos os leitores uma feliz páscoa, com os votos de que cada um de nós possa refletir e compreender o conceito de "passagem" representado por esta celebração tão antiga e rica em simbolismos.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Santa Catarina é o maior consumidor de sibutramina no país

Santa Catarina é o maior consumidor nacional de sibutramina, substância usada em medicamentos para emagrecer e que passou a ter um controle mais rígido desde terça-feira. Especialistas dizem que há duas hipóteses para justificar os dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ): ou os catarinenses são muito preocupados com a imagem ou há um abuso na prescrição do remédio. As informações, relativas a 2009, são do primeiro relatório do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Além da sibutramina, Santa Catarina está entre os que mais consomem anfepramona, femproporex e mazindol — anfetaminas usadas para emagrecer. Os dados são altos também porque há no Estado muitas farmácias e drogarias cadastradas no SNGPC. Com 73,8% de participação, é o quinto colocado. Com 77%, o Rio Grande do Sul é o primeiro. Mesmo assim, os vizinhos gaúchos só ficam na frente no consumo de mazindol. O estudo sugere um abuso na hora de prescrever a medicação. Entre os 10 médicos que mais receitam sibutramina, por exemplo, está um especialista em tráfego.
— O médico do tráfego avalia as condições dos paciente que vão tentar uma carteira de motorista. Embora não seja proibido, não é coerente que um médico prescreva um medicamento que não está diretamente relacionado ao seu campo de atuação — explicou a farmacêutica Márcia Gonçalves, coordenadora do SNGPC.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) em Santa Catarina, Alexandre Hohl, o Estado não tem grandes problemas com a prescrição:
— Temos uma medicina consciente. Há um caso ou outro de maus prescritores. A maioria prescreve muito bem, até de outras especialidades.
Outra hipótese para o alto consumo do medicamento pode estar associada ao cuidado do catarinense com a imagem. Na Clínica Biocentro, em Florianópolis, cerca de 400 clientes procuram, todo mês, o endocrinologista Rodrigo Caldeira de Andrada Costa. O especialista calcula que de 30% a 35% estão interessados em emagrecer.
— Não sei por quê Santa Catarina tem alto uso de medicamentos para emagrecer. Talvez porque a população esteja mais preocupada com a estética ou por ter um poder aquisitivo maior para fazer este tipo de tratamento — opina.
A diretora Estadual de Vigilância Sanitária Raquel Bittencourt solicitou informações sobre quais os médicos, farmácias, drogarias e municípios que mais prescrevem o medicamento para planejar uma fiscalização. Os dados serão recebidos na semana que vem. Ela concorda com o endocrinologista Costa e acha que há uma relação entre o número de prescrições e a preocupação com a imagem.
— Há muita prescrição do medicamento porque as pessoas estão muito preocupadas com a imagem.
A diretora lembra de um estudo para mostrar essa visão. Há quatro anos, uma pesquisa realizada em Florianópolis mostrou que quem menos receitava remédios para emagrecer eram os endocrinologistas, justamente o especialista no assunto.
Vai ficar mais difícil comprar os medicamentos que contêm sibutramina. Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na terça-feira muda a tarja do medicamento de vermelha para preta. Eles eram vendidos com receita branca (de controle simples - C1) e, agora, passam a ser comercializado com a receita azul (de controle especial - B2). A decisão foi tomada pouco mais de dois meses depois de a Europa suspender a venda da substância, com base em um estudo que ligou o remédio ao maior risco cardíaco em pessoas propensas. As empresas detentoras de registro do medicamento terão um prazo de 180 dias para mudar as bulas e as embalagens.
Reportagem: Maurício Frighetto - Diário Catarinense