"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz 2010

Esperamos sinceramente que o próximo ano nos traga toda a alegria represada, toda a felicidade requerida, toda a saúde desejada e toda a paz almejada por todo e para todo o mundo.
Feliz 2010 para todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, contribuiram para a existência deste blog. Muito obrigado a todos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Dominar pandemia de gripe pode levar um ano, diz OMS

A pandemia da gripe H1N1 talvez só seja dominada em 2011, disse a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, em entrevista publicada nesta terça-feira pelo jornal suíço Le Temps.
"Acho que devemos continuar prudentes e observar a evolução da pandemia ao longo dos próximos 6 a 12 meses antes de cantar vitória. É cedo demais para dizer que passamos do auge da pandemia de gripe em escala mundial. O inverno (boreal) ainda é longo", disse ela.
Chan disse também que o mundo ainda não está preparado para combater uma eventual pandemia do vírus H5N1, da gripe aviária. Ela enfrentou surtos dessa doença, mais letal que a gripe suína, quando era secretária de Saúde de Hong Kong.
"Digo sem hesitação: não estamos nada preparados. Realmente espero que o mundo jamais tenha de enfrentar uma pandemia de gripe aviária", afirmou.
O H1N1 já se espalhou por mais de 200 países, deixando quase 12 mil mortes confirmadas por exames de laboratório. Chan disse, no entanto, que provavelmente vai levar dois anos para que se possa estabelecer o número real de vítimas fatais.
Agência Reuters

Carreira de Estado será um dos focos prioritários do CFM

Carreira de Estado deverá ser um dos temas de maior relevo na agenda da Comissão Nacional Pró-SUS, que agrega as três entidades médicas nacionais – Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
Os integrantes da executiva da Comissão decidiram, em reunião na sede do CFM, em Brasília (DF), dia 17 de dezembro, reforçar as lutas empreendidas pelo grupo em 2009, como implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) no Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentação da Emenda Constitucional 29, Plano de Carreira Médica e piso salarial.
Além dos mencionados, um item da pauta que deve receber reforço em 2010, de acordo com o coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS e 2º vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá. É a luta para que a medicina seja reconhecida como carreira de estado. “Isso, entre outros aspectos, atribuirá ao Estado um papel regulador para suprir áreas carentes de médicos”, comenta Tibiriçá.
As entidades médicas nacionais querem aprofundar os debates sobre o tema para estabelecer em que moldes esse reconhecimento da medicina como carreira típica de estado poderia beneficiar a sociedade. Para tanto, está prevista, em abril de 2010, a realização de um Fórum para discutir o tema. “Esse fórum é essencial para estudarmos as bases da proposta e termos um posicionamento para negociarmos com os gestores”, explica o corregedor do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e membro da Comissão, Roberto Tenório de Carvalho.
Ato político durante o ENEM 2010 – A atuação da Comissão Nacional Pró-SUS será também no sentido de viabilizar o Encontro Nacional de Entidades Médicas (ENEM), marcado para 2010. O objetivo do encontro é buscar a unidade dos médicos e de suas várias representações em relação a pauta do movimento médico. Estima-se a presença de 400 lideranças médicas. Os membros da Executiva planejam, na ocasião, um ato político. Detalhes serão definidos nas próximas reuniões do pleno da Comissão Nacional Pró-SUS.
Fonte: Portal Médico - CFM

Descriminalização da ortotanásia volta ao debate na imprensa

No ultimo dia 26, o jornal Folha de S. Paulo publicou artigo com a posição do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o projeto de lei que descriminaliza a ortotanásia. O texto assinado pelo 1º vice-presidente da entidade, Carlos Vital, observa que “na medicina, tornou-se possível prolongar de maneira indefinida o processo de morte, à custa de transformação do direito à vida em dever de sofrimento”.
Vital cita como exemplo de “respeito ao direito daqueles que desejam seguir sua jornada” o caso do papa João Paulo 2º, Karol Wojtyla, que recusou sua internação e permaneceu em casa, aguardando sua passagem em paz e com dignidade.
Em tramitação no Senado há nove anos, o projeto de lei do senador Gerson Camata (PMDB-ES) que legaliza a ortotanásia (PLS 116/00) foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) no dia 2 de dezembro. Aprovado em decisão terminativa, seguiu para a Câmara dos Deputados.
Fonte: Portal Médico - CFM

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

São Nicolau, mais conhecido como Papai Noel


Papai Noel é uma figura lendária que, em muitas culturas ocidentais, traz presentes aos lares de crianças bem-comportadas na noite da Véspera de Natal, o dia 24 de dezembro, ou no Dia de São Nicolau (6 de dezembro). A lenda pode ter se baseado em parte em contos hagiográficos sobre a figura histórica de São Nicolau. Uma história quase idêntica é atribuída no folclore grego e bizantino a Basílio de Cesareia. O Dia de São Basílio, 1º de janeiro, é considerado a época de troca de presentes na Grécia.
Enquanto São Nicolau era originalmente retratado com trajes de bispo, atualmente Papai Noel é geralmente retratado como um homem rechonchudo, alegre e de barba branca trajando um casaco vermelho com gola e punho de manga brancos, calças vermelhas de bainha branca, e cinto e botas de couro preto. Essa imagem se tornou popular nos EUA e Canadá no século XIX devido à influência do caricaturista e cartunista político Thomas Nast. Essa imagem tem se mantido e reforçado por meio da música, rádio, televisão e filmes.
Reza uma lenda que Papai Noel mora no extremo norte, numa terra de neve eterna. Na versão americana, ele mora em sua casa no Polo Norte, enquanto na versão britânica frequentemente se diz que ele reside nas montanhas de Korvatunturi na Lapônia, Finlândia. Papai Noel vive com sua esposa Mamãe Noel, incontáveis elfos mágicos e oito ou nove renas voadoras. Outra lenda popular diz que ele faz uma lista de crianças ao redor do mundo, classificando-as de acordo com seu comportamento, e que entrega presentes, como brinquedos ou doces, a todos os garotos e garotas bem-comportados no mundo, e às vezes carvão às crianças malcomportadas, na noite da véspera de Natal. Papai Noel consegue esse feito anual com o auxílio de elfos, que fazem os brinquedos na oficina, e das renas que puxam o trenó.
O personagem foi inspirado em São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira na Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. Sua transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo inteiro.
Há bastante tempo existe certa oposição a que se ensine crianças a acreditar em Papai Noel. Alguns cristãos dizem que a tradição de Papai Noel desvia das origens religiosas e do propósito verdadeiro do Natal. Outros críticos sentem que Papai Noel é uma mentira elaborada e que é eticamente incorreto que os pais ensinem os filhos a crer em sua existência. Ainda outros se opõem a Papai Noel como um símbolo da comercialização do Natal, ou como uma intrusão em suas próprias tradições nacionais. Outros apontam a tradição de Noel como um bom exemplo de como as crianças podem aprender que podem ser deliberadamente enganadas pelos mais velhos, o que ajudaria a ensiná-las a ser cuidadosas em aceitar qualquer outra superstição ou crença infundada.

Natal

Para alguns, sinônimo de festas. Para outros, folgas de fim de ano. Para alguns, ainda, tempo de reflexão e mudanças, tempo de vida nova, renascer - conforme a etimologia da palavra.
Independentemente de qual seja o sentido que você adota para o Natal, viva-o de forma feliz e intensa, não deixando que os pequenos tropeços do dia-a-dia lhe abatam e tragam tristezas para dentro de casa. Que as quedas sejam seguidas do necessário levantar e olhar pra frente, deixando as pedras no caminho para trás.
Natal é tempo, sim, de nova vida, novo amanhecer, assumir e rever erros, consolidar acertos, mudar o que não está bom e fortificar aquilo que deu certo. Tempo de desculpar-nos com aqueles que fizemos sofrer e desculparmos os que nos magoam.
Tenham todos um Feliz Natal, cheio de paz e alegrias. Gostaria que o Papai Noel trouxesse, no saco vermelho que lhe acompanha sempre, cada um dos seus pedidos especiais, cada um dos seus desejos, cada uma das suas necessidades. Basta que acreditemos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Estudo revela que 1.867 municípios não têm atendimento de urgência do SUS

A população de 1.867 municípios brasileiros (33,5% de um total de 5.562) não conta com estabelecimentos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento de urgência. A Região Sudeste concentra a maioria dessas cidades (31,7%). Em seguida, vêm o Nordeste (29%), o Sul (24,2%), o Centro-Oeste (9,2%) e o Norte (5,9%).
Em 428 municípios do país, não há médicos que atendem pelo SUS. Os dados fazem parte do estudo Presença do Estado no Brasil: Federação, Suas Unidades e Municipalidades, divulgado hoje (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo a pesquisa, até abril deste ano, duas cidades em todo o país não contavam com atendimento ambulatorial do SUS: Paraíso, em São Paulo, e Mimoso, em Goiás. De acordo com o estudo, em 1.875 municípios não há unidades públicas de internação.
Além de saúde, o estudo traz dados sobre indicadores básicos, Previdência Social, educação, assistência social, trabalho, bancos públicos, infraestrutura, segurança pública e cultura.
Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tomografia aumenta riscos de desenvolver câncer

Um estudo americano divulgado na publicação Archives of Internal Medicine chamou a atenção para um tema bastante discutido no setor médico e ainda carregado de muitas controvérsias: a tomografia computadorizada pode aumentar os riscos de se desenvolver câncer? Segundo a recente pesquisa, sim.
Os cientistas afirmaram que, em alguns tipos de pacientes e alguns tipos de tomografia, até 1 em 80 cada pacientes pode ter câncer por ser exposto ao exame. Esse índice é consideravelmente maior do que a difundida estatística de geral 1 para 1000. Se as conclusões dos pesquisadores estiverem corretas, milhares de casos de câncer podem estar diretamente relacionados aos procedimentos que envolvem a utilização de emissões eletromagnéticas no diagnóstico de doenças. A tomografia computadorizada é mais popular nos Estados Unidos do que na Europa e é indicada em casos nos quais os médicos necessitam da tecnologia para "reconstruir" tridimensionalmente órgãos internos, vasos, ossos e tumores.
O uso indiscriminado de aparelhos de raio X, em especial a tomografia, já é considerado pela comunidade médica um agravante para quem tem qualquer predisposição de desenvolver a doença. Entretanto, o novo estudo mostra que os riscos são maiores do que os tomados anteriormente como referência.
"Em nosso estudo, percebemos que os riscos de certos pacientes desenvolverem câncer, se expostos a certos tipos de 'escaneamento', são maiores do que os já divulgados. Isso significa que 1 em 80 pessoas nessas condições ficam doentes por conta do procedimento tecnológico", afirmou a pesquisadora Rebecca Smith-Bindman, da Universidade da California.
Fonte: VEJA Saúde

sábado, 12 de dezembro de 2009

III Fórum de Ética Médica do CREMESC

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina, realizará nos dias 19 e 20 de março de 2010, o "III Fórum de Ética Médica do CREMESC", voltado à discussão de temas atuais de ética médica. Será uma oportunidade para trocar ideias com seus colegas e com seu Conselho Profissional. Agende-se desde já e participe!
PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR:
- A medicina hoje e no futuro: O papel e projetos do CFM.
- O novo Código de Ética Médica.
- Os processos e sindicâncias no CREMESC: principais infrações.
- Auditoria e perícia: conceitos, atribuições e limites.
- Ensino da medicina fora da faculdade: para alunos, residentes e educação continuada.
- Admissão do corpo clínico.
- Ética cooperativista x ética médica.
- Telemedicina: situação atual e perspectivas.
- Cuidados paliativos e princípios bioéticos.
- Penalidades administrativas, éticas, cíveis e criminais: situação atual.
Local: Hotel Mercure Itacorubi - Rodov. Admar Gonzaga, nº 600 - Florianópolis - fone: (48) 3231-1700
Informações: (48) 3952-5000

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Justiça confirma: plantonistas não são obrigados a realizar exames de corpo de delito

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) publicou acórdão afirmando a não obrigatoriedade de médicos do pronto-socorro do Hospital Municipal de Monte Carmelo (MG) atuarem como peritos em vítimas de crimes. A decisão foi publicada em 13 de novembro e é uma resposta do Poder Judiciário, em 2ª instância, ao mandado de segurança interposto pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG) contra portaria do delegado de Polícia da cidade, que obrigava médicos plantonistas a realizarem exames de corpo de delito, sob pena de responsabilização administrativa e criminal.
A decisão judicial está em conformidade com o Código Penal, a Lei de Contravenções Penais e o Código de Ética Médica, que em seus artigos 102 e 103, esclarece sobre a violação do sigilo profissional. E, por isso, o acórdão resguarda os direitos da classe médica na atuação profissional.
Segundo a conclusão da relatora do processo, desembargadora Heloísa Combat, “é inadmissível a nomeação, de forma ampla e genérica, por Portaria editada pelo delegado de Polícia, de todos os médicos plantonistas do pronto-socorro municipal, sendo necessário que a indicação se dê para determinado caso específico e que haja aceitação do profissional”. A desembargadora explica ainda que o Código Penal prevê a nomeação de pessoas idôneas, na falta de perito oficial, mas classificou como abusiva a designação dos médicos plantonistas: de forma ampla, geral e por tempo indefinido. A nomeação deveria se dar individualmente, sendo necessário, antes de tudo, a aceitação por parte do médico indicado. O CRMMG propôs também um mandato de segurança contra decisão do juiz da Comarca de Matias Barbosa. O processo encontra-se no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, aguardando manifestação do desembargador federal quanto ao pedido de liminar que suspenda os efeitos da decisão do juiz de Matias Barbosa.
A portaria foi expedida pela Polícia Civil de Monte Carmelo em 27 de março de 2008. De acordo com o documento, a inexistência de Instituto Médico-Legal na cidade e a inviabilidade do encaminhamento dos pacientes para outros municípios seriam justificativas para que médicos do pronto-socorro fossem designados para fazer exames de corpo de delito. O CRMMG propôs um mandado de segurança contra a portaria, que foi aceito pelo Tribunal de Justiça do Estado. A portaria desconsiderou as especificidades de atuação do médico perito, além de prejudicar o atendimento de saúde da cidade já que médicos optaram por pedir demissão para não serem obrigados a fazer perícias e outros se sentiram intimidados em assumir as vagas no hospital.
Nota do CRMMG - O acórdão do Tribunal de Justiça representa uma vitória para a classe médica, pois garante o sigilo profissional e resguarda o direito do médico de recusar justificadamente a atribuição de perícia. Porém, é importante destacar que a decisão refere-se exclusivamente ao Hospital Municipal de Monte Carmelo não sendo extensiva a casos semelhantes em outras instituições de saúde. Situações análogas deverão ser examinadas, caso a caso, pelo Poder Judiciário. Importante destacar que a referida decisão é um relevante precedente para outras discussões jurídicas desta natureza.
Fonte: Portal Médico - CFM

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

OMS: mais de 94% da população mundial está exposta a fumo passivo

Em seu relatório sobre a Epidemia Global do Tabaco, a OMS disse que políticas antifumo são cruciais para reduzir o dano causado pelo fumo passivo, que estaria matando prematuramente 600 mil pessoas por ano, além de causar doenças incapacitantes e prejuízos de dezenas de bilhões de dólares.
O relatório, no entanto, aponta alguns progressos. Em 2008, cerca de 154 milhões de pessoas (2,3% do total mundial) foram beneficiadas por novas leis antifumo. Mas os governos ainda precisam agir com rapidez para evitar muitas outras mortes.
"O fato de mais de 94% das pessoas continuarem desprotegidas por leis antifumo abrangentes mostra que é preciso muito mais trabalho", disse Ala Alwan, especialista da OMS em doenças não-transmissíveis.
Há provas científicas irrefutáveis de que a exposição à fumaça de cigarros causa morte e doenças graves. Nas últimas quatro décadas, a prevalência de fumantes caiu em países ricos, mas vem crescendo em grande parte do mundo em desenvolvimento. A OMS disse que em 2008 sete países --Colômbia, Djibuti, Guatemala, Maurício, Panamá, Turquia e Zâmbia-- adotaram leis abrangentes contra o fumo, elevando para 17 o total de países com tal legislação.
O tabagismo mata mais de 5 milhões de pessoas por ano no mundo. Em agosto, a Fundação Mundial do Pulmão estimou que o fumo possa matar 1 bilhão de pessoas neste século.
"A não ser que uma ação urgente seja tomada para controlar a epidemia tabagista, o número anual de mortes pode subir para 8 milhões até 2030", disse o relatório da OMS. "Mais de 80 por cento dessas mortes prematuras ocorrerão em países de renda baixa e média - em outras palavras, precisamente onde é mais difícil evitar e arcar com tais perdas tremendas."
A OMS apontou uma enorme carência de verbas nos esforços contra o tabagismo - para cada 173 dólares recolhidos em impostos sobre o tabaco, só 1 dólar é gasto em medidas para tentar ajudar a população a parar de fumar.
Os avanços na proibição da propaganda e na taxação de cigarros pararam, disse o relatório, e 95 por cento das pessoas vivem em lugares onde o imposto representa menos de 75 por cento do preço de varejo do produto. A OMS conclamou os governos a implementarem as regras da sua convenção-quadro sobre o controle do tabagismo, assinada por 170 países. Essa convenção prevê medidas para evitar o consumo direto de cigarros e o fumo passivo, para oferecer apoio a quem quiser deixar o hábito, para proibir a publicidade e para elevar impostos sobre o tabaco. No momento, menos de 10% da população mundial está coberta por alguma dessas medidas, segundo a OMS.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Karl Wernicke



Karl Wernicke (15 de Maio de 1848 em Tarnowitz, Silesia, Alemanha - 15 de Junho de 1905 em Gräfenroda) era médico, anatomista, psiquiatra e neuropatologista.
Pouco tempo após Paul Broca ter publicado seus achados em défictis de linguagem causados por danos ao que hoje é conhecido como área de Broca no cérebro, Wernicke passou a pesquisar os efeitos do traumatismo craniano na linguagem. Wernicke concluiu que nem todos os défictis de linguagem eram resultado de danos à área de Broca. Notou que lesões na região posterior esquerda do giro temporal superior resultavam em déficits na compreensão da linguagem. Esta região é hoje chamada de área de Wernicke e a síndrome associada é denominada afasia de Wernicke.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Coloboma

Coloboma, também chamado de síndrome dos olhos de gato, é uma malformação congênita, hereditária na forma de defeito ocular isolado, ou produzida pela ação de drogas ou agentes infecciosos, podendo atingir uma das estruturas de um ou de ambos olhos, tal como a íris, a coróide, a pálpebra, a retina e o nervo ótico. A patologia afeta uma a duas pessoas em cada dez mil.
O coloboma resulta do fechamento deficiente da fissura embrionária, na fase intra-uterina, durante o primeiro ou segundo mês de gestação. Consoante sua localização e extensão, o dano à visão poderá ser severo, ou não. Quando se limita à íris, não há problema, ao contrário do que ocorre quando a malformação atinge o nervo ótico e a retina. Uma fissura unilateral de uma pálpebra superior é o tipo mais comum de coloboma palpebral.
A menina inglesa Madeleine McCann, desaparecida desde 2007 em Portugal, possui um coloboma no olho direito.

domingo, 6 de dezembro de 2009

CFM comemora aprovação do projeto que legaliza a ortotanásia

O Conselho Federal de Medicina (CFM) comemorou a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, do projeto que legaliza a ortotanásia. De acordo com o presidente da entidade, Roberto Luiz d’Avila, o CFM está “plenamente” de acordo com o teor da proposta, elaborada pelo senador Gerson Camata (PMDB-ES). A matéria, aprovada em decisão terminativa na quarta-feira (2), segue agora para a Câmara dos Deputados.
Ortotanásia significa “a morte no momento certo, nem apressada como no caso da eutanásia e nem prolongada como no caso da distanásia”, de acordo com a publicação Cuidado Paliativo, do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). “Nós defendemos a mesma coisa, que as pessoas tenham direito de morrer com dignidade, principalmente aqueles casos de pacientes graves, com doenças incuráveis, em que a morte se aproxima, que não se use nenhum meio desproporcional, obstinado, que se respeite a vontade do paciente e se dê a ele apenas o conforto físico, psíquico e até mesmo espiritual”, explica o presidente do CFM. De acordo com o projeto, não será mais considerado crime deixar de fazer uso de meios ¨desproporcionais e extraordinários¨, em situação de morte iminente ou inevitável, no âmbito dos cuidados paliativos dispensados a paciente terminal. Para isso, no entanto, é necessário o consentimento do paciente ou, em sua impossibilidade, do cônjuge ou companheiro, ascendente (pais e avôs), descendente (filhos) ou irmão. Além disso, a situação de morte inevitável e próxima deve ser previamente atestada por dois médicos. Foram acatadas emendas do relator, senador Augusto Botelho (PT-RR), basicamente para aperfeiçoamento de redação.
Para Camata, excluir a ortotanásia da condição de ilicitude no Código Penal corresponde a garantir o direito que toda pessoa deve ter de humanizar seu processo de morte. Conforme o autor, isso representa evitar “prolongamentos irracionais e cruéis” da vida do paciente, para poupar o próprio doente e sua família de todo o desgaste que essa situação envolve. Camata salienta que, de forma geral, as religiões condenam a eutanásia, mas não são contrárias a ortotanásia. No caso da Igreja Católica, ele lembra que há manifestações favoráveis em três bulas papais. Na encíclica Evangelium Vitae, de 1995, o papa João Paulo II opõe-se ao “excesso terapêutico”, afirmando ainda que a renúncia a “meios extraordinários ou desproporcionados” para prolongar a vida não equivale ao suicídio ou à eutanásia. Ao contrário, o Papa diz que essa renúncia apenas exprimiria "a aceitação da condição humana defronte à morte".
Especialistas de diversas áreas também avaliaram o projeto, em audiência pública realizada pela CCJ no último mês de setembro. O debate revelou convergência de posições a favor da interrupção de tratamentos apenas para prolongar a vida de pacientes em fase terminal.

Livro com novo Código de Ética Médica será distribuído pelo CFM

O novo texto do Código de Ética Médica, aprovado em setembro, será editado na forma de livro e distribuído aos médicos, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A publicação terá ainda artigos assinados por membros da Comissão Nacional de Revisão do Código e contará o histórico deste processo. Também será incluída a íntegra da Resolução 1.931/2009, que aprova o documento com as normas e princípios éticos da medicina.
A decisão foi tomada na reunião da Comissão Nacional, realizada nesta sexta-feira (4). O grupo foi instituído em 2007 para revisar o Código de Ética Médica. O encontro deveria marcar o encerramento dos trabalhos, mas decidiu-se que o grupo continuará ativo pela necessidade de atualização constante das normas éticas da atividade. De acordo com o presidente do CFM, Roberto D´Avila, o grupo ajudará a responder possíveis dúvidas que surjam durante a etapa de implementação das regras.
O novo Código de Ética Médica foi aprovado em setembro, após dois anos de debates. O documento traz a atualização das normas e princípios éticos da medicina, considerando os avanços e conquistas resultantes das transformações sociais, técnicas e científicas ocorridas desde a publicação do Código atual, de 1988. As novas normas éticas da medicina entrarão em vigor em 13 de abril de 2010.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Campanha Nacional do Câncer da Pele

Link publicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia:

Para os brasileiros, pele bronzeada é sinônimo de beleza e saúde. No entanto, especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) advertem: a exposição ao sol de forma inadequada pode trazer inúmeros prejuízos à pele, além de ser responsável pelo câncer de maior incidência no Brasil - o da pele.
Mantendo seu compromisso de alertar a população sobre os perigos do câncer da pele, tipo de câncer mais comum no Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realiza, no dia 5 de dezembro, a 11ª edição de sua já tradicional Campanha Nacional de Prevenção, com cobertura simultânea em 23 estados.
Com o objetivo de superar a marca de 43.800 consultas alcançadas em 2008, a entidade inova com a extensão do tempo de campanha de seis para oito horas nos postos de atendimento ao redor do país. Mais uma novidade é o lançamento de um Tour de Prevenção, que acontecerá nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Outra ação pioneira será a tentativa de certificação da campanha pelo Guinness World Records - líder global do setor de recordes mundiais.
"Queremos atestar a campanha da SBD como a maior campanha médica do mundo realizada em um único dia", destaca o Dr. Omar Lupi, presidente da entidade, informando que todas as medidas já estão sendo tomadas junto ao grupo de fama internacional para que o feito seja alcançado e tenha sua autenticidade reconhecida.
A campanha será realizada das 8h às 16h, ininterruptamente, em hospitais públicos credenciados, postos de saúde e tendas montadas em pontos de grande circulação. Os pacientes serão atendidos pelas equipes médicas e, apresentando suspeita de câncer da pele, serão encaminhados para tratamento totalmente gratuito. Nos postos, estão previstas atividades educativas, como aulas expositivas que trazem orientações sobre fotoproteção e dicas de como suspeitar do câncer da pele. Os endereços dos locais de atendimento poderão ser consultados, a partir do dia 15 de novembro, pelo site da SBD (www.sbd.org.br) - e também pelo número 0800-7013187.
No ano passado, do total de pessoas examinadas, 65,4% confessaram tomar sol sem qualquer proteção e 10,8% foram diagnosticadas com câncer da pele. Cerca de 350 indivíduos, o que corresponde a 0,8% do total, apresentaram melanomas malignos - considerado o câncer da pele mais perigoso, pois está associado a metástases e, consequentemente, a maiores índices de letalidade. De acordo com a Dra. Selma Cernea, coordenadora nacional da campanha, o diagnóstico precoce é determinante para garantir a sobrevida nestes casos e assegurar a escolha do tratamento mais eficaz.
"A exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco do câncer da pele. Países como o Brasil estão mais expostos a esse tipo de doença e, por isso, é tão importante oferecer orientação a todos para diminuir a alta incidência e alcançar a cura", explica a dermatologista, informando que a população de pele clara está mais sujeita ao mal, mas nem por isso representantes de outras etnias devem se descuidar.
Este ano, a Sociedade Brasileira de Dermatologia também traz um inédito tour de prevenção nos meses de mais calor. Um caminhão volante percorrerá cerca de 10 mil quilômetros do litoral brasileiro, de 5 de dezembro a 7 de fevereiro, circulando por cidades litorâneas como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Camboriú, Vitória, Vila Velha, Maceió, Aracaju, Recife, Natal, João Pessoa e Salvador.
O caminhão contará com dois consultórios e diversas equipes voluntárias de dermatologistas da SBD, apoiadas por equipes de enfermagem da Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia (Sobende), que irão realizar diagnósticos, entre 9 e 15 horas e fornecer orientação para conscientizar a população sobre os riscos da exposição solar excessiva e a necessidade de utilizar a devida proteção contra os raios UV.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Congresso de MFC

A postagem anda em marcha lenta, porque desde ontem estamos participando do 10º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, na cidade de Florianópolis, no excelente Costão do Santinho. O Congresso está fora de série, com palestrantes de nível internacional e muitas atividades a escolher, como palestras, workshops, mini-conferências, mesas-redondas, oficinas e cursos. Quem não veio, está perdendo um evento que não fica nada a dever aos melhores congressos internacionais.
Parabéns à organização, principalmente ao atual presidente da SBMFC, o catarinense Gustavo Gusso, e ao presidente do Congresso, José Carlos Prado Junior.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A criação de Adão

A Criação de Adão é um afresco de 280 cm x 570 cm, pintado por Michelangelo Buonarroti por volta de 1511, que figura no teto da Capela Sistina. A cena representa um episódio do Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem: Adão.



Deus é representado como um ancião barbudo envolto em um manto que divide com alguns anjos. Seu braço esquerdo está abraçado a uma figura feminina, normalmente interpretada como Eva – que ainda não foi criada e, figuradamente, espera no céu para ganhar uma forma humana. O braço direito de Deus está esticado para criar o poder da vida de seu próprio dedo para Adão, o qual esta com o braço esquerdo estendido em contraposição ao do criador. Os dedos de Adão e de Deus estão separados por uma pequena distância.A composição é obviamente artística e não literal, já que Adão é capaz de alcançar Deus mesmo antes de ter ganho vida. Pela mesma razão, Eva é vista representada antes de sua própria criação. Esse motivo levou algumas pessoas a acreditar que a figura feminina fosse a primeira esposa mística de Adão, Lilith; Entretanto, essa interpretação não faz o menor sentido por Lilith também ter sido criada depois de Adão.As posições de Deus e Adão, a pintura do braço direito de Deus e esquerdo de Adão são quase idênticas e representam o fato de que, como diz o Gênesis 1:27, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. O dedo indicador de Adão, a mais famosa representação do afresco, não é de fato um trabalho de Michelangelo. Ele foi danificado durante reparos de um desabamento em meados do século XVI e foi repintado por um restaurador do Vaticano.
Similaridade anatômica
Existem várias teorias sobre o significado da composição original de "A Criação de Adão", levantadas principalmente por causa do amplo conhecimento que Michelangelo possuia em Anatomia. Em 1990, um médico chamado Frank Lynn Meshberger, em artigo no Journal of the American Medical Association, afirma que a figura em que Deus está apoiado tem o formato anatômico de um cérebro, incluindo o lobo frontal, nervo ótico, glândula pituitária e o cerebelo. Também observou que o manto vermelho de Deus tem o formato de um útero, e que a echarpe verde que sai de seu ventre poderia ser um cordão umbilical.

Primeiro aniversário

Hoje, 02 de dezembro, este blog completa um ano de vida, agradecendo de forma calorosa e sincera a todos os seguidores, colaboradores, leitores, comentaristas, enfim, todos os que, com carinho, dedicaram-se a tornar este espaço um local para a troca de conhecimentos e de idéias. Tudo aquilo que serve para engrandecer e abrilhantar a sabedoria humana deve ser considerado como fruto positivo em nossas vidas, e a presença de todos vocês neste espaço é um exemplo desta grandeza.
A idéia da criação do blog partiu da tragédia que se abateu sobre Santa Catarina em novembro passado, como forma de trazer informações rápidas e precisas sobre os desdobramentos da enchente. Rapidamente, a idéia inicial difundiu-se em troca de informações, idéias e curiosidades relacionadas à Medicina de Família, tornando-se um útil instrumento auxiliar da disciplina no 11º e 12º períodos.
Ao soprar a primeira velinha, torcemos para que o espírito inicial seja mantido e cada vez mais integrado aos usuários que, dia após dia, ocupam alguma parcela do seu tempo comentando, analisando ou simplesmente lendo as notícias aqui publicadas.
Obrigado a todos e um forte abraço!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Estudo mostra que risco de infecção pelo HIV por transfusão sanguínea no Brasil é dez vezes maior que nos países desenvolvidos

Um estudo conduzido por pesquisadores da Fundação Pró-Sangue em São Paulo afirma que uma em cada sessenta mil bolsas de sangue coletadas no Brasil pode estar contaminada com o HIV. Isso significa que o risco de uma pessoa contrair a infecção pelo vírus é cerca de dez vezes maior do que na maioria dos países desenvolvidos. Estima-se que entre 50 e 100 pessoas poderão ser contaminadas por meio de transfusões utilizando sangue dessas bolsas. Segundo os pesquisadores, o problema da contaminação das bolsas está relacionado com a falta de testes de biologia molecular para a triagem do sangue, o que reduziria o período de janela imunológica pela metade, bem como pelo fato de muitas pessoas recorrerem à doação de sangue apenas para saber se estão ou não infectadas pelo HIV. Segundo a fundação, o Brasil deverá iniciar o uso de testes de biologia molecular na triagem de sangue em 2010, com uma tecnologia nacional que está em fase final de desenvolvimento na Fundação Osvaldo Cruz – FIOCRUZ.

Relatório mostra crescimento de 56% no investimento dos países ricos no combate à AIDS em 2008

Segundo um relatório conjunto da UNAIDS e da kaiser Family Foundation, cerca de 7,7 bilhões de dólares foram efetivamente investidos pelos países ricos no combate mundial contra a AIDS em 2008. Cerca de 5,7 bilhões de dólares foram desembolsados diretamente (de forma bilateral e organizações multilaterais), 1,7 bilhão de dólares via Fundo Global de Combate à Tuberculose, AIDS e Malária, e 265 milhões de dólares por meio da iniciativa UNITAID. Desse total, cerca de 4 bilhões de dólares foi desembolsado pelos EUA, sendo que o Reino Unido foi o segundo maior doador, seguido por Holanda, França, Alemanha, Noruega e Suécia. Em 2007, esse valor foi de 4,9 bilhões de dólares, o que significou um aumento de 56% em 2008. Segundo o relatório, o desembolso dos países desenvolvidos para o combate à AIDS cresceu mais de cinco vezes no período de 2002 a 2008.

A história da AIDS contada pelos pacientes

O administrador de empresas Gerson Barreto Winkler recebeu, em 1986, aos 27 anos, a notícia que estava com AIDS e que teria, no máximo, mais seis meses de vida. Vendeu todos os seus bens em Porto Alegre para, depois desse diagnóstico, dar a volta ao mundo antes de morrer. Hoje, aos 50 anos, Gerson está saudável e vivo para contar a história de um dos poucos portadores do vírus HIV daquela época que sobreviveram à doença.
O administrador é um dos vencedores do concurso “Vidas em Crônica”, do programa de AIDS do Ministério da Saúde, que selecionou relatos de quem vive ou participa da vida de portadores do vírus e convive com essa epidemia. São histórias ambientadas nas décadas de 80, 90 e anos 2000 que traçam uma evolução da doença no país, os avanços no tratamento, com a chegada do coquetel de anti-retrovirais, e o aumento da sobrevida de quem tem AIDS. Gerson chegou a se aposentar por invalidez. Depois, virou um ativista da causa e conta como viveu aqueles dias: “Não tínhamos esperança”. O resultado positivo era uma declaração e condenação de morte. A pergunta era: Quanto tempo eu tenho? Na crônica vitoriosa, ele escreveu: “Cada vez que ouvia os dados da epidemia pensava: em qual desses números fui classificado? Em qual grupo de risco fui jogado? Eu me transformei num dado epidemiológico”.
Portadora do vírus, a pedagoga Maria (nome fictício) foi uma das vencedoras na categoria década de 90. Ela tem 48 anos e contraiu o vírus em 1992, depois de uma relação sexual sem preservativo – “Fiquei muito doente e estive três vezes internada à beira da morte. Era uma questão de quando ia morrer”. A pedagoga orgulha-se de ter sido a primeira vítima da AIDS a conseguir na justiça, em 1996, o direito a ter acesso a medicamentos, na época todos importados. Hoje, reclama dos efeitos colaterais dos ARV: “Os remédios atacam feio nas mulheres. Deixam a gente com aspecto feio, rosto e perna fina e barriga e seios enormes”.
Alice Belém de Oliveira é enfermeira e trabalha com portadores do HIV no Rio de Janeiro. Sua história está entre as premiadas. Ela contou o drama da 1ª morte de uma criança com AIDS, que testemunhou, em 1987. “Sentei-me ao lado daquele leito e, segurando naquelas mãos já frias e pálidas, orei e pedi a Deus que permitisse que crianças-anjos vivessem neste mundo. Chorei um choro que estava reprimido há anos, desde que perdi meu primeiro paciente de AIDS. Duas décadas se passaram, perdi alguns pacientes para a AIDS, mas muitos conseguimos recuperar. Com avanço tecnológico, a qualidade de vida melhorou”.

ONU lança campanha “Igual a Você”

Iniciativa dá voz e notoriedade aos direitos humanos de gays, lésbicas, pessoas vivendo com HIV, população negra, profissionais do sexo, refugiados, transexuais, travestis e usuários de drogas. Igualdade de direitos é um chamamento à sociedade brasileira para o tema das discriminações que homens, mulheres e crianças vivem diariamente no Brasil. Esses são os objetivos da campanha “Igual a Você”, lançada no último dia 16 de novembro, no Rio de Janeiro, pelas Nações Unidas e sociedade civil.
Durante a cerimônia, as agências da ONU apresentaram um panorama da realidade de cada população estigmatizada, e mostraram os 10 filmes de 30 segundos que integram a campanha. Os filmes já estão disponíveis para veiculação em emissoras de televisão de todo o Brasil. Além disso, os vídeos receberam versões legendadas em inglês e espanhol, para possibilitar a disseminação internacional.
“Igual a Você” é uma campanha contra o estigma e o preconceito, dando voz e visibilidade aos direitos humanos das populações-alvo. Os filmes apresentam mensagens de lideranças de cada um dos grupos discriminados, levando em consideração as diversidades de idade, sexo, cor e etnia. Surge como uma iniciativa contra as violações de direitos e desigualdades, especialmente nas áreas de saúde, educação, emprego, segurança e convivência. Trata-se de uma oportunidade de sensibilização da sociedade brasileira para o respeito às diferenças que caracterizam cada um dos grupos sociais inseridos na campanha, reafirmando a igualdade de direitos.

Melhora dos dados sobre Aids dificulta trabalho de prevenção, dizem entidades

A melhora dos dados sobre Aids e a maior expectativa de vida para quem tem a doença prejudica o trabalho de prevenção, na avaliação de entidades e especialistas que atuam com prevenção e tratamento dos pacientes com HIV. Para os especialistas no assunto, o mais importante para combater a doença - nesta terça-feira (1º) é comemorado o Dia Mundial de Luta contra a Aids - é manter o trabalho de prevenção. Duas pesquisas apresentadas nesta semana trouxeram dados positivos. Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) mostraram que entre 2000 e 2008, o número de novas infecções caiu 17%. Segundo o órgão, as pessoas com Aids estão vivendo mais e cada vez menos gente adquire o vírus. Outro levantamento, o Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, do Ministério da Saúde, mostrou que o número de casos caiu nos grandes centros urbanos - embora tenha ocorrido um crescimento nas cidades pequenas.
Para a coordenadora de projetos da Sociedade Viva Cazuza, Christina Moreira, os jovens são os mais vulneráveis a novas infecções, mas descuidam da prevenção.
"Diariamente jovens iniciam sua vida sexual e muitos deles sem qualquer cuidado com prevenção de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids. Isso faz com que venham a ser mais vulneráveis para os novos casos de infecção. (...) Eles não viram o estrago que a Aids fez nos anos 80 e 90. Acham que a Aids é um problema resolvido, solucionado, e se forem contaminados, é só tomar um remedinho".
Coordenadora da área de prevenção da Associação para Prevenção e Tratamento da Aids (APTA) - entidade com apoio da Unesco, Terezinha Pinto concorda e avalia que no Brasil há um "cansaço" do uso do preservativo por parte dos jovens. "A impressão que se tem é que essa geração que não viu o boom da Aids banalizou essa questão. (...) Não se tem a ideia do que significa o tratamento." Christina Moreira, da Viva Cazuza, diz que a prevenção "já vem sendo colocada em segundo plano" pelas autoridades. "O Brasil fez uma opção de trabalhar na assistência ao portador do vírus da Aids. A medicação é gratuita para todos os pacientes e isso tem um custo monumental. A prevenção é sempre mais barata."
Para Terezinha, da Apta, é preciso atuar a longo prazo para que os índices não voltem a piorar: "Acho que não tem outra saída a não ser o trabalho a longo prazo, que trabalhe desde a educação infantil." O diretor adjunto do Departamento de DST Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, diz que a melhora dos dados é, na realidade, uma "estabilidade em patamares altos". Para ele, não há negligência nos serviços de prevenção. "O menor número de óbitos, ao contrário do que se pensa, não acarreta na negligência. Os dados apontam para o reforço da prevenção nos locais onde houve redução dos casos".
Barbosa diz que as mulheres jovens na faixa nos 13 aos 19 anos e jovens homossexuais e bissexuais são os mais vulneráveis. "A gente tem feito um trabalho grande de prevenção nas escolas, principalmente entre jovens do sexo masculino entre 13 e 24 anos, onde há uma tendência de aumento da epidemia. A maioria ainda vive sob uma máscara. Há um medo de revelar a sexualidade porque o contexto da escola ainda é homofóbico e isso prejudica os jovens". Para o diretor, o maior desafio em relação a Aids é vencer o preconceito contra os pacientes com a doença. "O maior desafio é fazer com que pessoas que vivem com HIV, Aids, estejam livre de preconceito e discriminação. Isso interfere tanto nas questões da prevenção, quanto na assistência. A segregação prejudica a ida das pessoas em vulnerabilidade para fazer teste".

Vacina anti-HIV atinge 31% de eficácia

A combinação de dois imunizantes que haviam falhado em testes anteriores teve sucesso parcial em teste clínico realizado na Tailândia. O produto ainda não é viável para uso numa campanha de vacinação – resultado do teste “é só um começo”, diz um infectologista americano.
A vacina foi testada em mais de 16 mil voluntários na Tailândia, conseguindo proteger uma minoria significativa deles contra infecção, diminuindo em 31% o risco de adquirir a doença. É a primeira vez que uma vacina – conhecida como RV144 – contra o HIV teve algum grau de sucesso, mesmo que parcial, num teste clínico. Os resultados da pesquisa foram divulgados há cerca de dois meses pelos parceiros responsáveis pelo teste: o exército dos EUA, o Ministério da Saúde Pública tailandês, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA e os donos das patentes das duas “metades” da vacina, a empresa Sanofi-Pasteur e a ONG Global Solutions for Infectious Diseases.
Segundo Anthony Fauci, diretor do instituto, dificilmente um cientista licenciaria uma vacina com eficácia abaixo de 70%. Contudo, “se você tem um produto que pelo menos confere um pouco de proteção, vale à pena examinar as amostras de sangue, descobrir qual resposta foi eficaz e direcionar a pesquisa a partir daí”, segundo ele.

O que é AIDS?

AIDS é uma deficiência no sistema imunológico, associada com a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV, provocando aumento na susceptibilidade a infecções oportunistas e câncer.
Transmissão:
- sangue, sêmen, secreção vaginal, leite materno;
- relações sexuais homo ou heterossexuais, com penetração oral, vaginal e anal, sem proteção da camisinha (transmitem também outras DST’s e hepatites);
- compartilhamento de seringas entre usuários de drogas injetáveis – UDI;
- transfusão de sangue contaminado;
- instrumentos que cortam ou furam, não esterilizados,
- da mãe infectada para o filho, durante a gravidez, parto e amamentação.
Tratamento:
Atualmente a terapia com os anti-retrovirais (ARV) proporciona melhoria da qualidade de vida, redução da ocorrência de doenças oportunistas, redução da mortalidade e aumento da sobrevida dos pacientes. Os ARV são medicamentos que suprimem agressivamente a replicação do vírus HIV.
Fique sabendo:
A AIDS não é transmitida pelo beijo, abraço, toque, compartilhamento de talheres, utilizando o mesmo banheiro, pela tosse ou espirro, praticando esportes, na piscina, praia e, antes de tudo, não se pega AIDS dando a mão ao próximo, seja ele soropositivo ou não.

1º de dezembro – combate ao preconceito e ao estigma!

Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial da Luta Contra a AIDS foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da ONU. A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/AIDS. A escolha desta data seguiu critérios próprios das Nações Unidas. No Brasil, a data passou a ser adotada a partir de 1988.
O preconceito e a discriminação contra as pessoas vivendo com HIV/AIDS são as maiores barreiras no combate à epidemia, ao adequado apoio, à assistência e ao tratamento da AIDS e ao seu diagnóstico. Os estigmas são desencadeados por motivos que incluem a falta de conhecimento, mitos e medos. Ao discutir preconceito e discriminação, o Ministério da Saúde espera aliviar o impacto da AIDS no país. O principal objetivo é prevenir, reduzir e eliminar o preconceito e a discriminação associados à AIDS. O Brasil já encontrou um modelo de tratamento para a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, que hoje é considerada pela OMS ma referência para o mundo.
Agora nós, brasileiros, precisamos encontrar uma forma de quebrarmos os preconceitos contra a doença e seus portadores e sermos mais solidários do que somos por natureza. Acabar com o preconceito e aumentar a prevenção devem se tornar hábitos diários de nossas vidas.

domingo, 29 de novembro de 2009

Tarja preta: dose, remédio ou veneno?

Interessante reportagem publicada neste final de semana no Diário Catarinense, realizada pela repórter Ângela Bastos, falando sobre o avanço das medicações de "tarja preta" no mercado farmacêutico brasileiro:
— Doutor, quero que o senhor me receite Rivotril.
— Por que você quer Rivotril? — pergunta o médico.
— Porque preciso estudar e passar em um concurso público.
O cenário é o consultório do psiquiatra Marcos Zaleski, em Florianópolis, especialista em dependência química pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e mestre em Psicofarmacologia no Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
— Não sei se tenho alguma doença. Insônia, sim. Uma colega de trabalho me deu Rivotril e foi ótimo.
O espaço é o balcão de uma loja no Bairro Kobrasol, em São José, na Grande Florianópolis. A atendente conta que a medicação devolveu-lhe a sensação de relaxamento, pois, mesmo depois de horas no MSN (programa de conversa simultânea pela internet) rolava na cama e não conseguia dormir. Como a caixinha do remédio terminou, foi consultar com a mesma médica da amiga. Argumentou problemas pessoais, em família e no trabalho. Conseguiu o que queria:
— A médica perguntou se eu já havia tomado algum remédio. Disse que não, mas que minha tia tomava Rivotril e que todo mundo notava melhoras nela.
No bairro Prainha, em Florianópolis, o assunto é parecido:
— Os filhos crescem e a gente não descansa enquanto não voltam para a casa. Só mesmo com calmante para se aquietar — conta a mulher, que toma a medicação receitada por uma médica do SUS.
Rivotril é o remédio da moda. Um tranquilizante do grupo dos benzodiazepínicos, usado para controlar a ansiedade. Está na ponta da língua de pessoas que utilizam algum medicamento tarja preta. Precisem deles ou não. Uma pesquisa do Ministério da Saúde aponta que o Rivotril é o segundo medicamento mais vendido no Brasil. A Secretaria de Estado da Saúde não tem levantamento sobre o consumo dos remédios com tarja preta no Estado. O órgão repassa valores de acordo com as exigências dos municípios, por meio da Assistência de Saúde Básica, e cada um tem autonomia para a compra dos medicamentos. Com mais de 20 anos de experiência no ramo, o médico Marcos Zaleski reclama:
— O profissional se pergunta o que está fazendo ali. O paciente acha que sabe o que tem e vem de casa com o nome da medicação.
Inversão de papéis, onde o médico deveria primeiro ouvir o paciente para depois dar o diagnóstico e recomendar o tratamento, é cada vez mais comum. Repete-se do consultório sofisticado ao centro de saúde da periferia. Na antessala do consultório ou na fila do SUS, outra conclusão: o paciente também se apoderou de expressões antes restritas à classe médica. Não importa se tem o curso superior ou séries primárias. O vocabulário inclui termos como fobias, ansiedade, pânico, déficit de atenção e transtornos mentais. A questão tornou-se mais evidente a partir dos anos 1990, quando os assuntos do cérebro romperam as barreiras científicas. Exames como ressonância magnética começaram a alimentar os pacientes com novas informações. A medicina mostrou às pessoas o que estava dentro de sua caixola. Fez mais: explicou a elas o efeito que determinada droga causa em algumas regiões do cérebro.
Houve outras mudanças. O modelo antes chamado simplesmente de loucura, passou a ser visto de forma diferente, como doença mental. Até os anos 1980, o psiquiatra era visto quase como um não-médico. Hoje, é comum um vestibulando dizer que fará Medicina para se dedicar à psiquiatria. É bom que façam isso. Previsões da Organização Mundial da Saúde indicam que a depressão, por exemplo, afeta 120 milhões de pessoas no mundo. É considerada a quarta enfermidade mais incapacitante. Um estudo feito em 1996 indicou que, em 2020, será a segunda doença entre a população, perdendo, apenas, para doenças isquêmicas do coração.
Mas não dá para esquecer de Paracelso. Médico e alquimista suíço, Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim avisou: a dose certa diferencia um veneno de um remédio. Já a psiquiatra Letícia Maria Furlanetto, professora no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina, sugere cautela:
— A questão nem é tanto a dose. Mas que exista um profissional para receitar, acompanhar e suspender o uso quando necessário. Fora disso, diz, a banalização é um demônio.
O que são as tarjas
* Tarja preta: informa que o medicamento é de alto risco, não pode ser consumido sem prescrição médica. A venda deste tipo de medicamento deve ser obrigatoriamente com a apresentação da receita médica.
* Tarja vermelha: de menor risco, embora também seja vendido apenas com receita médica. Não representa risco de vida, mas apenas de efeitos colaterais.
* Sem tarja: pode ser vendido sem a apresentação da receita médica, mas o consumidor deve manter os cuidados recomendados para os demais medicamentos.
A escalada do ansiolítico no Brasil
Em 1998, o ansiolítico da época, o Lexotan, estava em sexto no ranking dos mais vendidos. Dez anos depois, o Rivotril aparece em segundo lugar.
1998
1 - Cataflam (analgésico e anti-inflamatório)
2 - Novalgina (analgésico e antitérmico)
3 - Hipoglós (pomada contra assaduras)
4 - Neosaldina (analgésico e antiespasmódico)
5 - Voltaren (antirreumático, anti-inflamatório e analgésico)
6 - Lexotan (ansiolítico)
7 - Redoxon (vitamina C)
8 - Buscopan Composto (antiespasmódico e analgésico)
9 - Sorine (descongestionante nasal)
10 - Vick Vaporub (unguento descongestionante)
2004
1 - Microvlar (anticoncepcional)
2 - Neosaldina (analgésico e antiespasmódico)
3 - Hipoglós (pomada contra assaduras)
4 - Buscopan Composto (antiespasmódico e analgésico)
5 - Novalgina (analgésico e antitérmico)
6 - Rivotril (ansiolítico e anticonvulsivante)
7 - Tylenol (analgésico e antitérmico)
8 - Cataflam (analgésico e anti-inflamatório)
9 - Neovlar (anticoncepcional)
10 - Luftal (antigases)
2008
1 - Microvlar (anticoncepcional)
2 - Rivotril (ansiolítico e anticonvulsivante)
3 - Puran T4 (hormônio tireoidiano)
4 - Hipoglós (pomada contra assaduras)
5 - Neosaldina (analgésico e antiespasmódico)
6 - Buscopan Composto (antiespasmódico e analgésico)
7 - Salonpas (analgésico e anti-inflamatório)
8 - Tylenol (analgésico e antitérmico)
9 - Novalgina (analgésico e anti-inflamatório)
10 - Ciclo 21 (anticoncepcional )
Fonte: Ministério da Saúde

sábado, 28 de novembro de 2009

A morte lenta do cigarro

Uma interessantíssima reportagem sobre a agonia do cigarro nos países ocidentais - a morte lenta do cigarro. Vale a pena conferir toda a trajetória do apogeu à queda deste grande vilão da humanidade, principalmente quando se lê uma frase lapidar do epidemiologista Thomas Frieden, chefe do CDC em Atlanta. Em 2002, Thomas disse que o maior problema de Nova York era o cigarro. Lembrado de que, pouco antes, Nova York sofrera um atentado terrorista que matara 3000 pessoas, respondeu: "O cigarro mata mais".
Veja a reportagem e a entrevista de Frieden em:

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Brasil terá quase meio milhão de novos casos de câncer em 2010

O Brasil terá cerca de 489.270 novos casos de câncer no próximo ano, afirmou nesta terça-feira o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo o Instituto, os tipos mais comuns no país serão o de pele não melanoma, próstata e mama feminina. Os dados fazem parte da estimativa produzida uma vez a cada dois anos.
O levantamento aponta que serão as mulheres as mais afetadas, respondendo por 52% dos novos casos (cerca de 253.000), enquanto os homens serão responsáveis por 48% do casos (236.000). Os tipos mais comuns de câncer entre elas serão de mama, colo de útero, cólon e reto. Já entre eles, o de próstata será o tumor mais incidente.
Ainda de acordo com o estudo, as mulheres que vivem nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo terão risco maior de desenvolver câncer de mama, enquanto as do Amazonas e Tocantins serão mais vulneráveis ao de colo de útero. O câncer de pulmão será mais incidente entre as pacientes do Rio Grande do Sul, e o de estômago, do Ceará.
Entre a população masculina, os que vivem no Rio Grande do Sul serão os que apresentarão mais casos de câncer de próstata e pulmão, enquanto o câncer de estômago será mais incidente entre os moradores do Ceará.
Os dados utilizados para o cálculo têm como base o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP). A pesquisa foi feita em 20 cidades brasileiras. De acordo com o Instituto, a estimativa atual não pode ser comparada às anteriores, porque reflete um contexto que se modifica ao longo do tempo.
O crescimento no número de casos de câncer está diretamente ligado ao envelhecimento da população, em todo o mundo. Contudo, alguns hábitos da população potencializam o desenvolvimento da doença, como o consumo de álcool e o sedentarismo.
O Inca ressalta que o controle do tabagismo poderia evitar cerca de 30% dos novos casos de câncer previstos para o Brasil no próximo ano. Já uma alimentação saudável poderia evitar 35% de tumores, enquanto 10% das doenças que atingem a pele não aconteceriam se fossem adotadas medidas de proteção à radiação solar.

Flash Beck

A XXI Turma de Medicina e a Profª. Denise Viuniski da Nova Cruz convidam professores e alunos para a "Primeira Aula Homenagem de História da Medicina ao Professor Beck"!
Local: Auditório da Medicina
Data: 24 de novembro
Horário: 19h30min as 21h00min

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sócios da SBMFC receberão livros no CBMFC

Associados à Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) que participarem da 10ª edição do Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade (CBMFC) - a ser realizado entre os dias 3 e 6 de dezembro em Florianópolis, SC- serão contemplados com os livros “Estratégias da Medicina Preventiva”, de Geoffrey Rose, “Medicina centrada na pessoa”, escrito por Moira Stewart, Judith Belle Brown, W. Wayne Weston, Ian R. McWhinney, Carol L. McWillian e Thomas R. Freeman, e “Manual Medicina de Família e Comunidade”, de Ian R. McWhinney e Thomas Freeman.
Fonte: SBMFC News nº 36

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Percentual de fumantes cai 50% em 20 anos

O estudo Saúde Brasil 2008, divulgado nesta quinta-feira em Brasília pelo Ministério da Saúde, mostrou que o percentual de adultos fumantes caiu pela metade nas últimas duas décadas. Em 1989, nada menos que 31% dos brasileiros fumavam regularmente. Atualmente, esse número é 16,3%.
A queda é atribuída às campanhas de conscientização e às leis anti-fumo. “A queda no tabagismo é um motivo a se comemorar, principalmente porque já começou a se refletir na queda de mortes por doenças cardiovasculares”, afirma a coordenadora geral de Doenças e Agravos Não-transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta.
A contagem dos fumantes foi aferida pelo Vigitel, um sistema de inquérito por meio telefônico realizado nas 26 capitais e do Distrito Federal. O sistema monitora variáveis como o hábito de fumar, o consumo de bebidas alcoólicas, o excesso de peso, a obesidade, os hábitos alimentares, o sedentarismo e a morbidade referida, com diagnóstico prévio para diabetes e hipertensão arterial.
De acordo com o estudo, a morte por doenças cardiovasculares caiu 20% entre 1990 e 2006. Ainda assim, figuram no topo da lista de óbitos Brasil. Em 2006, 300 mil pessoas morreram de problemas do coração, quase 30% do total de óbitos daquele ano. As mortes especificamente por doenças cerebrovasculares tiveram redução ainda maior: 30,9% no mesmo período, quando passaram de 64,5 por 100 mil habitantes para 44,6 por 100 mil habitantes.

Gabarito da prova de MFC

1 - A
2 - B
3 - E
4 - B
5 - A
6 - A
7 - D
8 - B
9 - C
10 - D
11 - ========= (ou arqueadas com a convexidade para cima)
12 - F - V - V - V - F
13 - B
14 - C
15 - D
16 - D
17 - C
18 - Peças de amputação OU óbito fetal em gestação menor que 20 semanas ou feto menor que 500 g e 25 cm.
19 - E
20 - B

Boa sorte!!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Peixe-médico

O peixe médico (Garra rufa) é uma espécie de peixe utilizado com fins medicinais. Na Turquia foram criadas piscinas ao ar livre com peixes que se alimentam da pele de doentes com psoríase. O peixe consome apenas a pele morta ou afetada pela doença, deixando a pele saudável crescer normalmente. Ainda que este tratamento não cure a doença, apenas aliviando temporariamente os sintomas, os doentes repetem periodicamente os tratamentos. Registaram-se casos de cura completa da psoríase após alguns tratamentos, mas devido à natureza imprevisível da doença, fortemente influenciada por fatores endógenos, a cura é improvável.
A espécie tem habitat nas bacias dos rios das áreas setentrionais e centrais do Oriente Médio, nomeadamente os rios Jordão, Orontes, Tigre e Eufrates. Também em rios e lagoas da Turquia e norte da Síria. A sua exploração comercial é protegida por lei na Turquia, devido a recear-se uma captura excessiva para exportação. Os Garra rufa podem ser criados num aquário doméstico; ainda que não seja um peixe para principiantes, é bastante robusto. Para tratamento de doenças de pele, as espécimes de aquário não serão as mais adequadas, pois o seu comportamento de se alimentarem de pele manifesta-se apenas em condições de alimentação escassa e irregular.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Bocejo contagia por ativar área do cérebro responsável pela empatia

O ato de bocejar está associado à habilidade das pessoas de demonstrarem empatia entre elas e por isso seria contagioso, diz uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Birkbeck, em Londres. A pesquisa foi realizada com 24 crianças portadoras de transtornos autistas e outras 25 que não apresentavam o quadro clínico. Os pesquisadores observaram que crianças com autismo bocejaram menos do que as outras ao assistirem vídeos em que adultos aparecem bocejando.Segundo os especialistas, isso aconteceria porque o bocejo "contagioso" e a empatia entre as pessoas têm mecanismos neurológicos semelhantes, e o autismo é uma desordem que afeta seriamente a interação social e o desenvolvimento da habilidade de comunicação dos indivíduos.
Quando bocejamos, despertamos no outro estímulos que vão direta e inconscientemente a área do cérebro responsável pela empatia e afinidade, o que explica tais resultados. Se o bocejo é relacionado à capacidade de transmitir empatia, então é possível que os indivíduos com autismo, cuja demonstração de empatia é prejudicada pelo problema, demonstrem os sintomas da doença ao não se contagiarem pelo bocejar dos outros. Alguns especialistas sustentaram a ideia de que o bocejo contagioso funciona como um simples reflexo, porém, para os pesquisadores, os resultados da pesquisa confirma as previsões da teoria da empatia ao revelar que indivíduos com desenvolvimento atípico do relacionamento com os outros não se contagiam pelo bocejo das outras pessoas.

domingo, 15 de novembro de 2009

Paul Broca

Paul Pierre Broca (Sainte-Foy-la-Grande, 28 de junho de 1824 — Paris, 9 de julho de 1880) foi um cientista, médico, anatomista e antropólogo francês.
Aos 17 anos entrou na escola médica e obteve o seu diploma aos 20, a idade quando seus contemporâneos estão apenas começando seus estudos médicos. Broca estudou medicina em Paris; logo se tornou professor de Patologia cirúrgica da Universidade de Paris e um renomado pesquisador médico em diversas áreas. Mas o que lhe confere o seu lugar na história da medicina é a sua descoberta do "centro de uso da palavra" no cérebro (agora conhecida como a área de Broca), na região do lobo frontal à esquerda. Esta descoberta é fruto de seus estudos sobre os cérebros dos pacientes com afasia, particularmente o cérebro do seu primeiro paciente no Hospital Bicêtre, Leborgne, apelidado de "Tan", devido à sua incapacidade de falar claramente qualquer outra expressão além de "tan". Em 1861, através de necrópsia, Broca determinou que Tan tinha uma lesão provocada pela sífilis no hemisfério cerebral esquerdo, mais especificamente num ponto do lobo frontal reconhecidamente importante para a reprodução da fala.
Broca é também um pioneiro em antropologia física. Ele fundou a Sociedade antropológica, em 1859, a Revue d'Anthropologie em 1872, e da Escola de Antropologia, em Paris, em 1876. Outra área em que trabalhou Broca é a anatomia comparativa dos primatas. Ele descreveu pela primeira vez trepanações que remontam ao Neolítico. Era muito interessado nas relações entre a anatomia do crânio e do cérebro e as habilidades mentais e inteligência.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Prazo para as inscrições on-line no CBMFC termina hoje

Terminam nesta sexta-feira, 13 de novembro, as inscrições on-line para o 10º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade (CBMFC), a ser realizado de 3 a 6 de dezembro em Florianópolis, Santa Catarina. Até a data limite, os associados à Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) quites com a mensalidade pagarão R$ 380,00. No local do Encontro, os sócios pagarão R$ 530,00. Informe-se pelo site www.sbmfc.org.br/congresso2009/.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Atenção - oportunidade de emprego

A Secretaria de Saúde de Brusque - SC está contratando médicos, em caráter emergencial, para atuação na área de ESF (40 horas) e Clínica Geral (20 horas), além da possibilidade de realização de plantões no pronto-atendimento municipal. Os salários giram em torno de R$ 7.500,00 para ESF e R$ 3.700,00 para 20 horas.
Interessados devem procurar entrar em contato com Kelly ou Sani, através do telefone (47) 3251-1818.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Bebês de mães fumantes sofrem mais com cólicas severas

Mães que fumam podem causar cólicas fortes em seus bebês, garante um estudo publicado no Archives of Disease in Childhood. A pesquisa, feita com mais de três mil famílias e coordenada por pesquisadores da Organização Australiana de Pesquisa Científica Aplicada, mostrou uma relação entre a cólica dos bebês e o fumo.
Filhos de mães fumantes, segundo o estudo, costumam chorar mais de três horas por dia, mais de três vezes na semana, e têm duas vezes mais cólicas que os filhos de não-fumantes. O motivo do sofrimento dos pequenos é a cotinina, uma substância presenta na nicotina que é eliminada no leite materno. A incidência de cólicas severas, indica é pesquisa, é proporcional à quantidade de cotinina no leite da mãe. Estudos indicam que o cigarro também é responsável por alergias, problemas respiratórios e baixa imunidade, além de aumentar o risco de morte súbita no primeiro ano de vida da criança.

Como surgiram os nomes dos meses do ano?

Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano em períodos nomeados de acordo com seus deuses. Os romanos adaptaram essa estrutura. De acordo com alguns pensadores, como Plutarco (45-125), no princípio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por Martius (atual março). Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio, o segundo rei de Roma, que governou por volta de 700 a.C. Os romanos não davam nome apenas para os meses, mas também para alguns dias especiais. O primeiro de cada mês se chamava Calendae e significava "dia de pagar as contas" - daí a origem da palavra calendário, "livro de contas". Idus marcava o meio do mês, e Nonae correspondia ao nono dia antes de Idus. E essa era apenas uma das diversas confusões da folhinha romana.
Até Júlio César (100 a.C.-46 a.C.) reformar o calendário local, os meses eram lunares (sincronizados com o movimento da lua, como hoje acontece em países muçulmanos), mas as festas em homenagem aos deuses permaneciam designadas pelas estações. O descompasso, de dez dias por ano, fazia com que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o Intercalaris, tivesse que ser enxertado.
Com a ajuda de matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio César acabou com a bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October, November e December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem ao meses de julho e agosto. Quando e como isso aconteceu, você descobre lendo o quadro abaixo.
Folhinha milenar
Divisão do ano é basicamente a mesma há 20 séculos:
Janeiro
Januarius era uma homenagem ao deus Jano, o senhor dos solstícios, encarregado de iniciar o inverno e o verão. Seu nome vem daí: ianitor quer dizer porteiro, aquele que comanda as portas dos ciclos de tempo.
Fevereiro
O nome se referia a um rito de purificação, que em latim se chamava februa. Logo, Februarius era o mês de realizar essa cerimônia. Nesse período, os romanos faziam oferendas e sacrifícios de animais aos deuses do panteão, para que a primavera vindoura trouxesse bonança.Por que 28 dias?Até 27 a.C., fevereiro tinha 29 dias. Quando o Senado criou o mês de agosto para homenagear Augusto, surgiu um problema: julho, o mês de Júlio César, tinha 31 dias, e o do imperador, só 30. Então o Senado tirou mais um dia de fevereiro.
Março
Dedicado a Marte, o deus da guerra. A homenagem, porém, tinha outra motivação, bem menos beligerante. Como Marte também regia a geração da vida, Martius era o mês da semeadura nos campos.
Abril
Pode ter surgido para celebrar a deusa do amor, Vênus. Na primeiro dia do mês, as mulheres dançavam com coroas de flores. Outra hipótese é a de que Aprilis tenha se originado de aperio, "abrir" em latim. Seria a época do desabrochar da primavera.
Maio
Homenagem a Maia, uma das deusas da primavera. Seu filho era o deus Mercúrio, pai da medicina e das ciências ocultas. Por esse motivo, segundo escreveu Ovídio na obra Fastos, Maius era chamado de "o mês do conhecimento".
Junho
Faz alusão a Juno, a esposa de Júpiter. Se havia uma entidade poderosa no panteão romano, era ela, a guardiã do casamento e do bem-estar de todas as mulheres.
Julho
Chamava-se Quinctilis e era simplesmente o nome do quinto mês do antigo calendário romano. Até que, em 44 a.C. o Senado romano mudou o nome para Julius, em homenagem a Júlio César.
Agosto
Antes era Sextilis, "o sexto mês". De acordo com o historiador Suetônio, o nome Augustus foi adotado em 27 a.C., em homenagem ao primeiro imperador romano, César Augusto (63 a.C.-14 d.C.).
Setembro a dezembro
Para os últimos quatro meses do ano, a explicação é simples: setembro vem de Septem, que em latim significa "sete". Era, portanto, o sétimo mês do calendário antigo. A mesma lógica se repete até o fim do ano. Outubro veio de October (oitavo mês, de octo), novembro de November (nono mês, de novem, e data do Ludi Plebeii, um festival em homenagem a Júpiter) e dezembro de December (décimo mês, de decem).
E o ano bissexto?
Dia extra a cada quatro anos corrige distorção. Ao adotar o calendário solar, em 44 a.C., Júlio César criou o ano de 365 dias e um quarto. Por causa dessa diferença, a cada quatro anos era necessário atualizar as horas acumuladas com um dia extra. O problema do calendário juliano é que, na verdade, um ano tem 11 minutos e 14 segundos a menos do que se estimava. Por isso, em 1582, o papa Gregório XIII (1502-1585) anulou dez dias do calendário e determinou que, dos anos terminados em 00, só seriam bissextos os divisíveis por 400. E o nome "bissexto" tem uma explicação curiosa: em Roma, celebrava-se o dia extra no sexto dia de março, que era contado duas vezes.

domingo, 8 de novembro de 2009

Osvaldo Cruz

Osvaldo Gonçalves Cruz (São Luís do Paraitinga, 5 de agosto de 1872 — Petrópolis, 11 de fevereiro de 1917) foi um cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro. Foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Nacional no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, respeitado internacionalmente.
Filho de cariocas, nasceu no interior de São Paulo. Aos 5 anos de idade acompanhou a família em seu retorno ao Rio de Janeiro. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, formando-se em 1892. Em 1896, estagiou no Instituto Pasteur, em Paris, onde foi discípulo de Émile Roux, seu diretor na época. Voltou ao Brasil em 1899 e organizou o combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos (SP) e em outras cidades portuárias brasileiras. Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o emprego do soro adequado. Como a importação era demorada à época, propôs ao governo a instalação de um instituto para fabricá-lo. Foi então criado o Instituto Soroterápico Federal (1900), cuja direção assumiu em 1902. Como Diretor-geral da Saúde Pública (1903), coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro. Organizou os batalhões de "mata-mosquitos", encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores. Convenceu o presidente Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada, o que ficou conhecido como Revolta da Vacina.
Premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia, realizado em Berlim (1907), deixou a Saúde Pública (1909). Dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará e estudou as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em 1916, ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, assumiu a prefeitura de Petrópolis. Doente, faleceu um ano depois, não tendo completado o seu mandato.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Inscrições para seleção ao curso de doutorado em Bioética, no CFM, vão até sexta-feira

Os interessados em concorrer a uma das vagas do curso de Doutorado em Bioética, promovido pela Universidade do Porto e organizado pelo Conselho Federal de Medicina, têm até sexta-feira (6), para se candidatar. Serão oferecidas vinte vagas para médicos, além de cinco para advogados e outras cinco para filósofos. O início das aulas está previsto para a segunda semana de janeiro de 2010, com cinco módulos mensais de aulas presenciais. Cada um deles terá duração de uma semana e as aulas ocorrerão na sede do CFM, em Brasília – DF, em datas a serem definidas.
Para concorrer, o interessado deverá apresentar curriculum vitae resumido e monografia de, no mínimo, 5 páginas sobre os temas divulgados no Portal Médico e listados abaixo. Eles deverão ser enviados à Presidência do CFM pelo e-mail presidencia@cfm.org.br. As monografias deverão ser escritas em formato A4, letra 11, espaçamento 1,5 e margens de laterais e superiores de 2,5 cm. O trabalho deverá ter, pelo menos, 5 laudas de texto, não inclusas folha de rosto e bibliografia, e, no máximo, 10. As referências bibliográficas deverão obedecer às normas da ABNT.
As monografias deverão ser desenvolvidas sobre os seguintes temas:
1. A confidencialidade médica e o paciente adolescente
2. A autonomia do paciente versus a autonomia do médico
3. Alocação de recursos na saúde
4. Conflitos de interesse
5. Bioética e a terminalidade da vida
6. Cuidados paliativos e os princípios bioéticos
7. Maternidade de substituição (barriga de aluguel)
8. Clonagem terapêutica: os limites éticos
9. Doador encomendado: bebês gerados para doação de órgãos ou tecidos
10. O(A) doador(a) anônimo(a) de sêmem/óvulo: anonimato versus o direito à informação do receptor.
11. Diagnóstico pré-natal e o aborto eugênico
12. Contracepção de emergência
13. A utilização de óvulos/sêmem post-mortem
14. O utilitarismo na gestão da saúde
15. Consentimento informado na atenção médica
Custo
O curso está orçado em 2.500 euros, que deverão ser pagos pelo aluno, assim como as despesas com deslocamento para Brasília, compra de livros, etc.
Informações adicionais poderão ser solicitadas por correspondência eletrônica, enviada para o endereço presidencia@cfm.org.br, ou pelo telefone (61) 3445 5904.
Fonte: Twitter CFM

terça-feira, 3 de novembro de 2009

10º CBMFC vale pontos pela CNA

O 10º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade (CBMFC) somará pontos pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA). Cada especialidade receberá respectivamente: Medicina de Família e Comunidade 20 pontos, Ginecologia e Obstretrícia um, Clínica Médica cinco, Pediatria seis, enquanto Medicina Preventiva e Social e Psiquiatria 10. Serão encaminhados para acreditação os nomes titulados após 2006.
Fonte: SBMFC News nº 34

domingo, 1 de novembro de 2009

2 de Novembro - Dia de Finados

O Dia dos Fiéis Defuntos, Dia dos Mortos ou Dia de Finados é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de Novembro, logo a seguir ao dia de Todos-os-Santos. Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos.
Nossos respeitos e orações a todos os entes queridos que se foram, deixando saudades e marcas profundas em nossas mentes e corações.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Romeu e Julieta

Romeu e Julieta é uma tragédia escrita no início da carreira literária de William Shakespeare sobre os amores de um casal de jovens cujas mortes acabam unindo suas famílias, inimigas há muitos anos. Juntamente com Hamlet, ela foi a peça teatral mais popular durante o período de vida do autor e é uma de suas obras mais encenadas no mundo todo. Atualmente, o relacionamento dos dois jovens é considerado como o arquétipo do amor juvenil.
Romeu e Julieta pertence a uma tradição de romances trágicos que remonta à Antiguidade. Seu enredo é baseado em um conto italiano, traduzido em versos como A Trágica História de Romeu e Julieta por Arthur Brooke em 1562, e recontado em prosa como o Palácio do Prazer por William Painter em 1582. Shakespeare baseou-se em ambos, mas reforçou a ação de personagens secundários, especialmente Mercúcio e o Conde Páris, a fim de expandir o enredo. Supostamente escrita entre 1591 e 1595, a peça foi publicada pela primeira vez em 1597, mas essa versão foi considerada de péssima qualidade, o que estimulou muitas outras edições posteriores que trouxeram consonância com o texto original de Shakespeare.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tempero curry mata células cancerígenas

O tempero curry - comumente usado na culinária indiana mas também famoso no Brasil - está sendo visto por cientistas como um grande aliado na luta contra o câncer. Pesquisadores identificaram um extrato, chamado curcumina, no tempero também conhecido como açafrão. Essa substância, que já está sendo testada no tratamento para artrite e demência, pode destruir células cancerígenas no esôfago.
Os testes foram feitos por uma equipe do Cork Cancer Research Centre, da Irlanda, e podem ajudar médicos a descobrir novos tratamentos para este tipo de câncer, conforme a opinião de especialistas que analisaram os resultados publicados no British Journal of Cancer. De acordo com a especialista Sharon McKenna e sua equipe, os exames de laboratório mostraram que a curcumina começou a matar as células cancerígenas, que começaram a se alimentar de si mesmas, dentro de 24 horas.
"Os cientistas sabem há muito tempo que os compostos naturais têm o potencial de tratar células defeituosas que se tornaram cancerígenas, e nós suspeitamos que a curcumina possa ter valor terapêutico", salientou Sharon.
Para Lesley Walker, diretor do Cancer Research, "esta é uma pesquisa interessante, que abre possibilidade para que produtos químicos naturais encontrados no açafrão possam ser desenvolvidos em novos tratamentos para o câncer do esôfago, cujos números de casos têm aumentado vertiginosamente, assim como encontrar formas de prevenir a doença".
Fonte: VEJA Saúde

Afinal, faz bem ou faz mal?

Você, como a maioria das pessoas, já deve ter caído em alguma pegadinha alimentar. Em determinado momento, excluiu um produto da lista de compras. Tempos depois, o colocou de volta, e no topo.
Culpa das pesquisas! O avanço dos estudos sobre alimentos tem produzido informações contraditórias. A seguir, os principais conceitos que mudaram nos últimos tempos. Pode acreditar.
Azeite de oliva
Até os anos 1980, era recomendado com moderação. Além de ser altamente calórico, dizia-se que a fritura poderia causar câncer. Em 1999, um estudo mostrou que o azeite ajuda a prevenir infarto. A versão extravirgem é a mais saudável. Hoje, recomenda-se o uso de azeite como alternativa à manteiga e à margarina.
Chocolate
Sempre esteve na categoria dos doces nada saudáveis. Novas pesquisas mostram que o chocolate amargo ajuda a reduzir o colesterol ruim.
Salmão
Até os anos 1980, era um produto caro, pouco pesquisado e não entrava nas recomendações alimentares. Hoje, sabe-se que ele (assim como o atum e a sardinha) é rico em Ômega 3, nutriente que ajuda a melhorar a circulação sanguínea.
Vinho tinto
No início dos anos 90, era considerado benéfico ao coração devido à substância resveratrol. Em 1996, a Universidade Harvard concluiu que qualquer bebida alcoólica (consumida com moderação) produzia o mesmo efeito. Estudos posteriores reafirmaram o papel benéfico do vinho tinto.
Café
Nos anos 1980, acreditava-se que pudesse causar hipertensão e doença coronariana. Essa ligação foi descartada na década de 1990.
Ovo
Acreditava-se que o colesterol da gema fosse prejudicial. Nos últimos anos, descobriu-se que, entre as pessoas saudáveis, o consumo de um ovo por dia não faz mal.
Amêndoas
Eram vistas como item de consumo esporádico devido ao excesso de calorias. Hoje, são consideradas benéficas. Contêm gordura insaturada, que protege o coração.
Castanha-do-pará
O consumo não era recomendado devido ao alto valor calórico. Hoje, recomenda-se uma unidade por dia para suprir a necessidade de selênio, que parece estimular o sistema imune.
Tomate
Acreditava-se que pudesse aumentar o ácido úrico e prejudicar os rins. Atualmente, os estudos demonstram que seu pigmento natural (licopeno) está envolvido na prevenção do câncer de próstata. O nutriente é mais bem absorvido depois do cozimento.
Leite
O consumo sempre foi estimulado devido ao cálcio, que fortalece os ossos e os dentes. Nos últimos anos, os especialistas passaram a questionar a quantidade diária recomendada nos Estados Unidos (750 ml). Um estudo da Universidade Harvard demonstrou que idosas que tomam mais leite não sofrem menos fraturas.

A RECOMENDAÇÃO QUE NUNCA MUDA: você pode comer de tudo, desde que sem exageros.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Especialista diz que 40% de viciados em crack são de classe média

Um episódio trágico, no último fim de semana, fez um pai expor sua dor publicamente deixando muitas famílias em alerta. Ao afirmar que viu uma pessoa boa se transformar em um assassino, referindo-se ao filho usuário de crack que estrangulou a amiga de 18 anos, ele revelou a dimensão dos efeitos devastadores dessa droga que já é altamente consumida em rodas de classe média. De acordo com a psiquiatra Analice Gigliotti, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) e chefe do Setor de Dependência Química da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, cerca de 40% dos usuários são pessoas de classe média.
“A gente não está falando de meninos de rua, com uma população em que 90% são dependentes pelas condições desfavoráveis em que vivem. Esse dado é baseado em informações dos números de internações em clínicas especializadas, que é um outro público”, explica. “Não temos um monitoramento epidemiológico, mas não há dúvidas de que existe uma epidemia do consumo de crack no Rio. Houve uma disseminação assustadora dessa droga destrutiva nos últimos três anos”, afirma. Na segunda-feira (26) a polícia apreendeu mais de 6 mil pedras na Zona Oeste.
Para a pesquisadora, como o vício do álcool, responsável por um alto índice de homicídios, o crack, uma droga “extremamente lesiva ao cérebro” também pode provocar muitas tragédias. “É prazeroso, estimulante, acelerador. Com o uso de cachimbos ou coisa similar, a droga vai direto para o pulmão, que tem uma grande capacidade de absorção. A quantidade que chega ao cérebro é muito maior do que quando se cheira cocaína, cuja superfície é a mucosa nasal”, compara. “A dependência vem rápido.” O estágio devastador da droga pode ser percebido no relato de um estudante de classe média alta, de 24 anos, que revela em seu blog pessoal a luta para se afastar do vício, depois de três anos. “O crack realmente acaba com qualquer um. É muito poderoso. Conheço quase todos os tipos de drogas que temos no Brasil. Só nunca usei heroína. Classifico o crack como a mais viciante de todas. Com um efeito curto e muito intenso, devido a depressão após o uso, o usuário se vê obrigado a usar grandes quantidades. Não dá para fumar só uma pedrinha se você tem carro e dinheiro no bolso", conta.
Conforme estudos científicos, ao ser fumado, o crack atinge o cérebro em cerca de oito segundos, após passar pelos pulmões e pelo coração. Vicia com apenas três ou quatro doses. O efeito dura de um a dois minutos. A droga produz insônia, falta de apetite e hiperatividade. O uso prolongado causa sensação de perseguição e irritabilidade, o que leva o usuário a agir de forma violenta.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Notícias SBMFC News

Anvisa proíbe venda de produtos não farmacêuticos em drogarias
Produtos como refrigerantes, chocolates, máquinas fotográficas, entre outros, não poderão mais ser vendidos em farmácias e drogarias do País. Em decisão unânime, publicada no Diário da Justiça Eletrônico, os ministros da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram que as farmácias poderão vender apenas medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos.

Qualidade nos serviços da ESF é tema de apresentação em Brasília
Com o objetivo de valorizar a qualificação profissional no Ministério da Saúde (MS), foram apresentados em Brasília, no último dia 21 de outubro, três estudos que retratam a qualidade da Estratégia Saúde da Família (ESF) em Belo Horizonte e Curitiba. Os resultados apresentados são fruto do trabalho das pesquisadoras Eliane R. V. Chomatas, Jussara Castilho Rosa Azevedo e da diretora do departamento de atenção básica, Claunara Schilling Mendonça.
No encontro, foram apresentados, entre outros dados, os indicadores de atividade hospitalar e os resultados da pesquisa sobre a qualidade e organização das equipes. As pesquisas fazem parte do Mestrado Profissional em Gestão de Tecnologias de Saúde do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FMUFRS).
Fonte: SBMFC News nº 33

domingo, 25 de outubro de 2009

Conselho Federal de Medicina quer desencorajar vasectomia

Preocupado com a procura de jovens pela vasectomia e com homens movidos por motivações impensadas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) alerta que a operação para evitar filhos não pode ser banalizada. Para isso, acaba de baixar uma resolução com normas técnicas para esse tipo de cirurgia. O CFM orienta que o médico que realizar a vasectomia deve estar habilitado para reverter o processo, caso o paciente se arrependa – e o índice de arrependimento é alto: 17%. Edvard Araújo, coordenador da Comissão do Médico Jovem do CFM, informa que o número de homens que não conseguem reverter a vasectomia, quando mudam de ideia e querem um filho, é grande – daí a importância de pensar bem antes de decidir.
Ficou estabelecido pelo CFM que deve haver um intervalo de 60 dias entre o momento que manifestou a vontade até a realização da cirurgia. Se a escolha for mesmo operar, é importante procurar saber se o médico é habilitado para fazer e reverter o processo, mas lembre-se de que isso não é garantia de que haja sucesso na reversão. Renato Fraietta, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz que a procura é grande porque a intervenção masculina é mais simples do que a laqueadura, na mulher. Quanto ao interesse dos solteiros, ele desaconselha. “Não é recomendado para quem não tem filhos, que a mulher está grávida ou o filho acaba de nascer. Pois não se sabe se a mulher pode perder o bebê ou se acontecerá algo com a criança. É melhor esperar para não se arrepender".
Apesar de ser um procedimento com possibilidade de reversão, o médico diz que deve ser encarado como definitivo, mesmo porque é mais fácil a esterilização do que o oposto. “O homem não pode fazer pensando em desfazer. É como se casar pensando no divórcio”.“Costumo dizer que estragar é fácil, rápido e barato. Em meia hora, com anestesia local e até com cobertura do convênio, o homem faz a vasectomia; mas, para reverter, é uma cirurgia que pode levar quatro horas, custa caro, precisa de anestesia geral, muitos convênios não cobrem e não há garantia de sucesso. Quanto mais tempo depois de feita, mais difícil é reverter”.
No caso dos solteiros que querem operar, fica evidente que há a intenção de sexo sem proteção e sem parceira fixa. Entretanto, um detalhe importante é que a vasectomia não previne doenças sexualmente transmissíveis, portanto, o uso do preservativo continua sendo essencial.

sábado, 24 de outubro de 2009

Recadastramento obrigatório

Iniciará em novembro de 2009 o recadastramento obrigatório dos médicos inscritos primariamente, para tanto, cada médico com inscrição primária no CREMESC receberá um ofício explicativo. Para efetuar o recadastramento, acesse o Formulário Eletrônico de Recadastramento Médico disponível em nossa página da Internet www.cremesc.org.br e preencha todos os campos, seguindo as informações prestadas. Após o preenchimento será enviado um e-mail informando que o recadastramento foi efetuado e deverá aguardar uma correspondência deste Conselho, informando a data para seu comparecimento (conforme mês de nascimento) e apresentação dos seguintes documentos:

• Carteira de Identidade (RG);

• Título de Eleitor;

• CPF;

• Comprovante de Residência (recente);

• Diploma;

• Títulos de Especialista;

• Carteira Profissional;

• Comprovante de sociedade em empresa de serviços médicos, se for o caso;

• Se médico estrangeiro, apresentar, também, comprovante de legalidade de permanência no país;

• Uma foto 3X4 colorida atual, fundo branco ou cinza-claro, sem qualquer tipo de mancha, alteração, retoque, perfuração, deformação ou correção. Não serão aceitas fotografias em que o portador utilize óculos, bonés, gorros, chapéus ou qualquer item de vestuário ou acessório que cubra parte do rosto ou da cabeça. (conforme especificações da Casa da Moeda)

Fonte: CREMESC

Vital Brazil

Vital Brazil Mineiro da Campanha (Campanha, 28 de abril de 1865 — Rio de Janeiro, 8 de maio de 1950) foi um importante médico imunologista e pesquisador biomédico brasileiro, de renome internacional.
Filho de José Manoel dos Santos Pereira e de Maria Carolina Pereira de Magalhães, foi casado em primeiras núpcias com sua prima em 1º grau, Maria da Conceição Philipina de Magalhães, viúvo da 1ª, casou-se, então, com Dinah Carneiro Vianna. Pelo ramo de sua mãe - os Pereiras de Magalhães - Vital tinha consangüinidade com o Protomártir da Independencia do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Vital Brazil é mundialmente conhecido pela descoberta da especificidade do soro antiofídico, dos soros específicos contra picadas de aranha, do soro antitetânico e antidiftérico e do tratamento para picada de escorpião. Estudou medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em meio a grandes dificuldades financeiras, vindo a formar-se com brilhantismo em 1891. Retornando a São Paulo clinicou em várias cidades do interior do Estado. Presenciou durante essa época a morte de várias pessoas mordidas por serpentes, principalmente lavradores.
Ele era médico sanitarista, que atuou em frentes diversificadas: participou das brigadas de combate contra a febre amarela e a peste bubônica em várias cidades no Estado de São Paulo; criou uma das primeiras escolas do Brasil que alfabetizavam crianças de dia e adultos à noite; desenvolveu materiais de informação sobre como se proteger das cobras e outros animais peçonhentos para as pessoas do campo; inventou uma caixa de madeira barata e segura para que os fazendeiros pudessem capturar as cobras e firmou convênios com as estradas de ferro para transportá-las, pois eram essenciais à fabricação do soro. A convite do governo estadual, Vital Brazil ingressou em 1897 no Instituto Bacteriológico do Estado de São Paulo, dirigido pelo sábio Adolfo Lutz. Foi então que tiveram início suas pesquisas. Vital Brazil trabalhou junto com Oswaldo Cruz e Emílio Ribas no combate a peste bubônica, ao tifo, a varíola, e à febre amarela.
Recebeu do governo de Rodrigues Alves a Fazenda Butantan, às margens do Rio Pinheiros, São Paulo, que viria a se tornar posteriormente o Instituto Butantan. Foram aí desenvolvidos trabalhos, sem tréguas, num ambiente desprovido de recursos. Os primeiros tubos de soro antipestoso começaram a ser entregues após quatro meses de trabalho. Em 1903 surgiu o soro antiofídico (Piroplasma vitalli), parasita no sangue dos cães. Após este evento outros soros foram produzidos no Instituto Butantan. As vacinas produzidas também serviam em combate ao tifo, varíola, tétano, psitacose, disenteria bacilar e BCG. As sulfuras e as penicilinas vieram mais tarde. As picadas de aranhas venenosas, escorpião e lacraias deram origem a novos soros. Freqüentou por longo tempo o Instituto Pasteur. Também é o fundador do Instituto Vital Brazil, em Niterói.
A descoberta de Vital Brazil sobre a especificidade dos soros antipeçonhentos estabeleceu um novo conceito na imunologia, e seu trabalho sobre a dosagem dos soros antiofídicos gerou tecnologia inédita. A criação dos soros antipeçonhentos específicos e o antiofídico polivalente ofereceu à Medicina, pela primeira vez, um produto realmente eficaz no tratamento do acidente ofídico que, sem substituto, permanece salvando centenas de vidas nos últimos cem anos. Consagrado em congresso científico nos Estados Unidos em 1915, o seu trabalho logo despertou o interesse da Europa, onde se encontrava a vanguarda da pesquisa médica da época, e lhe valeu o reconhecimento mundial. O Instituto Butantan representa um marco na ciência experimental brasileira. Desenvolvendo significativo número de pesquisas de elevado teor cientifico, educando as populações rurais na adoção do tratamento e na prevenção de acidentes ofídicos e criando aquela que foi, possivelmente, a primeira escola de alfabetização de adultos, esse Instituto desempenhou importante papel social na época e tornou-se conhecido e famoso no mundo todo.
Vital Brazil foi o criador do Instituto Butantan, em São Paulo, que foi instalado em uma fazenda antiga e distante da cidade, comprada pelo governo do estado de São Paulo para que lá funcionasse um laboratório para a produção de vacinas. O documento de compra da fazenda tem a data de 24 de dezembro de 1899. A partir desse começo precário e difícil, o Instituto cresceu rapidamente. Em 1901 já produzia os soros antipestoso e antiofídico, daí ter recebido o nome de Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo. Em 1925, passou a se chamar Instituto Butantan. O Instituto continua um centro de referência e excelência, em diversas áreas científicas (www.butantan.gov.br)
Após deixar a direção do Instituto Butantan, em 1919, Vital Brazil foi para o Rio de Janeiro. Apesar de convidado por Carlos Chagas para trabalhar em Manguinhos (renomeada FioCruz), resolveu fundar um novo laboratório, por achar que o Brasil necessitava de mais instituições científicas, onde o estudo e a pesquisa se ocupassem da solução de seus graves problemas. Fundou, com o apoio do então Presidente do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Raul de Morais Veiga, o Instituto Vital Brazil em Niterói. Sua seriedade, perseverança e dedicação fizeram deste Instituto outro importante centro de pesquisas, único por sua organização em âmbito nacional e reconhecido internacionalmente como estabelecimento científico pelos trabalhos de valor aí realizados (www.ivb.rj.gov.br). Muitos estudantes brasileiros e estrangeiros se iniciaram na carreira de pesquisadores estagiando nos laboratórios desse Instituto, formador de cientistas.