O administrador de empresas Gerson Barreto Winkler recebeu, em 1986, aos 27 anos, a notícia que estava com AIDS e que teria, no máximo, mais seis meses de vida. Vendeu todos os seus bens em Porto Alegre para, depois desse diagnóstico, dar a volta ao mundo antes de morrer. Hoje, aos 50 anos, Gerson está saudável e vivo para contar a história de um dos poucos portadores do vírus HIV daquela época que sobreviveram à doença.
O administrador é um dos vencedores do concurso “Vidas em Crônica”, do programa de AIDS do Ministério da Saúde, que selecionou relatos de quem vive ou participa da vida de portadores do vírus e convive com essa epidemia. São histórias ambientadas nas décadas de 80, 90 e anos 2000 que traçam uma evolução da doença no país, os avanços no tratamento, com a chegada do coquetel de anti-retrovirais, e o aumento da sobrevida de quem tem AIDS. Gerson chegou a se aposentar por invalidez. Depois, virou um ativista da causa e conta como viveu aqueles dias: “Não tínhamos esperança”. O resultado positivo era uma declaração e condenação de morte. A pergunta era: Quanto tempo eu tenho? Na crônica vitoriosa, ele escreveu: “Cada vez que ouvia os dados da epidemia pensava: em qual desses números fui classificado? Em qual grupo de risco fui jogado? Eu me transformei num dado epidemiológico”.
Portadora do vírus, a pedagoga Maria (nome fictício) foi uma das vencedoras na categoria década de 90. Ela tem 48 anos e contraiu o vírus em 1992, depois de uma relação sexual sem preservativo – “Fiquei muito doente e estive três vezes internada à beira da morte. Era uma questão de quando ia morrer”. A pedagoga orgulha-se de ter sido a primeira vítima da AIDS a conseguir na justiça, em 1996, o direito a ter acesso a medicamentos, na época todos importados. Hoje, reclama dos efeitos colaterais dos ARV: “Os remédios atacam feio nas mulheres. Deixam a gente com aspecto feio, rosto e perna fina e barriga e seios enormes”.
Alice Belém de Oliveira é enfermeira e trabalha com portadores do HIV no Rio de Janeiro. Sua história está entre as premiadas. Ela contou o drama da 1ª morte de uma criança com AIDS, que testemunhou, em 1987. “Sentei-me ao lado daquele leito e, segurando naquelas mãos já frias e pálidas, orei e pedi a Deus que permitisse que crianças-anjos vivessem neste mundo. Chorei um choro que estava reprimido há anos, desde que perdi meu primeiro paciente de AIDS. Duas décadas se passaram, perdi alguns pacientes para a AIDS, mas muitos conseguimos recuperar. Com avanço tecnológico, a qualidade de vida melhorou”.
O administrador é um dos vencedores do concurso “Vidas em Crônica”, do programa de AIDS do Ministério da Saúde, que selecionou relatos de quem vive ou participa da vida de portadores do vírus e convive com essa epidemia. São histórias ambientadas nas décadas de 80, 90 e anos 2000 que traçam uma evolução da doença no país, os avanços no tratamento, com a chegada do coquetel de anti-retrovirais, e o aumento da sobrevida de quem tem AIDS. Gerson chegou a se aposentar por invalidez. Depois, virou um ativista da causa e conta como viveu aqueles dias: “Não tínhamos esperança”. O resultado positivo era uma declaração e condenação de morte. A pergunta era: Quanto tempo eu tenho? Na crônica vitoriosa, ele escreveu: “Cada vez que ouvia os dados da epidemia pensava: em qual desses números fui classificado? Em qual grupo de risco fui jogado? Eu me transformei num dado epidemiológico”.
Portadora do vírus, a pedagoga Maria (nome fictício) foi uma das vencedoras na categoria década de 90. Ela tem 48 anos e contraiu o vírus em 1992, depois de uma relação sexual sem preservativo – “Fiquei muito doente e estive três vezes internada à beira da morte. Era uma questão de quando ia morrer”. A pedagoga orgulha-se de ter sido a primeira vítima da AIDS a conseguir na justiça, em 1996, o direito a ter acesso a medicamentos, na época todos importados. Hoje, reclama dos efeitos colaterais dos ARV: “Os remédios atacam feio nas mulheres. Deixam a gente com aspecto feio, rosto e perna fina e barriga e seios enormes”.
Alice Belém de Oliveira é enfermeira e trabalha com portadores do HIV no Rio de Janeiro. Sua história está entre as premiadas. Ela contou o drama da 1ª morte de uma criança com AIDS, que testemunhou, em 1987. “Sentei-me ao lado daquele leito e, segurando naquelas mãos já frias e pálidas, orei e pedi a Deus que permitisse que crianças-anjos vivessem neste mundo. Chorei um choro que estava reprimido há anos, desde que perdi meu primeiro paciente de AIDS. Duas décadas se passaram, perdi alguns pacientes para a AIDS, mas muitos conseguimos recuperar. Com avanço tecnológico, a qualidade de vida melhorou”.
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