"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

sábado, 30 de abril de 2011

Fibromialgia ainda não tem cura. O melhor remédio é a atividade física.

Fibromialgia é uma síndrome que se caracteriza por provocar dores, indisposição, fadiga, mal estar e distúrbios do sono. Mesmo sem nenhuma lesão aparente as dores são constantes, principalmente nos ombros, pescoço, costas, braços, quadris e pernas.
Há outros sintomas que parecem estar relacionados à doença, são cólicas menstruais, falta de flexibilidade pela manhã, dores de cabeça, formigamentos nas mãos e pés, dificuldades de memória e raciocínio. As pessoas com esse mal, normalmente, reclamam que ao acordar pela manhã, parece que um trator as atropelou”.
A fibromialgia é de difícil diagnóstico já que a enorme diversidade de sintomas pode confundi-la com outras doenças físicas ou psicológicas.
Isso, aliado à falta de um medicamento específico, pode resultar em uso de remédios nem sempre adequados. Usam-se antiinflamatórios, analgésicos, relaxantes musculares e até antidepressivos. Todos os medicamentos servem apenas para amenizar os sintomas.
A base de seu tratamento são os exercícios físicos: “A melhor forma de evitar as dores da fibromialgia, além de melhorar os distúrbios do sono, é a prevenção através de atividades físicas” - sugere o reumatologista Eduardo Paiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná. A endorfina (analgésico fabricado pelo nosso próprio corpo) e a somatostatina (substância que promove o desenvolvimento muscular) são responsáveis pela sensação de bem estar gerado pelos exercícios físicos. Nosso corpo libera essas substâncias durante a atividade física provocando relaxamento da musculatura e aliviando os sintomas da doença. A orientação dos especialistas é para que os exercícios continuem, mesmo com dor, pois assim as dores diminuirão gradualmente.
A única certeza que se tem em relação à fibromialgia é que ela não está ligada a lesões, mas sim a distúrbios neuromusculares. A sensação de músculos fracos, que é um dos sintomas da fibromialgia, é explicada pelo fato de que a dor acaba induzindo a pessoa a fugir dos exercícios físicos, o que gera mais dor, já que nossos músculos existem para se movimentar e o sedentarismo provoca dores musculares.
No Brasil, a fibromialgia atinge cerca de 3% da população. A maior incidência está entre as mulheres entre 30 a 50 anos com vida atribulada e sem tempo para a prática de exercícios físicos.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Médico alerta para excesso de diagnósticos e "riscos" da "epidemia" de exames preventivos

Recebi do meu colega Plínio, do DDA - Univali, e resolvi compartilhar, porque dá o que pensar...

Doenças devem ser detectadas o quanto antes, para que haja sucesso no tratamento, certo?

Não, segundo o médico americano H. Gilbert Welch. O especialista em clínica médica é autor de "Overdiagnosed", recém-lançado nos Estados Unidos.
No livro, Welch, pesquisador da Universidade Dartmouth, afirma que a epidemia de exames preventivos, ou "screening", como são chamados nos EUA, coloca a população em perigo, mais do que salva vidas.
Citando pesquisas, ele mostra evidências de que muita gente está recebendo "sobrediagnóstico": são tratadas por doenças que nunca chegariam a incomodá-las, mas que são detectadas nos testes preventivos.
"O jeito mais rápido de ter câncer? Fazendo exame para detectar câncer", disse ele à Folha, por telefone.


Folha - Como exames preventivos podem fazer mal? 
H. Gilbert Welch - A prevenção tem dois lados. Um é a promoção da saúde. É o que sua avó dizia: "Vá brincar lá fora, coma frutas, não fume". Mas a prevenção entrou no modelo médico, virou procurar coisas erradas em gente saudável, virou detecção precoce de doenças. Isso faz mal. Não estou dizendo que as pessoas nunca devem ir ao médico quando estão bem. Mas a detecção precoce também pode causar danos.
De que maneira isso ocorre?
Quando procuramos muito algo de errado, vamos acabar achando, porque quase todos temos algo errado. Os médicos não sabem quais anormalidades vão ter consequências sérias, então tratam todas. E todo tratamento tem efeitos colaterais.
Há um conjunto de males que podem decorrer de um diagnóstico: ansiedade por ouvir que há algo errado, chateação de ter que ir de novo ao médico, fazer mais exames, lidar com convênio, efeitos colaterais de remédios, complicações cirúrgicas e até a morte.
Para quem está doente, esses problemas não são nada perto dos benefícios do tratamento. Mas é muito difícil para um médico fazer uma pessoa sadia se sentir melhor. No entanto, não é difícil fazê-la se sentir pior.
Os médicos dizem que a detecção precoce é essencial no caso do câncer. Mas você diz que é perigoso. Não se deve tratar qualquer tumor inicial?
Não. Se formos tratar todos os cânceres quando estão começando, vamos tratar todo o mundo. Todos nós, conforme envelhecemos, abrigamos formas iniciais de câncer. Se investigarmos exaustivamente vamos achar câncer de tireoide, mama e próstata em quase todos. A resposta não pode ser tratar todos e nem tratar todo mundo. Ninguém mais ia ter tireoide, mamas ou próstata. Câncer de próstata é o símbolo dessa questão.
Por quê?
Há 20 anos, um teste de sangue foi introduzido para detectar câncer de próstata. Vinte anos depois, 1 milhão de americanos foram tratados por causa de um tumor que nunca chegaria a incomodá-los. Esse teste é o PSA [antígeno prostático específico]. Muitos homens têm números anormais de PSA. Eles fazem biópsias e muitos têm cânceres microscópicos e fazem tratamento, o que não é mero detalhe. Pode ser retirada da próstata ou radioterapia. Isso leva, em um terço dos homens, a problemas sexuais, urinários ou intestinais. Alguns até morrem na operação. Não podemos continuar supondo que buscar a saúde é procurar doenças.
Qual é o impacto desses testes de próstata na população?
Um estudo europeu mostrou que é necessário fazer exames preventivos de PSA em mil homens entre os 50 e 70 anos, por dez anos, para evitar a morte por câncer de uma pessoa. É bom ajudar uma pessoa. Mas precisamos prestar atenção às outras 999. Por causa desses exames, de 30 a 100 homens são tratados sem necessidade.
As pessoas precisam refletir. Cada mulher pode decidir se quer fazer mamografia todo ano. Mas temo que estejamos coagindo, assustando e incutindo culpa nelas, para que façam mamografias.
Mas a detecção precoce não é o fator que mais reduz a mortalidade de câncer de mama?
Na verdade, não. Os esforços mais relevantes no câncer de mama vêm de tratamentos melhores, como quimioterapia e hormônios. Os avanços no tratamento nos últimos 20 anos reduziram a mortalidade em 50%.
O problema é se adiantar aos sintomas. Não há dúvida de que uma mulher que percebe um caroço deva fazer uma mamografia. Isso não é teste preventivo, é exame diagnóstico. Claro que os médicos preferem ver uma mulher com um pequeno nódulo no seio do que esperar até que ela desenvolva uma grande massa. A questão não é entre atendimento cedo ou tarde, mas entre buscar atendimento logo que você fica doente e procurar doenças em quem não tem nada.
Critérios usados em exames como de pressão e diabetes estão mais rígidos. Estão deixando todo mundo 'doente'?
Sim. Somos muito tirânicos sobre saúde. O que é saúde? Se formos medicalizar a definição de saúde, seria: "Não conseguimos achar nada errado". A pressão está abaixo de 12 por 8, o colesterol está abaixo de tal valor, fizemos uma tomografia e não há nada de errado. Se essa virar a definição de saúde, pouquíssimas pessoas serão saudáveis. É certo tachar a maioria como doente? Saúde é muito mais do que a ausência de anormalidades físicas.
Por que essa conduta está se tornando dominante?
Os médicos recebem mais para fazer mais, o que ajuda a alimentar o círculo vicioso da detecção precoce. É um bom jeito de recrutar mais pacientes, de vender mais remédios ou exames. Nos EUA, há os problemas de ordem legal. Os advogados processam os médicos por falta de diagnóstico, mas não há punições para sobrediagnóstico.
E tem quem creia realmente na detecção precoce. Nunca se diz que há perigo nisso. Pacientes diagnosticados com câncer de próstata e mama por detecção precoce têm muito mais risco de serem sobrediagnosticados do que ajudados pelo teste. Quando você ouve histórias de sobreviventes de câncer, na maioria das vezes o paciente acha que sua vida foi salva porque ele fez um exame preventivo.
E isso não é verdade?
Ele tem mais chance de ter sido tratado sem necessidade. Histórias de sobreviventes geram mais entusiasmo por testes e levam mais pessoas a procurar doenças, gerando sobrediagnóstico.
O que fazer para evitar isso?
Um paciente nunca vai saber se recebeu um sobrediagnóstico. Nem o médico sabe. Não é preciso decidir para sempre se você vai ou não fazer exames. Mas todos os dias novos testes são criados. É preciso ter um ceticismo saudável sobre isso.
 


DÉBORA MISMETTIEditora-Assistente de SAÚDE da Folha

quinta-feira, 28 de abril de 2011

SUS: Conselho Federal de Medicina divulga nota

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota sobre o estudo realizado pelo  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a respeito da percepção dos brasileiros sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). No documento, a entidade reafirma sua preocupação com a qualidade da assistência no Brasil e defende a adoção de políticas públicas para sanar os problemas apontados. A necessidade de aprovação da Emenda Constitucional 29, que pode contribuir para trazer mais recursos para a saúde, e a criação de uma carreira de médicos no SUS também são apontadas como soluções. Confira a íntegra da nota abaixo.
 
Nota do CFM sobre o Estudo do IPEA
Com relação ao estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que avaliou a percepção dos brasileiros com respeito ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Federal de Medicina (CFM) vem a público alertar para a importância da adoção de políticas públicas que sanem os problemas apontados e que comprometem a qualidade do trabalho médico e, principalmente, da assistência oferecida. O documento divulgado nesta quarta-feira (9) chama a atenção para pontos de pauta defendidos pelo CFM, como listamos a seguir:
1) Para o CFM, as principais queixas – falta de médicos, demora no atendimento e demora para se obter uma consulta especializada – decorrem do crônico subfinanciamento que assola a saúde pública do país e da necessidade de modernização dos instrumentos de gestão. É fundamental a adoção de políticas efetivas de valorização dos profissionais da saúde e de investimentos em infra-estrutura na rede de atendimento, entre outros pontos.
2)  Ressaltamos ainda que a reclamação dos entrevistados sobre a falta de médicos não pode ser entendida como uma crítica à categoria, mas como o reflexo do descaso dos gestores do SUS (em todos os níveis de gestão) em apresentar soluções para a contratação de profissionais da saúde, especialmente da Medicina, garantindo-lhes remuneração adequada, condições de trabalho dignas e perspectiva de progressão.
3) Sem a adoção dessas medidas, e de outras já apontadas pelas entidades médicas nacionais – como a aprovação pelo Congresso Nacional da regulamentação da Emenda Constitucional 29 -, o SUS continuará a sofrer as conseqüências do caos assistencial agravado pela falta de profissionais, nos grandes centros urbanos, nos municípios menores e nas áreas distantes.
4) Neste campo específico, defendemos a criação de uma carreira do médico dentro do SUS. A implementação desta proposta – atualmente em debate dentro do Ministério da Saúde – é a saída para se interiorizar a Medicina da forma como deve ser feita, ou seja, considerando o profissional como peça fundamental no processo do atendimento, oferecendo-lhe todo o suporte necessário para que alcance êxito em sua missão de acolher, cuidar e tratar. 
5) Este esforço para a interiorização da Medicina é necessário, pois, ao contrário do que afirmam alguns, não há falta de médicos no Brasil. Atualmente, nos deparamos com a concentração desses profissionais nos estados do Sul e Sudeste e no litoral, sendo que apenas com políticas de valorização da categoria – como a já citada carreira do médico no SUS – poderemos resolver este problema.  Outras alternativas – como a validação automática de diplomas de Medicina obtidos no exterior ou a abertura de novas escolas – são totalmente refutadas pelo CFM.
6) Relembramos ainda que os médicos têm alertado os gestores públicos de forma constante para a importância desses aspectos na oferta de serviços no âmbito do SUS. Documentos com o diagnóstico da situação e com as propostas de solução já foram entregues ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e à Presidente Dilma Rousseff, assim aconteceu nos governos anteriores. 
7) Finalmente, lembramos que o Brasil tem direito à uma assistência pública em saúde de qualidade, resolutiva e atenta diversidades regionais, sociais, étnicas e de gênero, entre outras, garantindo a todos os brasileiros acesso universal, integral e equânime ao atendimento médico-hospitalar, embasados na eficiência e na eficácia dos serviços e programas de promoção, prevenção e atenção.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Meta da região é vacinar mais de 45 mil pessoas

Sábado, 30 de abril, é o Dia D de Combate à Gripe e a meta da região é vacinar mais de 45 mil pessoas até o fim da campanha. A Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe (Influenza Sazonal) começou segunda-feira e segue até 13 de maio.
Em Navegantes, a meta é imunizar 7.499 pessoas, sendo 1.449 crianças com idade inferior a dois anos, 874 gestantes, 4.603 idosos acima de 60 anos e 573 trabalhadores que atuam na área da saúde do município. 
A meta em Itajaí é imunizar 23.598 pessoas, sendo obrigatório o alcance da meta mínima de 80%, equivalente a 18.879 pessoas. 
Já em Balneário Camboriú, a meta chega a 14.667 pessoas, sendo 10.503 idosos acima de 60 anos, 1.021 trabalhadores de saúde das unidades que fazem atendimento para a Influenza, 2.007 crianças na faixa etária de seis meses a um ano, onze meses e 29 dias e 1.136 gestantes.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Dia 26 de abril, data da primeira missa rezada no Brasil

A celebração da primeira missa no Brasil foi feita pelo frade Henrique de Coimbra no dia 26 de abril de1500, e descrita por Pêro Vaz de Caminha na carta que enviou ao rei de Portugal, D. Manuel I (1469-1521), dando conta da chegada ao Brasil, então Ilha de Vera Cruz, pela armada de Pedro Álvares Cabral que se dirigia à Índia.
"Quem sabe desses infantis visitantes guardarão tão profunda impressão do que ali observaram, que ainda um dia virão por ele atraídos fazer parte de nossa comunhão nacional?" (Victor Meirelles, apud Peixoto, 1982: 109)

O momento encontra-se retratado em um quadro, A Primeira Missa no Brasil, uma das principais obras deVictor Meirelles, pintado em 1860. O dia é ainda marcado como feriado, em Portugal, no município de Belmonte, terra natal de Pedro Álvares Cabral.
O quadro foi classificado e exposto no Salon da Academia Francesa de Belas-Artes em 1861.

Nota de falecimento


Este blog comunica o falecimento da recepcionista da UBS Espinheiros, Iraci Correia Lira Vieira, ocorrida na noite de ontem, após um mês de internação clínica no Hospital Marieta. O óbito foi decorrente de causas pulmonares ainda não esclarecidas.
À família enlutada, nossos mais sinceros pêsames, que encontrem em Deus a força e o conforto para superarem este momento difícil.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Vacinação contra gripe começa hoje


Começa nesta segunda-feira a campanha nacional de vacinação contra a gripe. Até o dia 13 de maio, deverão ser imunizados idosos com mais de 60 anos, indígenas, gestantes, crianças com idades entre seis meses e dois anos e profissionais da saúde. A meta do governo federal é vacinar entre 24 milhões e 30 milhões de pessoas contra três tipos do vírus influenza, inclusive o H1N1. A vacinação será feita em uma única dose para todos os grupos, com exceção das crianças. Elas receberão duas doses, aplicadas em um intervalo de trinta dias. Segundo o Ministério da Saúde, pessoas com alergia a ovo não devem tomar a vacina. Já aqueles com deficiência na produção de anticorpos, seja por problemas genéticos, imunodeficiência ou por realizarem uma terapia imunossupressora, devem consultar um médico antes de passar pela imunização.