"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Linus Carl Pauling

Linus Carl Pauling (Portland, 28 de Fevereiro de 1901 — Big Sur, 19 de Agosto de 1994) foi um químico quântico e bioquímico dos Estados Unidos da América. Também é reconhecido como cristalógrafo, biólogo molecular e pesquisador médico.
Pauling é amplamente reconhecido como um dos principais químicos do século XX. Foi pioneiro na aplicação da Mecânica Quântica em Química, e em 1954 foi galardoado com o Nobel de Química pelo seu trabalho relativo à natureza das ligações químicas. Também efetuou importantes contribuições relativas à determinação da estrutura de proteínas e cristais, sendo considerado um dos fundadores da Biologia Molecular. Durante as suas investigações esteve perto de descobrir a estrutura em hélice dupla do DNA, descoberta essa efetuada mais tarde por James Watson e Francis Crick, em 1953.
Ele é ainda referenciado como sendo um acadêmico versátil, devido à sua intervenção e perícia em campos diversos como a Química Inorgânica, Química Orgânica, Metalurgia, Imunologia, Anestesiologia, Psicologia e Radioactividade.
Pauling recebeu o Nobel da Paz de 1962, pela sua campanha contra os testes nucleares e é a única personalidade a ter recebido dois Prêmios Nobel não compartilhados. As outras personalidades que receberam dois Prêmios Nobel foram Marie Curie (Física e Química), John Bardeen (ambos em Física) e Frederick Sanger (ambos em Química). Mais tarde na sua carreira científica, advogou o uso em maiores proporções, em dietas, de vitamina C e outros nutrientes. Generalizou as suas ideias nesta área com vista a definir Medicina Ortomolecular, que ainda é vista como método não ortodoxo pela Medicina convencional. Pauling popularizou as suas idéias, análises, pesquisa e visões em vários livros de sucesso, mas controversos, sobre a temática da vitamina C e Medicina Ortomolecular.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Santa Catarina sedia encontro de Conselhos de Medicina

Uma profunda avaliação sobre o futuro do exercício da Medicina no país, incluindo uma análise da melhora da assistência oferecida pelas redes pública e privada, farão parte da pauta do I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2010. A reunião ocorre de 3 a 5 de março, em Florianópolis (SC). Será uma oportunidade para algumas das principais lideranças da categoria trocarem impressões sobre os desafios que se apresentam e que devem ser superados com o objetivo de beneficiar toda a sociedade.
A programação inclui discussões sobre pontos de grande interesse para a sociedade:
- Os cuidados paliativos (a assistência oferecida aos pacientes com quadros agudos e com poucas possibilidades de cura ou recuperação);
- Os problemas relacionados à assistência pré-hospitalar e à medicina de urgência;
- O avanço do projeto de lei que regulamentação da Medicina, ou seja, estabelece como sendo de exclusividade dos médicos a realização de diagnóstico e a prescrição de tratamento;
- A criação de uma carreira de estado para os médicos, com critérios semelhantes aos adotados para juízes e procuradores de justiça;
- Os conflitos entre médicos peritos e assistentes;
- A aplicabilidade do novo Código de Ética Médica, que entra em vigor nas próximas semanas, implementando novos parâmetros na relação entre os médicos e seus pacientes.
Entre os conferencistas esperados estão os escritores Moacyr Scliar e Rubem Alves, alem dos professores da Universidade do Porto, Rui Nunes, e da presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos de Portugal, Isabel Caixeiro. Também são aguardadas as participações dos presidentes da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral; da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Paulo Argollo Mendes; da Sociedade Brasileira de Medicina Legal, Railton Bezerra; da Associação Nacional de Médicos Peritos, Luiz Carlos de Teive Argollo; e da Sociedade Brasileira de Perícias Médicas, Cláudio José Trezub.

Ivan Petrovich Pavlov

Ivan Petrovich Pavlov (14 de Setembro de 1849 — 27 de Fevereiro de 1936) foi um fisiólogo russo. Foi premiado com o Nobel de Medicina de 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. Ivan Pavlov veio no entanto a entrar para a história por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o papel do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo condicionado).
Na década de 1920, ao estudar a produção de saliva em cães expostos a diversos tipos de estímulos palatares, Pavlov percebeu que com o tempo a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente não causavam tal comportamento (como por exemplo o som dos passos de seu assistente ou a apresentação da tigela de alimento). Curioso, realizou experimentos em situações controladas de laboratório e, com base nessas observações, teorizou e enunciou o mecanismo do condicionamento clássico. A idéia básica do condicionamento clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto que outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediatamente posteriores. Através da repetição consistente desses emparelhamentos é possível criar ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais. Essa descoberta abriu caminho para o desenvolvimento da psicologia comportamental e mostrou ter ampla aplicação prática, inclusive no tratamento de fobias e nos anúncios publicitários.
As primeiras experiências com os cachorros eram simples. Segurava um pedaço de pão e mostrava ao cachorro antes de dá-lo para comer. Com o tempo o cachorro passou a salivar assim que via o pedaço de pão. A salivação era uma resposta quando a comida era colocada em sua boca, uma reação natural de reflexo do sistema digestivo do animal e não envolvia aprendizagem. Pavlov designou esse reflexo de reflexo inato ou não condicionado. O cachorro de Pavlov ficou conhecido devido a uma experiência feita no início do século XX. Pavlov baseou seus estudos no condicionamento: fez a experiência de alimentar cães ao som de uma música determinada; posteriormente, ao ouvirem apenas a música, suas cobaias reagiram com secreção de saliva e de sucos gástricos. Pavlov provou, por meio desse experimento, que os cães desenvolvem comportamentos em resposta a estímulos ambientes, podendo tais comportamentos serem explicados sem que se precise entender o que se passa no plano mental ou psicológico. Essas conclusões deram material ao behaviorismo (teoria proposta por Watson) para afirmar que o ser humano aprende essencialmente através da imitação, observação e reprodução dos comportamentos dos outros, e que nossas ações são meras respostas ao ambiente externo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Instituto Butantan

O Instituto Butantan (ou Butantã) é um centro de pesquisa biomédica localizado no bairro do Butantã, em São Paulo. Fundado em 23 de fevereiro de 1901, é responsável pela produção de mais de 80% do total de soros e vacinas consumidos no Brasil. É também um importante ponto turístico, contando com um parque e três museus (Biológico, Histórico e Microbiológico), além do Hospital Vital Brazil, uma biblioteca, um serpentário, unidades de produção de vacinas e biofármacos. A história do Instituto Butantan confunde-se com a história da modernização do estado de São Paulo. Seu surgimento deveu-se a uma epidemia de peste bubônica em Santos em 1900. Temerário que a doença atingisse a capital do Estado, o governo convocou o Instituto Bacteriológico para tentar resolver o problema.
A fazenda Butantan foi desapropriada pelo Presidente de São Paulo Coronel Fernando Prestes de Albuquerque que iniciou as obras do Instituto. Seu diretor, Adolfo Lutz, mandou para essa cidade o assistente Vital Brazil Mineiro da Campanha, ou, simplesmente, Vital Brazil (com 'z', na grafia da época). Em pouco tempo ele diagnosticou a doença e, em conjunto com o médico Osvaldo Cruz, criou um plano para controlá-la. De volta à capital, Vital Brazil foi encarregado de um serviço contra a peste no Instituto Bacteriológico. No ano seguinte esse serviço transformou-se em instituição autônoma, então denominada "Instituto Serumtherapico do Estado de São Paulo", que, posteriormente, transformou-se no atual Instituto Butantan, que ajudou a debelar a peste. Entretanto, devido principalmente à expansão da cafeicultura, os trabalhadores rurais (na maior parte imigrantes), viam-se freqüentemente submetidos a acidentes ofídicos. As serpentes venenosas transformavam-se em um grande problema que, juntamente com a peste bubônica, atentava contra o desenvolvimento paulista.
Vital Brazil, a par de toda essa problemática, concomitantemente aos estudos sobre a peste, iniciou as suas pesquisas sobre o ofidismo, tema então pouquíssimo conhecido. O extenso trabalho que desenvolveu pesquisando esse assunto fez com que o Butantan rapidamente se especializasse no conhecimento herpetológico, bem como na produção de soros anti-ofídicos, tornando-se uma entidade ímpar em todo o mundo. Vital Brazil, inclusive, tem a primazia na demonstração da especificidade dos soros antiofídicos.
Um soro específico para uma serpente venenosa européia, por exemplo uma víbora (Vipera), é ineficiente para uma jararaca (Bothrops) sul-americana. Em viagens que fez, principalmente para os Estados Unidos, demonstrando a eficácia do soro antiofídico, a fama de Vital Brazil correu mundo. Durante vários anos, entretanto, o Instituto Butantan funcionou em toscas dependências, contando com um corpo de funcionários bastante exíguo. Mesmo assim, de seus laboratórios brotaram importantes pesquisas no campo da herpetologia, microbiologia e imunologia, reconhecidas internacionalmente. A partir de 1914, com a construção da nova sede e a paulatina ampliação de seu orçamento, o Butantan começou a se consolidar como a mais importante instituição de pesquisa biomédica do Estado de São Paulo, e uma das maiores do Brasil.

Ortotanásia pode ser autorizada no Brasil

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 6715/09, do Senado, que permite ao doente terminal optar pela suspensão dos procedimentos médicos que o mantêm vivo artificialmente. Com isso, o médico que atender ao pedido de suspensão do tratamento não poderá ser processado por homicídio doloso - é a chamada exclusão de ilicitude. A decisão do paciente de renunciar ao tratamento para morrer naturalmente é conhecida, na medicina, como ortotanásia. Ela difere da eutanásia, que é a prática de provocar a morte de um doente, geralmente pela aplicação de uma dose letal de medicamentos ou pela suspensão da alimentação (de pacientes vegetativos).
O texto, que altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40), estabelece que a exclusão de ilicitude será anulada em caso de omissão de tratamento ao paciente. A situação terminal do doente deverá ser atestada por dois médicos. Pela proposta, no caso de impossibilidade do paciente, o pedido de suspensão do tratamento poderá ser feito por seu cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão.

Histórico
Em 2006, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou uma resolução (1.805/06), autorizando a ortotanásia - os médicos poderiam limitar ou suspender os procedimentos e tratamentos que prolongassem a vida de doentes terminais acometidos de enfermidades graves e incuráveis. Segundo a resolução, o médico deveria ministrar os cuidados necessários para aliviar sintomas que levassem ao sofrimento do paciente. No entanto, a resolução foi suspensa por uma liminar da Justiça Federal, a pedido do Ministério Público.
Agora, com o projeto, que é de autoria do senador Gerson Camata (PMDB-ES), a ortotanásia poderá ser legalizada. No mundo, ela já é praticada legalmente em países como Inglaterra, Japão e Canadá. Nos Estados Unidos, existe desde 1991 o Ato de Autodeterminação do Paciente, que garante ao doente o direito de aceitar ou recusar tratamentos no momento de sua admissão no hospital.
O projeto, que tramita em regime de prioridade, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para o Plenário.
Fonte: Agência Câmara

Hipertensão é responsável por 80% dos casos de AVC no Brasil

A hipertensão, doença que atinge 30% da população adulta brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade, está presente em 80% dos casos de acidentes vascular cerebral (AVC). Segundo estimativas do Ministério da Saúde, o AVC é a principal causa de morte em todas as regiões do País e dos pacientes que sobrevivem 50% ficam com algum grau de comprometimento ou sequela. “Por isso é tão importante a adesão ao tratamento e a medição constante da pressão arterial”, reforça o cardiologista Dr. Fernando Nobre, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão.
Apesar da significativa redução no número de mortos por derrame desde 1960, a doença permanecia, em 2004, como a terceira causa mais freqüente de morte nos Estados Unidos, atrás apenas de doenças cardíacas e câncer. Aproximadamente 54% dos derrames nos Estados Unidos, em 2004, ocorreram fora de hospitais. A administração de medicação específica pode beneficiar pacientes com derrame isquêmico agudo; entretanto, o tratamento deve começar em até três horas desde o início dos sintomas. Para o derrame hemorrágico, é crucial a cirurgia imediata que previne a possibilidade de um novo sangramento, o que resultaria em sérios danos ou morte em 40% a 60% dos casos. Um novo objetivo para 2010 é aumentar para 83% a porcentagem de pessoas capazes de reconhecer os cincos sintomas e ligar para a emergência imediatamente se alguém aparenta ter um derrame. A adesão ao tratamento quando descoberta a doença é um dos grandes desafios da medicina. Pesquisa realizada pelo Dr. Décio Mion, conselheiro da sociedade Brasileira de Hipertensão e chefe da Unidade de Hipertensão do HC-FMUSP, demonstra que o problema vem desde a consulta médica até a mudança no estilo de vida do paciente. Dos entrevistados, 76% afirmaram estar insatisfeito com o atendimento dos médicos e procuram outro especialista, 30% afirmaram ter toda atenção do especialista e 37% estão satisfeitos com o atendimento. “A relação entre médico e paciente ainda é deficiente e grande parte dos hipertensos se sentem isolados por essa distancia neste relacionamento e acabam desistindo do tratamento”, afirma Dr. Décio.
Já para a adesão ao tratamento, os pacientes que participaram do levantamento realizado pelo especialista em 79% disseram que gostariam de ter mais relação com o médico, 84% mais informações da doença e 91% gostariam que o médico entrasse em contato pós consulta. Esse quadro negativo ainda não pára por aqui. O estudo revelou que 89% dos pacientes consideram os medicamentos utilizados no tratamento caros e 54% não se sentem bem com os remédios prescritos pelos médicos pelos eventuais efeitos colaterais.
"O conhecimento para controlar a hipertensão arterial existe, mas os pacientes não seguem a orientação médica", lamenta o nefrologista. Nos Estados Unidos, o percentual de doentes com pressão arterial abaixo de 140 mmHg por 90 mmHg, ou seja, em níveis controlados, é de 31% sobre o total de doentes. No Brasil, calcula-se que esse percentual seja inferior a 10%.
A pressão alta é de fácil diagnostico e pode ser tratada e o paciente tem a chance de seguir com a vida tranquilamente incluindo novos hábitos em seu cotidiano. No entanto, por ser silenciosa e não apresentar sintomas imediatamente, ela é um dos principais fatores de riscos de doenças que atinge coração, rins e cérebro. Segundo o Ministério da Saúde, das 900 mil fatalidades registradas no Brasil, anualmente, quase 30% decorrem de alterações no sistema cardiovascular provocadas pela elevação crônica da pressão arterial. Mais de 80% dos brasileiros adultos medem a pressão arterial regularmente, como comprova uma pesquisa de 2006, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. "O problema é a negligência nas demais etapas do processo, do diagnóstico, orientação do tratamento e uso efetivo dos medicamentos. E ela ocorre porque a doença não causa dor", observa o nefrologista. Há dois tipos de tratamento para hipertensão: com e sem medicamentos. O uso ou não de remédios vai depender do estágio da doença e do risco cardiovascular do paciente. Uma pessoa que acabou de ser diagnosticada pode conseguir reverter à alta da pressão adotando um estilo de vida saudável, que inclua redução do sal na alimentação, maior consumo de vegetais e pouco ou nada de álcool.
Esses novos hábitos com a prática regular de exercícios físicos e a perda de peso. "Essas mudanças de hábitos servem tanto para a prevenção da doença como para o seu tratamento", ressalta o nefrologista. Reduzir o consumo de sal significa consumir, no máximo, 6 gramas diárias, o que equivalente a quatro colheres rasas das de café. O brasileiro consome, em média, 12 a 14 gramas de sal por dia. O controle do peso e a realização de atividades físicas regulares durante pelo menos 30 minutos, três vezes por semana, contribuem não só para o controle da hipertensão, mas também para a queda da insulinemia (excesso de insulina no sangue), além de reduzir a sensibilidade ao sódio e diminuir as atividades do sistema nervoso simpático.
O fumo é o único fator de risco totalmente evitável de doença e morte cardiovasculares. Evitar esse hábito, que em 90% dos casos ocorre na adolescência, é um dos maiores desafios em razão da dependência química causada pela nicotina. No entanto, programas agressivos de controle ao tabagismo resultam em redução do consumo individual e se associam à diminuição de mortes cardiovasculares em curto prazo.
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Resistência inexplicável ao Ato Médico

Por Cláudio Balduíno Souto Franzen - Presidente do Cremers

"Se a saúde no Brasil já não enfrentasse tantos problemas, até poderíamos entender a mobilização de certos setores contra o Projeto de Lei nº 7.703/06, que regulamenta o exercício da Medicina. Aprovada na Câmara Federal, a chamada Lei do Ato Médico está agora no Senado, onde outros profissionais da saúde pressionam pela sua rejeição.
Todas as outras 13 profissões da saúde estão com suas atividades regulamentadas há muito tempo, ao contrário da medicina, justamente a mais antiga de todas. Essa resistência vem desde 2002, quando foi apresentada a primeira versão do projeto. Desde então, ocorreram muitas negociações, inclusive com a participação de todas as categorias profissionais envolvidas.
Inexplicável, portanto, essa campanha contra a regulamentação da medicina, um anseio legítimo dos médicos e um direito da população. Lideranças de outras profissões da saúde atacam a chamada Lei do Ato Médico divulgando interpretações equivocadas do seu conteúdo, mesmo cientes de que o projeto aprovado não interfere nas prerrogativas de suas atividades, conforme pode ser conferido no portal http://www.cremers.org.br/.
A impressão que se tem a partir dos posicionamentos contrários ao projeto é de que, na realidade, esses profissionais não estão obedecendo a Lei que regulamenta suas profissões e vêm avançando gradativamente sobre o campo de trabalho da medicina. Em alguns casos se intitulam “Doutores”, confundindo os pacientes menos avisados, e o que é pior, com o silente apoio do Poder Público.
Admitir-se um sistema de saúde que prescinda do médico, somente recorrendo a ele quando o caso se complica, é reconhecer uma assistência de 1ª classe e outra de 2ª classe. Todos os brasileiros têm o direito de serem assistidos por médicos, cabendo a esses estabelecerem o diagnóstico da sua doença e instituir a terapêutica que poderá, sim, ser executada por outros profissionais.
Os médicos têm o maior apreço e consideração por todos os profissionais que se dedicam a saúde e não desejam nem de longe retirar deles suas prerrogativas consubstanciadas em Leis. Não irão admitir, porém, serem por eles substituídos em função de interesses políticos e econômicos.
Quem quiser ser médico precisa enfrentar um concorrido vestibular, cursar seis anos de faculdade e outro tanto de especialização. Qualquer cidadão tem o direito de buscar ser médico. O inadmissível é querer atuar como médico sem cursar medicina."

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

James Parkinson

O médico inglês James Parkinson nasceu em Londres, em 11 de abril de 1755. Seu pai também fora médico, influenciando de maneira bastante significativa a escolha do filho primogênito pela medicina. Antes de ser médico, James Parkinson era um humanista, dotado de grande espírito crítico e sentido de observação da natureza. Não é sem motivo que foi ele o fundador da Sociedade de Geologia de Londres (Geological Society of London), refletindo seus interesses pela natureza e pela paleontologia. Para se ter uma idéia, muito antes da publicação de seus achados sobre a doença que levaria o seu nome, Parkinson publicou um verdadeiro tratado sobre paleontologia (Organic Remains of a Former World.).
Devemos lembrar que Parkinson viveu em pleno movimento iluminista, que se preocupava com o estudo da sociedade e da natureza. Em relação à sociedade, Parkinson brigou por maior representatividade política da população e pelo voto universal, integrando sociedades políticas secretas (London Corresponding Society for Reform of Parliamentary Representation).
Esse homem, dotado então de múltiplas ocupações e espírito inquieto, em 1817, aos 62 anos de idade, publicou o ensaio (Essay on Shaking Palsy) que descreveu de maneira bastante precisa e quase irretocável a doença que hoje leva o seu nome. Foram descritos os casos de seis pacientes, todos do sexo masculino, com idades entre 50 e 72 anos. Somente um desses pacientes não foi examinado pelo próprio James Parkinson, sendo observado à distância. Curioso como a extraordinária capacidade de observação aqui mais uma vez se refletiria. Dois dos pacientes descritos foram encontrados “casualmente” na rua. Parkinson citou a presença de tremor involuntário, o arqueamento do tronco para frente e a alteração da marcha, entre outras características.
Mas foi somente por volta de 1875 que o brilhante neurologista francês Jean Martin Charcot (considerado o “pai da neurologia”) sugeriu o nome de “doença de Parkinson”, reconhecendo o mérito daquele que tão bem havia descrito a doença. Charcot também contribui de maneira memorável para melhor definição e conhecimento da doença.
James Parkinson faleceu em 21 de dezembro de 1824, aos 69 anos de idade. Deixou o seu exemplo de homem dotado de conhecimento enciclopédico mas nem por isso distante dos pacientes ou de seu povo.
Dr. Tarso Adoni  - Parkinson online

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ato Médico: Academia Nacional de Medicina se manifesta a favor do projeto

Em texto encaminhado aos senadores, a Academia Nacional de Medicina (ANM) se manifesta a favor do projeto que regulamenta a Medicina no país. A ANM afirma que a prerrogativa do Médico de fazer o diagnóstico e tratar o paciente é direito inalienável, porque objetiva assegurar á população assistência médica digna e de qualidade.

ATO MÉDICO

A Academia Nacional de Medicina reitera a extrema importância da Aprovação do Substitutivo Projeto de Lei nº 7.703, que regulamenta o Ato Médico e que se encontra no Senado Federal. A Medicina como Ciência, tem XXV séculos de existência e não se pode admitir que, entre nós, seja a última das 14 profissões na área da saúde a ser regulamentada.
A Lei Federal que regularizou a Medicina no Brasil, datada de 1957 não especificou seu campo de trabalho, talvez porque naquela época isto parecesse desnecessário. O Projeto de Lei do ATO MÉDICO nº 268 está em tramitação no Congresso Nacional desde 2002. Finalmente o Substitutivo nº 7.703, de 2006, foi aprovado e reencaminhado ao Senado Federal. A prerrogativa do Médico de fazer o diagnóstico e tratar o paciente é direito inalienável, porque objetiva assegurar á população assistência médica digna e de qualidade.
A Academia Nacional de Medicina como a mais antiga instituição científica de nosso país, com 180 anos de atividades ininterruptas dedicadas à Ciência Médica, mais uma vez, firma posição em defesa do ATO MÉDICO.

Pietro Novellino
Presidente da ANM

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SUS vai oferecer duas novas vacinas a menores de 2 anos

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai incluir no calendário básico de vacinação duas novas vacinas para cerca de seis milhões de crianças menores de dois anos, segundo o Ministério da Saúde. As crianças poderão se imunizar contra doenças como meningite, pneumonia, sinusite e otite: estarão disponíveis na rede pública de saúde a pneumocócica 10-valente e a antimeningococo C.
A primeira será oferecida a partir de março em todo o território nacional e protege contra a bactéria pneumococo, causadora de meningite e pneumonias pneumocócicas, sinusite, inflamação no ouvido e bacteremia (presença de bactérias no sangue), entre outras doenças. A segunda será aplicada a partir de agosto e imuniza contra a doença meningocócica. Nos primeiros 12 meses após a implementação, as novas vacinas serão aplicadas em crianças menores de dois anos. A partir de 2011, elas farão parte do calendário básico de vacinação da criança específico para os menores de um ano.
Depois de cinco anos do início dos novos programas de vacinação, em 2015, a previsão é sejam evitadas cerca de 45 mil internações por pneumonia por ano no Brasil. Com isso, a média dessas internações, por ano, cairá de 54.427 para 9.185, uma redução de 83%. Com a introdução das vacinas, o Calendário Básico de Vacinação do Programa Nacional de Imunização (PNI) do ministério passará a ter 13 tipos de vacinas para proteger contra 19 doenças. Além disso, a oferta total do PNI, considerando as imunizações especiais, passa a ser de 28 tipos de vacinas entre nacionais e importadas.