
– Quem sente prejuízos frequentes provocados por mau humor e não sabe se está com a doença pode tentar prestar atenção na sua história de vida. Muita gente era alegre, extrovertida e aos poucos foi mudando a personalidade. Pode ser um sinal da distimia – explica Ana Filippon, da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul.
Ao procurar um médico, o paciente dá o primeiro passo para por fim a um problema que o perseguiria por muito tempo. Algumas pessoas começam a sofrer com a distimia na adolescência. Inicialmente, pensam que é da idade, mas o tempo passa e nada muda. Anos depois, ficam com a fama de mal-humorados e não conseguem aproveitar bem a vida. O tratamento é feito com antidepressivos. De alguns anos para cá, ganhou espaço a psicoterapia como estratégia importante para a recuperação total, como explica a psicóloga Luciana Terra.
– Uma das linhas psicoterápicas é a terapia de orientação psicoanalítica, que se baseia na psicanálise, na noção da existência de conflitos inconscientes que contribuem para os sintomas. A ideia é tentar identificar eventos marcantes na vida da pessoa e sentimentos negativos associados, que colaboram para a distimia – relata.
Um exemplo clássico é o do pai autoritário ou da mãe omissa, casos que podem levar a um sentimento persistente de baixa autoestima e a uma sensação de impotência frente a eventos da vida. Na prática, o paciente imagina ser incapaz de ser amado pelas pessoas ou de conseguir uma promoção no trabalho. Durante as sessões, ele percebe o problema, fala sobre ele, chora e cria um novo significado para sua história. Pouco a pouco, vai se recuperando da tristeza e reconquista a alegria perdida.
Para escapar da tristeza: # Por ser uma doença diagnosticada só depois de dois anos, a distimia também demora mais para ser curada em relação à depressão comum. É importante que o paciente seja perseverante até começar a sentir os primeiros resultados.
# Outra falha comum é que, como o tratamento é longo, muita gente deixa de tomar os remédios e para de ir às sessões de psicoterapia ao primeiro sinal de melhora, achando que está curada. Isso não pode acontecer. O tratamento deve ser seguido até o final para prevenir recaídas, frequentes nos casos de abandono.
# Estudos apontam que exercícios físicos são muito importantes para a recuperação. A atividade libera endorfina, uma substância que provoca boas sensações. Somado ao resto do tratamento, o esporte é um grande aliado.
# Nem todo mal-humorado tem distimia. Devem ficar preocupados aqueles que notam que o temperamento atrapalha o dia a dia, em relações familiares, no trabalho ou até mesmo no trânsito. Quando há prejuízo, é indicado buscar a ajuda de um profissional.
Um comentário:
Acho que tem um casal que se enquadraria perfeitamente nesse diagnóstico. Jarbas e Camile! ou será que só eu que tenho essa impressão?
Luiz Fernando Wanssa
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