A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, está investigando a suspeita de que o engenheiro sul-africano William Charles, 53 anos, tenha morrido em conseqüência de febre hemorrágica causada pelo arenavírus, comum na África e transmitido por fezes e urina de roedores ou pacientes infectados. Ele morreu na manhã de terça (02), na Casa de Saúde São José, na zona sul do Rio de Janeiro.
Charles estava no Brasil desde 25 de novembro para fazer palestras. No sábado (29), o engenheiro passou mal e foi internado com quadro clínico de febre, vômito, sangue na urina, aumento do fígado e pequenas erupções na pele. Segundo a Casa de Saúde São José, ele ficou em isolamento durante o período de internação. O corpo foi cremado nesta tarde, sem autorização do Ministério da Saúde. Os técnicos da Fiocruz já descartaram as hipóteses de que a morte de Charles tenha sido provocada pelo vírus ebola, dengue hemorrágica, marburg, leptospirose, hantavirose ou hepatite. Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que a principal suspeita é que o engenheiro foi vítima de contaminação pelo arenavírus.
Os arenavírus (do grego arena, areia ) constituem um gênero que contém dois segmentos de RNA circular, um anti-senso e outro ambi-senso. Por possuírem características semelhantes as de uma membrana, conseguem entrar facilmente na célula, por isso possuem maior poder infectante. Esses vírus causam doenças humanas severas e podem ser uma ameaça como agentes do bioterrorismo. O vírus tem esse nome porque apresenta pequenos grânulos no interior do envelope.
De acordo com o ministério, não há relatos de contágio nas pessoas que estiveram em contato com Charles. Ainda segundo a nota, os profissionais de saúde que cuidaram do engenheiro estão sendo acompanhadas pelas autoridades sanitárias. O ministério esclareceu também que não é recomendada quarentena para quem estiver com suspeita de contágio pelo vírus, porque este ocorre apenas após o aparecimento dos sintomas. O período de incubação do arenavírus varia de sete a 16 dias.
O Consulado da África do Sul, em São Paulo, informou na manhã de hoje (04) que ainda não recebeu o passaporte de Charles. Por isso, preferiu não confirmar a nacionalidade do engenheiro.
Fonte: Agência Brasil
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