Giuseppe Englaro, pai da italiana de 38 anos que está em estado vegetativo desde 1992, disse ao jornal chileno "La Nación" que não fez "nada além de dar voz a Eluana", ao explicar sua decisão de deixar a filha morrer. Giuseppe questiona a Igreja Católica e as ideologias que tentaram impor em uma história que ele viveu com mais dor que qualquer outro. Embora o debate do caso tenha começado em 1997, quando o pai de Eluana iniciou a batalha judicial para desligá-la dos aparelhos, a polêmica veio à tona depois que, após 12 anos, a Justiça permitiu que a família iniciasse o procedimento para retirar a alimentação e a hidratação da italiana. Ele lembra que, algumas semanas antes de sofrer o acidente, a filha - chocada com uma história semelhante de um amigo que ficou em coma profundo - disse o que deviam fazer com ela se acontecesse algo parecido: "não comigo, lembrem". "Ficava horrorizada com estes casos, ao ponto de dizer que ela não aceitaria isso (fica em coma) jamais", disse Giuseppe.
Giuseppe Englaro insistiu em que a decisão que tomou foi determinada pela filha, que tinha pedido a ele a à mãe para ser protegida caso ocorresse algo parecido, o que depois realmente aconteceu.
"Sabia o que poderia acontecer após um acidente de trânsito: tinha visto alguns amigos que tinham sido submetidos a protocolos de reanimação de emergência para sobreviver em condições de total privação, ligados a máquinas sem as quais não poderiam sobreviver", acrescentou. Afirmou que a filha ficava horrorizava com este tipo de sobrevivência e que disse mais de uma vez aos pais, parentes e amigos "que preferia morrer a continuar vivendo nessas condições".
"Pedimos sempre apenas o respeito à vontade de Eluana e sua maneira de ser. Não fizemos nada além de dar-lhe voz", reiterou.
Ontem a alimentação e a hidratação parenterais de Eluana foram suspensas, e espera-se o óbito por desidratação/desnutrição entre sete e dez dias.
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