"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dermatite atópica

Definição
A expressão é empregada para denominar as reações inflamatórias da pele relacionadas a alergias respiratórias (como asma e rinite), de caráter hereditário.
Incidência
Aproximadamente 10% da população mundial são afetados pela atopia, ou seja, por problemas alérgicos estimulados por fatores hereditários. Entre essas pessoas, cerca de 3% desenvolvem especificamente a dermatite atópica. As manifestações começam em geral a partir do terceiro mês de vida e dependem também de alguns fatores ambientais (por exemplo, o grau de industrialização do local onde se vive) e de costumes (como o uso de adornos de metal e o contato com produtos químicos sem os devidos cuidados).
Causa
Além da já mencionada relação com a asma e a rinite hereditárias, vários mecanismos podem estar envolvidos na doença. Embora não haja comprovação definitiva, acredita-se que a dermatite atópica possa se relacionar com a imunidade humoral (anticorpos) e também com a imunidade celular: defeitos em células de defesa do organismo resultariam numa maior suscetibilidade a infecções por vírus, por bactérias e por fungos.
Diagnóstico
O diagnóstico é eminentemente clínico, baseado no quadro relatado pelo paciente (ou por quem cuida dele) e em seus antecedentes pessoais e familiares. Os testes alérgicos são de pouca utilidade, principalmente em crianças.
Sintomas
Como a pele do atópico é excessivamente seca, há ocorrência de intensa coceira, acompanhada de lesões avermelhadas mais intensas nas dobras dos cotovelos, dos joelhos e nas bochechas. É o chamado eczema infantil, que pode melhorar nos primeiros cinco anos de vida, persistir ou retornar no período imediatamente anterior à puberdade.
As lesões liberam secreções, e a coceira constante forma crostas de sangue. O quadro tende a piorar e melhorar alternadamente. À medida que a criança ganha mais idade, porém, o intervalo entre os surtos aumenta. No adolescente e no adulto, as lesões revelam-se mais secas e costumam descamar.
Tratamento
A base da terapia consiste em manter a umidade da pele e minimizar a exposição a agentes tópicos irritantes como: lã, sabão, pêlos de animais e produtos químicos em geral. Mudanças de temperatura e umidade, transpiração excessiva e muita atividade física podem piorar o quadro.
O doente deve vestir roupas de algodão, bem enxaguadas e leves, e tomar banhos rápidos, mornos ou frios, usando sabões suaves em pequena quantidade e evitando as áreas de lesões. Convém usar hidratantes com regularidade. Vale a pena saber também que poluição atmosférica, pólen em suspensão no ar, poeira doméstica, tintas e vernizes podem constituir fatores de piora do quadro devendo, portanto, ser evitados na medida do possível.
A aplicação de compressas úmidas com solução de Burrow (formulada pelo dermatologista) e soluções anti-sépticas suaves podem ser úteis nas lesões com secreções. O alívio da coceira pode ser obtido por meio de antialérgicos, inclusive nos casos crônicos.
Pomadas à base de corticóides melhoram as lesões, mas devem ser usadas em períodos limitados, para que não provoquem efeitos colaterais ou gerem dependência no paciente. Como regra geral, convém evitar os corticóides ingeridos ou injetados, pois a melhora imediata quase sempre é seguida de lesões ainda mais intensas. Além disso, o excesso dessas substâncias causa efeitos nocivos ao organismo.
Outro tratamento utilizado é a fototerapia. O doente se expõe a pequenas quantidades de raios ultravioleta ao mesmo tempo em que toma medicamentos específicos, que aumentam a suscetibilidade da pele a essas radiações.

Um comentário:

Eliezer disse...

Ainda bem que, em Itajaí, o que escapar da nossa alçada pode ser encaminhado para a alergologia, pedindo socorro para a Doutora Cláudia Dutra Bernhardt!!! Ai meu Deus...