As gestantes são consideradas um dos grupos de risco para a gripe A (H1N1), ao lado de obesos, idosos, crianças e pessoas com doenças respiratórias crônicas, mas os médicos ainda investigam o motivo. Especialistas afirmam que o sistema de defesa do organismo das grávidas é, de fato, mais sensível, mas só isso não explica o grande número de casos. Por isso, eles dão dicas sobre como evitar o contágio. Antes de tudo, é bom deixar claro: a grande maioria das pessoas que pegam a nova gripe, incluindo as gestantes, tem sintomas leves e se recupera totalmente. Mesmo entre os casos graves, a maioria não é fatal, afirma o infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O sistema de defesa do organismo (o sistema imunológico) é mais sensível nas grávidas, explica o obstetra José Maria Soares Jr, também da Unifesp. “Para manter o feto fixado na parede do útero há um pequeno enfraquecimento no sistema imunológico. Não é que ele deixa de funcionar, ele ainda protege a mulher. Ela só fica um pouco mais sensível a vírus e bactérias”, explica o médico. Pelo mesmo motivo, as complicações de doenças são mais comuns em grávidas. Olzon lembra que outras enfermidades comuns, como catapora e sarampo, são mais perigosas durante a gestação. “O organismo da gestante é mais sensível. Além disso, ela pode sofrer uma perda de nutrientes, que pode deixá-la mais fraca”, afirma. Essa é uma possível explicação para a maior sensibilidade das grávidas ao H1N1, mas só isso não explica a quantidade elevada de casos, segundo os médicos. “A verdade é que esse número de casos e de mortes em grávidas está muito esquisito. É maior do que esperávamos e ainda não temos estudos suficientes para entender por que isso acontece”, explica Olzon.
Por isso, os médicos recomendam que as gestantes sigam os cuidados para evitar a nova gripe com diligência. “Elas precisam fazer as mesmas coisas que as outras pessoas, mas com ainda mais afinco”, afirma Olzon. As recomendações são: evitar aglomerações, lavar as mãos repetidas vezes, evitar cumprimentar pessoas com abraços, beijos e apertos de mão, e tentar manter distância de doentes. Se não for possível se afastar de alguém com o vírus (por exemplo, no caso de um filho doente), os médicos recomendam que o paciente use máscaras e que a gestante use luvas, lave as mãos depois de encostar e evite deixar o rosto perto da pessoa.
O obstetra afirma que as gestantes não precisam “se trancar em casa”. “Elas podem sair, só precisam ter mais cuidado para evitar aglomerações de pessoas. É bom também evitar o transporte coletivo”, recomenda.
Em caso de sintomas, dúvidas ou suspeitas, os dois especialistas aconselham que a gestante procure o médico que faz o seu pré-natal. “Se ela estiver com sintomas mais leves, é arriscado ir até o hospital. Ela pode não ter o vírus e acabar se contaminando no pronto-socorro”, orienta Olzon. Se a grávida, no entanto, começar a se sentir muito mal, com febre muito alta e dificuldade para respirar, ela deve sim procurar um hospital rapidamente. “Os hospitais estão preparados para dar prioridade às gestantes”, diz o infectologista.
Fonte: Globo.com
2 comentários:
É isso mesmo.. isso mesmo!!
Se as moçoilas querem um bom conselho, na linha da prevenção... Não engravidem!!! Tá certo...
Postar um comentário