"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Herpes zoster

Embora os nomes sejam semelhantes, o herpes zoster e o herpes labial não são a mesma doença. Na realidade, são completamente diferentes. O herpes labial é causado por um vírus chamado herpes vírus. O herpes zoster, também conhecido como cobreiro, é causado por outro vírus, chamado varicela-zoster vírus. É o mesmo vírus que causa a catapora. Depois que a catapora passa, o varicela-zoster vírus não é eliminado do nosso corpo. Ele fica dormente, à espera de um momento para se reativar, refugiado dentro de terminais nervosos. Se houver oportunidade, ele volta a atacar, numa segunda versão: agora, causando o zoster. Não se sabe ao certo o que determina a reativação do vírus. Ao que parece, ele se aproveita de um momento em que a proteção imunológica cai. A idade parece ser um fator importante: nos Estados Unidos, estima-se que haja 1 milhão de casos de zoster por ano, e metade desse número ocorre em quem passou dos 60. O zoster também ataca quem está debilitado, como pessoas em tratamento contra câncer ou pessoas com deficiências imunológicas. Até mesmo o stress psicológico pode desencadear uma crise.
A pele fica avermelhada e inchada, e surgem pequenas bolhas. As feridas acometem apenas um lado do corpo, numa área de pele linear, como se fosse uma faixa. A dor é intensa. Por vezes é tão forte que mesmo o encostar da blusa ou o vento batendo na pele incomodam. Tamanha dor se justifica pelo fato de que, além da pele, o vírus também afeta o nervo que chega até a pele. O nervo inflama e pode ser danificado. Por isso, além de dor, o paciente pode sentir formigamento ou queimação na área afetada. Essas alterações de sensibilidade costumam aparecer poucos dias antes das feridas visíveis na pele.
As alterações da pele são auto-limitadas, e melhoram mesmo sem tratamento. O problema mais sério do herpes zoster é a lesão do nervo: a dor pode persistir por meses ou anos. Por isso, o zoster precisa ser tratado adequadamente, assim que os sintomas começarem.Existem outras complicações possíveis, como o comprometimento da visão. Isso pode acontecer quando o zoster afeta a face, próximo ao olho. Nesse caso, além do acompanhamento dermatológico, o paciente também precisa ser tratado por um oftalmologista. Além disso, quando afeta a face, o zoster pode comprometer a audição, o equilíbrio e o movimento dos músculos faciais. Mais uma vez, o tratamento precoce diminui o sofrimento e os riscos de sequelas.
Todas as pessoas que tiveram catapora correm o risco de desenvolver o zoster. Espera-se que as crianças vacinadas contra a catapora não desenvolvam o zoster quando ficarem mais velhas, uma vez que não contraem o vírus causador. As bolhas na pele são repletas do vírus causador do problema. Lembra que esse vírus causa catapora? Pois é: enquanto você estiver com bolhas na pele, pode transmitir catapora para as pessoas que não foram vacinadas ou que ainda não tiveram a doença.

2 comentários:

Eliezer disse...

Professor, foi uma boa pedida colocar esta revisão sobre herpes zoster no blog... Especialmente útil para nós diferenciarmos melhor as doenças que imprimem na pele suas marcas... Abraços do Eliezer!

TACI disse...

Esse post surgiu após àquele caso q te passei, da foto???