"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Exame de sangue poderia ajudar a prever risco de depressão pós-parto


Novas descobertas feitas por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Warwick, na Grã Bretanha, podem ajudar na criação de um exame de sangue capaz de prever o risco de uma mulher ter depressão pós-parto. Uma pesquisa feita por esses especialistas identificou determinadas variações genéticas que são mais frequentes em mães que apresentam o problema. Portanto, segundo os autores, testes capazes de detectar tais variações poderiam ajudar a prevenir e tratar a depressão. Esses resultados foram apresentados nesta quarta-feira no Congresso Internacional de Endocrinologia, em Florença, na Itália.
Aproximadamente uma em cada sete mulheres que dão à luz sofrem dessa depressão, e o problema costuma aparecer cerca de duas semanas após o parto, segundo explicam os autores do trabalho. De acordo com os pesquisadores, trata-se de uma condição grave e cujos sintomas incluem tristeza, episódios de choro, diminuição da libido e ansiedade. Além da mulher, o problema pode também afetar a criança, já que mães depressivas tendem a ser menos afetuosas e interagir menos com seus filhos, que podem vir a desenvolver problemas emocionais e comportamentais ao longo da vida.
No estudo, foram avaliadas 200 mulheres grávidas em dois momentos: na primeira consulta pré-natal de cada uma e, depois, entre a segunda e a oitava semana após elas darem à luz.  Os pesquisadores descobriram que aquelas que sofreram de depressão pós-parto foram mais propensas a apresentarem variações genéticas específicas em receptores que estão ligados à resposta hormonal ao stress. Essa atividade acontece no hipotálamo, região do cérebro relacionada aos sistemas nervoso e endócrino e à liberação de uma série de hormônios na corrente sanguínea. De acordo com os autores, testes sanguíneos poderiam identificar as variações e, assim, ajudar a prever o risco de depressão pós-parto.
De acordo com os especialistas, esses resultados sugerem que a depressão pós-parto é um subgrupo específico dos casos de depressão que são desencadeados por fatores ambientais e também genéticos. "Nós acreditamos que fizemos uma descoberta com importantes implicações clínicas e sociais. Se pudermos identificar com antecedência quais mulheres podem sofrer de depressão pós-parto, seremos capazes de tratá-las de forma adequada e em má fase inicial. Assim, melhoraremos não apenas a vida dos pais, mas também de seus filhos", diz Dimitris Grammatopoulos, um dos autores do estudo.
Publicado em VEJA online

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