O FDA, órgão do governo
americano que controla drogas e alimentos, se mostrou favorável a um estudo que
recomenda o uso de um remédio comumente usado para combater o vírus do HIV e
que pode ajudar na prevenção da AIDS em pessoas saudáveis. A pílula, chamada
Truvada, se mostrou segura e eficiente para prevenir a doença contanto que seja
tomada todos os dias.
A cúpula do FDA fará
uma reunião na quinta-feira para discutir se o Truvada deve ser aprovado para
pessoas com maior risco de contrair o HIV por meio do sexo. O relatório
favorável do órgão à pílula sugere que ela vai se tornar o primeiro remédio
aprovado para prevenir o HIV em pessoas com alto risco.
Apesar do parecer
positivo, os relatores do FDA disseram que os pacientes precisam ser
disciplinados em relação à ingestão diária do medicamento. Nos testes clínicos,
nem todas as pessoas se comprometeram com a rotina. "No mundo real, as
pessoas podem se esquecer de tomar o remédio mais até do que nos testes
clínicos", informou o relatório do FDA.
A reunião do órgão
americano votará se o Truvada deve ser aprovado para homens de qualquer
orientação sexual, homens e mulheres em relacionamentos com parceiros
infectados e outras pessoas sob risco de contrair o vírus por meio de atividade
sexual. Apesar de o FDA não ser obrigado a seguir a conclusão das reuniões,
raramente ele se posiciona de modo diferente.
A grande preocupação
dos médicos é sobre o sucesso do Truvada entre as mulheres. Em 2011, uma
pesquisa foi interrompida ao descobrir que mulheres tomando o remédio pareciam
se infectar mais facilmente do que aquelas recebendo o placebo. Desde então,
cientistas supõem que as mulheres precisam receber doses maiores para ter o
mesmo efeito observado em homens. Os resultados negativos também podem ser
resultado da indisciplina na ingestão diária do remédio.
O remédio pode causar
diarreia, tontura, náusea e vômito como efeitos colaterais. Nos casos mais
sérios, houve intoxicação do fígado, problemas nos rins e enfraquecimento dos
ossos.
Reportagem da Revista VEJA
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