"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ir ao hospital é mais arriscado do que viajar de avião, revela OMS

Dar entrada em um hospital é muito mais arriscado do que fazer uma viagem de avião. De acordo com dados da Organização de Mundial de Saúde (OMS), milhões de pessoas morrem todos os anos em função de erros médicos e infecções adquiridas em hospitais. Os ricos de morrer são de um para 300, enquanto em um acidente aéreo ele seria de um em 10 milhões de passageiros.
“Já as chances de acontecer um erro médico são de uma em dez. Isso demonstra que a saúde, em geral, ainda tem um longo caminho a percorrer”, diz Liam Donaldson, da OMS. Mais de 50% das infecções adquiridas dentro de um hospital, por exemplo, poderiam ser prevenidas se os profissionais de saúde lavassem as mãos com sabão e água ou com uma loção à base de álcool antes de tratar os pacientes.
De cada 100 pacientes hospitalizados em um determinado momento, sete (em países desenvolvidos) e dez (em países em desenvolvimento) irão adquirir ao menos uma infecção associada ao tratamento médico. “Quanto mais tempo o paciente fica na UTI, maiores são os riscos de ele adquirir uma infecção”, alerta a OMS. Dispositivos médicos, como cateteres urinários e ventiladores, estão associados com altos índices de infecção.
Todos os anos, nos Estados Unidos, 1,7 milhão de infecções são adquiridas em hospitais, causando 100.000 mortes. O índice é muito mais elevado do que na Europa, onde 4,5 milhões de infecções causam 37.000 mortes, de acordo com a OMS.
“A saúde é, inevitavelmente, um negócio de alto risco, porque as pessoas estão doentes, e os cuidados de saúde modernos são feitos de maneira rápida, em um ambiente de alta pressão que envolve muita tecnologia complexa e muitas pessoas”, diz Donaldson.
Uma operação cardíaca, por exemplo, pode envolver uma equipe de até 60 pessoas, quase o necessário para executar um jato. De acordo com Benedetta Allegranzi, da OMS, os riscos são ainda mais altos em países em desenvolvimento, com cerca de 15% dos pacientes adquirindo infecções. “O risco é realmente mais alto em áreas de risco dos hospitais, principalmente UTIs e unidades neonatais de países em desenvolvimento.”
Cerca de 100.000 hospitais pelo mundo adotaram a lista de controle de segurança emitida pela OMS, que, segundo a agência, tem reduzido complicações cirúrgicas em 33% e mortes em 50%. Se fosse usada em todo o mundo, essa lista de controle poderia prevenir cerca de 500.000 mortes todos os anos.
“Francamente, se eu fosse fazer uma operação amanhã, gostaria que ela fosse feita em um hospital que usasse essa lista de controle”, diz Donaldson.
Fonte: Agência Reuters

Um comentário:

Eduardo Teston Bondan disse...

É só ver o que o artigo "Erro médico em pacientes hospitalizados", de CARVALHO & VIEIRA mostra: "Sempre que há a introdução de uma nova tecnologia ou fases iniciais de treinamento, como por exemplo, a introdução de residentes novos ao serviço, o número de erros médicos aumenta consideravelmente. Os mais freqüentes são os erros de prescrição (56%) e os de administração (24%)." E ainda completa: " (...) após um plantão de 24 horas, sem dormir, o desempenho psicomotor de um
profissional de saúde é semelhante ao de um indivíduo legalmente
bêbado (nível sérico alcoólico maior ou igual a 0,08%)!".