De acordo com a primeira estimativa global da doença celíaca, a patologia é responsável pela morte de cerca de 42.000 crianças todos os anos – a maioria na África e na Ásia. O levantamento foi feito por pesquisadores da Universidade de Umea, na Suécia, e da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul - e publicado no periódico científico PloS One.
A doença celíaca é um problema que afeta o intestino, prejudicando a absorção de nutrientes, vitaminas, sais minerais e águas. A patologia pode ser desencadeada pelo glúten, uma proteína presente no trigo, no centeio e na cevada. Entre os principais sintomas estão diarreia, distensão abdominal por gases, cólicas, fraqueza geral, alterações na pele e anemia.
Segundo a pesquisa, havia em 2010 cerca de 2,2 milhões de crianças menores de cinco anos de idade vivendo com a doença celíaca. Entre essas crianças, poderia haver 42.000 mortes relacionadas à doença todos os anos. Em 2008, as mortes relacionadas à patologia, provavelmente, foram responsáveis por aproximadamente 4% de toda a mortalidade infantil por diarreia.
O problema já preocupa especialistas desde o começo do século passado. Na década de 1930, por exemplo, antes de se descobrir que dietas livres de glúten ajudavam a gerenciar a doença, o Hospital Great Ormond Street, em Londres, notificava uma mortalidade muito elevada entre crianças com a doença.
Para o professor Peter Byass, coordenador do estudo, a doença celíaca pode não ser uma das principais causas de morte no mundo, mas é uma das que podem ser evitadas. “É preciso muito mais conscientização nas áreas pobres do mundo. Suplementos alimentares com glúten, por exemplo, podem prejudicar crianças subnutridas que sofrem com a doença”, diz.
A pesquisa da equipe foi baseada em diversas estimativas e suposições, uma vez que há uma enorme lacuna de dados globais confiáveis sobre o assunto. Essas limitações estão discutidas na pesquisa. Os autores esperam que, com uma maior conscientização sobre as consequências da intolerância do glúten, seja possível fazer o levantamento de dados mais seguros e salvar mais vidas no futuro.
Fonte: VEJA Saúde
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