"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

sábado, 30 de janeiro de 2010

Manuel Dias de Abreu

Manuel Dias de Abreu (São Paulo, 4 de janeiro de 1894 — Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 1962) foi um médico, cientista e inventor brasileiro. Era filho de Júlio Antunes de Abreu e de Mercedes da Rocha Dias. Doutorou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1914. Pouco depois, viajou para a França, onde foi diretor da laboratório de radiologia da Santa Casa de Paris. Foi também na capital francesa que iniciou seus estudos de fotografia dos pulmões, no Hospital Franco-Brasileiro.
Após 1918 trabalhou no Hospital Laennec (também na França) e em 1921 publicou uma obra pioneira sobre a interpretação radiológica das lesões pulmonares chamada Radiodiagnóstico na tuberculose pleuropulmonar. Em 1922 retorna ao Brasil e assume a chefia do Departamento de Raios X da Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose, no Rio de Janeiro. Por esta época, intensifica as pesquisas de radiografias do tórax mas os resultados são desanimadores. Apenas em 1935, em decorrência dos aprimoramentos dos aparelhos fotográficos, retomou suas experiências no antigo Hospital Alemão do Rio de Janeiro. É nesse período que o cientista concebe um método rápido e barato de tomar pequenas chapas fotográficas dos pulmões para maior facilidade de diagnóstico, tratamento e profilaxia da tuberculose e do câncer de pulmão. Era a invenção da abreugrafia, nome dado em homenagem ao cientista e reconhecida em 1936 pela Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e depois adotada universalmente.
Manuel Dias de Abreu lecionou Radiologia em inúmeras instituições científicas do Brasil e exterior e foi membro das mais importantes organizações médicas do mundo. Foi cavaleiro da Legião de honra (França) e detentor de inúmeros prêmios, entre eles a medalha de ouro que recebeu nos Estados Unidos em 1950 como médico do ano do Colégio Americano de Médicos do Tórax. No campo da medicina e da pesquisa, publicou Idéias gerais sobre o radiodiagnóstico na tuberculose, Estudos sobre o pulmão e o mediastino, Nova radiologia vascular e Radiologia do coração, que o consagraram. Além disso, Abreu publicou obras poéticas: Substâncias, ilustrada por Di Cavalcanti e Poemas sem realidade, que ele mesmo ilustrou.
Ao lado de Carlos Chagas, Vital Brazil, Osvaldo Cruz e outros, Manuel Dias de Abreu está entre os grandes vultos da medicina brasileira. Recebeu pelo menos cinco indicações para o Premio Nobel de Medicina e Fisiologia, embora nunca tenha sido laureado.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Novo preceptor

Assumiu ontem a preceptoria de MFC do 11º período o professor Emerson da Silveira, da UBS Murta. Desejamos a ele muito sucesso, paciência e sabedoria para conduzir esta nobre e árdua tarefa pelo próximo ano, no sistema de rodízio de preceptores instituído pela disciplina. A coordenação do estágio do 12º período também ficará a cargo do prof. Emerson, que cuidará de alocar os alunos que desejam fazer o optativo em MFC nas unidades disponíveis.
A coordenação da disciplina de MFC continua a cargo do prof. Heitor.
Após longas férias, bom início de semestre letivo a todos.
Prof. Alexandre

Sal, sobrepeso e stress favorecem hipertensão

O mal que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ser internado na madrugada da última quinta-feira - recebendo alta horas depois - não tem cura, mas pode ser controlado. A hipertensão é um problema relativamente comum entre os brasileiros, atingindo cerca de 30% da população adulta, de acordo com Décio Mion, chefe da Unidade de Hipertensão do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Não existe um perfil típico de paciente com hipertensão, afirmam os médicos. No entanto, alguns fatores, além da influência genética, explicam a doença. "Pessoas com sobrepeso, que apresentam uma dieta desregrada e que fazem uso abusivo do sal tendem a desenvolver a hipertensão", explica Marcos Knobel, cardiologista e coordenador da unidade coronariana do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. A idade é outro importante fator de risco. "Atualmente, cerca de 50% das pessoas em torno dos 50 anos no Brasil têm pressão alta", destaca Décio Mion.
Os especialistas esclarecem que a internação de Lula, ocorrida em Recife (PE), não foi resultado de um simples quadro de hipertensão. Na verdade, configura uma crise hipertensa - a pressão, que já era alta, subiu ainda mais e atingiu a taxa de 18 por 12. Depois dos primeiros atendimentos, os médicos atribuíram a crise ao stress, temperado por uma agenda cheia e combinado com uma gripe mal curada.
Segundo Knobel, esses são os fatores mais comuns num quadro de crise. "O stress, o abuso do sal, um quadro infeccioso e uso de medicamentos inapropriados para hipertensos são as razões recorrentes", afirma o especialista. Mion acrescenta mais causas que podem afetar os hipertensos em geral, como a suspensão da medicação que controla a pressão e a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.
Uma vez detectada, a hipertensão pode ser tratada com medicamentos. No entanto, os médicos alertam que é preciso, também, agir sobre as causas da doença. "Tenho pacientes que tiveram a pressão alta controlada apenas com redução do stress, perda de peso e adoção de regime e atividade física. Assim, não precisaram fazer uso de medicamentos", conta Knobel.
Quando assumiu a Presidência, Lula foi alertado sobre seu sobrepeso, que, em 2003, agravava sua bursite - inflamação no ombro que o acompanha há décadas. Aconselhado pelos médicos, colocou em prática uma dieta para emagrecer, que incluía a restrição de alimentos gordurosos e a prática de exercícios físicos diários sob a orientação de um personal trainer.
O Ministério da Saúde alerta que a hipertensão arterial, quando não controlada, pode acarretar derrames, doenças do coração - como infarto, insuficiência cardíaca e angina (dor no peito) -, insuficiência renal ou até falência dos rins, além de alterações na visão que podem causar cegueira. Por isso, é fundamental prevenir e controlar a doença.
Fonte: VEJA Saúde

Dr. Pepper e a lavagem de ouvido...

Homenagem a Marcel Marchesi e O Criador

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Anvisa alerta sobre remédio para emagrecer

Depois que a Agência Europeia de Medicamentos (Emea, em inglês) recomendou a suspensão da venda de sibutramina - uma das drogas mais usadas para emagrecimento -, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu enviar um alerta a médicos e farmacêuticos brasileiros sobre o tema. A decisão do comitê europeu foi baseada em um estudo realizado com 10 mil pacientes que mostrou aumento de 16% na incidência de enfarte e derrame em pessoas com histórico de problemas cardíacos que tomaram o medicamento. Para a Emea, portanto, os riscos da substância são maiores do que os benefícios.
Também com base nesse estudo, a Food and Drug Administration (agência que regula medicamentos nos Estados Unidos) decidiu que deverá ser incluída na bula uma contraindicação para pacientes com cardiopatias. No Brasil, embora a bula do medicamento já mencione como possíveis eventos adversos a elevação da pressão arterial e arritmias cardíacas, a única contraindicação é para pessoas com histórico de anorexia.
No ano passado, a Anvisa recebeu 37 notificações de eventos adversos do uso de sibutramina - 14 relacionadas a problemas cardiovasculares. Não houve mortes. Segundo o presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, haverá em fevereiro uma reunião da Câmara Técnica de Medicamentos para analisar os resultados desse estudo e decidir qual atitude tomar.
— Podemos manter o nível de alerta atual, ampliar as contraindicações e as restrições de venda ou até mesmo proibir a substância no país — afirmou.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) enviou ontem uma carta à agência pedindo a retirada da droga do mercado brasileiro. O texto alega que "as características da população à qual o medicamento é destinado tornam a situação mais séria, posto que a obesidade é fator de aumento de risco de doenças cardiovasculares." O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Ricardo Meirelles, afirmou em nota que "não há, até o momento, evidências de que a prescrição criteriosa do medicamento, apenas para pacientes sem contraindicações formais para o seu uso, ocasione aumento de eventos cardiovasculares". Segundo relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), o Brasil está, ao lado da Argentina e dos Estados Unidos, no topo do ranking mundial de consumo de remédios para emagrecer. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Fonte: Agência Estado

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Entrevista do Dr. Roberto Luiz D'Ávila, presidente do CFM, à revista IstoÉ


"Faremos uma varredura nas clínicas de lipo", disse o presidente do CFM


Com 53 anos de idade, o presidente do Conselho Federal de Medicina, o cardiologista carioca Roberto Luiz D'Ávila, nunca deixou de ocupar cargos nas entidades que representam os médicos. Por três vezes consecutivas, foi presidente do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina. Em outubro do ano passado, assumiu o CFM disposto a resgatar a relação de diálogo e contato entre médicos e pacientes. D'Ávila também quer fazer exames de avaliação dos cursos de medicina no País e aumentar a fiscalização preventiva sobre clínicas, principalmente aquelas nas quais são realizadas lipoaspirações, onde proliferam casos de erros médicos.

Mestre em neurociência pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutorando em bioética pela Universidade do Porto, em Por­tugal, o presidente do CFM lançará nas próximas semanas no Brasil um plano nacional de fiscalização. "Aumentaremos o número de fiscais e visitaremos todas as clínicas", avisa.

Istoé - 56% dos estudantes do sexto ano de medicina que fizeram o exame do Conselho Regional de Medicina de São Paulo em 2009 foram reprovados. O que pensa disso?
Roberto Luiz D'Ávila – Isso demonstra que, olhando genericamente, metade dos médicos recém-saídos não teria a qualidade desejada para atender a população. Mas é uma visão parcial, míope. Há alunos bem preparados que não passam no vestibular. E o aparelho formador não está sendo analisado. É necessário avaliar os professores e a metodologia.

Istoé - O sr. defende uma avaliação de conteúdo do ensino?
Roberto Luiz D'Ávila – Exatamente. A avaliação que se faz é falha. Temos uma comissão reunida e a pauta é chamar os 179 coordenadores de cursos de medicina. Não temos ação sobre os estudantes, mas temos jurisdição sobre médicos e professores. É uma maneira de avaliarmos os cursos indiretamente. Queremos mostrar ao Ministério da Educação que temos condições de colaborar na melhora da qualidade do ensino médico.

Istoé - Um dos problemas no início da carreira médica é a pesada carga de trabalho a que são submetidos os médicos residentes. O que fazer em relação a isso?
Roberto Luiz D'Ávila – Temos 25 mil residentes. E em muitos casos há sobrecarga. Por isso a Comissão Nacional de Residência Médica mantém programas constantes de avaliação. Isso exige um trabalho ininterrupto de denúncia e investigação dos exageros.

Istoé - Por que em um país como o nosso, onde há 340 mil médicos, há 500 cidades sem esse profissional?
Roberto Luiz D'Ávila – Existe uma má distribuição de médicos. Há uma concentração na faixa litorânea e nas grandes capitais. Em Alagoas, 92% dos médicos estão em Maceió. Os outros 8% estão na Zona da Mata e no litoral.

Istoé -Por que não se estimula a interiorização da medicina?
Roberto Luiz D'Ávila – Essa é uma crítica que faço ao Ministério da Saúde. Não há uma política pública eficaz nesse sentido. Não adianta mandar o médico sozinho para o interior se não há estrutura para atender os pacientes. No Amazonas, por exemplo, onde às vezes se leva sete dias para chegar a um vilarejo, podem me pagar R$ 50 mil, R$ 100 mil por mês e eu não vou trabalhar nesse interior. Para fazer o quê? Um estetoscópio no pescoço e um aparelho de pressão? Não faço nada.

Istoé - Por que nenhum governo no Brasil conseguiu melhorar o atendimento nos hospitais públicos?
Roberto Luiz D'Ávila – O SUS, do jeito que foi sonhado, é um dos melhores sistemas públicos do mundo. Ele é bom, deve ser apoiado, só que sofre de dois problemas crônicos: financiamento e gestão. Nunca foi dito exatamente qual a participação percentual dos respectivos governos. Quando você tem o governo federal colocando de 6% a 8%, o estadual de 4% a 6%, o municipal de 2% a 4%, nenhum sistema público pode funcionar adequadamente. Não houve a sonhada municipalização, mas uma "prefeiturização". Os médicos são contratados a título precário, sem garantias trabalhistas ou férias. O emprego acaba sendo um bico para o menino que não passou na prova de residência.

Istoé - E em relação aos planos de saúde? Os médicos também não são bem tratados por eles.
Roberto Luiz D'Ávila – Os planos estão remunerando mal os médicos. Por isso, estamos vendo movimentos de paralisação, como o realizado pelos pediatras aqui em Brasília. Penso que isso vai se espalhar rapidamente para as outras especialidades. Os planos de saúde aumentaram 140% nos últimos dez anos o valor de sua cobrança para os pacientes e elevaram o pagamento dos médicos apenas 40%. A base começa a não aceitar mais receber R$ 35 por consulta, que após o pagamento das taxas, aluguel, secretária, acaba virando R$ 11 por consulta.

Istoé -Por que acontece isso, um sistema suplementar que remunera mal os médicos e muitas vezes não atende os pacientes?
Roberto Luiz D'Ávila – As pessoas fazem seus contratos e aqueles assinados principalmente antes de 1999 eram leoninos. O indivíduo contratava só a internação e um quarto coletivo. Não contratava outros serviços. Quando ele adoece, a doença não pergunta qual é o plano que paga, o tipo de hotelaria que dispõe dentro do hospital. E aí a demanda entra no campo jurídico.

Istoé - Como o sr. vê esse problema?
Roberto Luiz D'Ávila – A briga na Justiça não deveria sequer ser necessária, porque o que está em jogo é a vida do paciente. Agora, a Agência Nacional de Saúde Suplementar está sendo obrigada a incorporar novos procedimentos a serem oferecidos aos doentes, como os transplantes de medula óssea. Não tem saída. E ela provavelmente está fazendo isso porque o Judiciário está indo na frente, obrigando a oferta desses tratamentos. O fato de o Judiciário seguir adiante da própria agência reguladora e das operadoras de saúde é um absurdo.

Istoé - Por que ocorrem ainda várias mortes e erros em cirurgias de lipoaspiração?
Roberto Luiz D'Ávila – A formação de muitos médicos que realizam o procedimento não é sequer avaliada. Alguns vão para Buenos Aires e fazem um curso de final de semana e voltam se dizendo especialistas em medicina estética, por exemplo. Geralmente os casos que dão problema são feitos em clínicas que sequer têm o alvará da Vigilância Sanitária. São consultórios transformados em clínicas. O problema é que se você for mexer no seu nariz com o Ivo Pitanguy (o mais renomado cirurgião plástico brasileiro), você vai pagar R$ 60 mil. Se você for em um médico que não fez residência em cirurgia plástica e que está operando nos fundos de uma clínica, vai custar R$ 1,5 mil.

Istoé - Como acabar com isso?
Roberto Luiz D'Ávila – Fiscalização. Vamos lançar agora um plano nacional de fiscalização dirigido a todas as clínicas e consultórios. Os conselhos, durante muito tempo, só funcionavam quando demandados. A lei diz isso. Você só apura mediante denúncia. Passamos a contratar médicos-fiscais. Hoje o departamento de fiscalização do CRM em São Paulo, por exemplo, tem dez ou 12 médicos-fiscais andando pelo Estado inteiro, indo de clínica em clínica. Hoje estamos em parceria com a Vigilância Sanitária. Esse plano nacional vai potencializar ainda mais essa ação. Visitaremos todos os consultórios e clínicas. Vamos fazer uma varredura.

Istoé - Os senhores vão checar alvará, limpeza, higiene, tudo isso?
Roberto Luiz D'Ávila – Tudo. Desde o anúncio até a verificação dos aparelhos, dos equipamentos de emergência.

Istoé - Nesta área da beleza, o que o sr. acha dos profissionais que se dizem especialistas em medicina estética?
Roberto Luiz D'Ávila – A medicina estética não é regulamentada. Para nós, do CFM, nem sequer existe essa especialidade.

Istoé - Mas então a medicina estética não deveria ser proibida, se não é regulamentada?
Roberto Luiz D'Ávila – Não. Ela precisa de regulamentação. O que está acontecendo com a medicina estética? Ela está sendo relegada a uma medicina de desejos. É diferente de uma medicina de necessidades. A medicina estética é movida a vaidade. E não está submetida nem ao SUS nem à saúde suplementar. Está num limbo, num vazio.

Istoé - Biomédicos e farmacêuticos acusam os médicos de corporativistas quando o assunto é o projeto do Ato Médico (define as atividades privativas de médicos e quais podem ser realizadas por outros profissionais de saúde), que deve ser aprovado pelo Senado. Qual a sua opinião?
Roberto Luiz D'Ávila – É um equívoco. Não sei se é intencional. No nosso projeto está muito claro o respeito às leis dessas profissões. Nas leis deles, nenhuma fala em diagnóstico de doença, em tratamento. Diagnóstico e tratamento de doenças é privativo dos médicos. Não podemos entender que outras profissões façam o papel de médico. Se tirar o diagnóstico e o tratamento dos médicos, tirou tudo, tirou a essência da profissão. É um pouco de corporativismo da parte das outras profissões.

Istoé - O que o sr. acha da proposta de criação de um novo imposto para financiar a saúde, a exemplo da CPMF?
Roberto Luiz D'Ávila – Somos contrários a esse novo imposto por uma razão muito simples: apoiamos o ministro Adib Jatene quando ele, de pires na mão, pediu a CPMF. Acreditávamos que aquilo era só para ser usado na área da saúde. Aquele percentual daria realmente um dinheiro necessário para melhorar a saúde, para investir mais e dar melhor qualidade de atenção. Fomos parceiros. Apoiamos de verdade a iniciativa. Depois, vimos que o uso do percentual foi subtraído e não foi utilizado na saúde.

Istoé - O que o sr. acha da gestão da saúde nesses dois governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
Roberto Luiz D'Ávila –Não foi aquilo que foi prometido. Ele disse que resolveria o problema da saúde, das emergências, e ainda há muito o que fazer nesse sentido. Deveríamos ter uma preocupação maior com o atendimento ambulatorial. E o programa Saúde da Família ainda é pequeno para a extensão deste país. A saúde é um dos pontos fracos do governo.

Fonte: Entrevista publicada na Revista IstoÉ em 23/01/2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

Comissão de Especialidades discute reconhecimento da Medicina Tropical

O reconhecimento da Medicina Tropical como área de atuação da Infectologia foi um dos assuntos discutidos nesta sexta-feira (22) na reunião da Comissão Mista de Especialidades, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB).
A proposta foi apresentada pelo representante da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Aluisio Augusto Cotrim Segurado, ao coordenador da Comissão Mista de Especialidades, Antônio Gonçalves Pinheiro (CFM) e aos membros Aldemir Humberto (AMB), Maria do Patrocínio Tenório Nunes (Comissão Nacional de Residência Médica) e Cid Carvalhaes (Comissão Nacional de Residência Médica).
A Comissão Mista de Especialidades também tratou do tema criação de área de atuação com os representantes da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Etelvino de Souza Trindade e Rodrigo de Rodrigo de Aquino Castro.
Como parte das atividades, foram respondidos protocolos sobre registro de títulos e validade de cursos de especialidade nas áreas de endocrinologia e cirurgia plástica, além de recebidas sugestões sobre nomenclatura e acesso à especialização médica.
A próxima reunião da Comissão Mista de Especialidades está marcada para 12 de março, na sede do CFM.
Fonte: Portal Médico - CFM

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Novo tratamento é eficaz contra esclerose múltipla

Um novo tratamento se revelou eficaz contra a esclerose em placas, ou esclerose múltipla, ao reduzir claramente o agravamento e as recaídas desta doença inflamatória do sistema nervoso central, segundo um teste clínico publicado pelo New England Journal of Medicine (NEJM).
O Cladribine é o primeiro tratamento experimental que pode ser aplicado por via oral para combater esta grave infecção de origem desconhecida. O estudo clínico foi realizado com mais de 1.300 acompanhados durante cerca de dois anos. Também foram realizados exames de ressonância magnética. O Cladribine elimina também os efeitos colaterais causados pelas atuais terapias, segundo os autores do estudo. Basta tomar os comprimidos durante um período de 8 a 10 dias por ano, evitando as injeções intravenosas às quais são submetidos atualmente os pacientes ao longo de todo o ano.
"A chegada do Cladribine, que não produz efeitos colaterais a curto prazo e é muito fácil de tomar, terá um importante impacto sobre o tratamento da esclerose em placas", afirma Gavin Giovanonni, da London School of Medicine and Dentistry, principal autor da pesquisa.
Entre os que participaram do teste, quem tomou Cladribine teve 55% menos risco de recaída e 30% menos probabilidades de que sua condiçao se agravasse do que o grupo tratado com placebos.O Cladribine atua neutralizando o sistema imunológico, o que impede que ataque ainda mais o sistema nervoso central. Foi desenvolvido pelo grupo farmacêutico Merck Serono, filial do grupo alemão Merck KGaA.
Fonte: Agência France-Presse

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Semana Mundial de Luta contra a Hanseníase tem atividades em todo o país

A Semana Mundial de Luta contra a Hanseníase, de 25 a 31 de janeiro, será marcada por atividades em todo o país, todas objetivando alertar a sociedade sobre os sinais e sintomas e a busca ativa de novos casos da doença. Em Brasília, será realizado no dia 28de janeiro, às 10 horas, no Auditório Emílio Ribas (Edifício-Sede do Ministério da Saúde), o debate Hanseníase no Brasil: Avanços e Desafios, com a participação das coordenadoras do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, Maria Aparecida de Faria Grossi, de Pesquisa e Processamento de Demandas do MS, Maria Augusta Assirati, e do Grupo de Apoio às Mulheres Atingidas pela Hanseníase (Gamah), Marly Marques. “É importante que a mobilização envolva todo o país, para que a população saiba como reconhecer os sinais e sintomas da hanseníase e como desenvolver ações de prevenção”, afirma Aparecida Grossi.
Em Pernambuco, uma das atividades da Semana será a entrega de prêmios do I Concurso Pernambucano de Educação em Saúde – Tema: Hanseníase, no dia 27. O concurso contou com a participação de alunos de escolas públicas, com idades de 11 a 16 anos, que produziram histórias em quadrinhos sobre a doença. Os sinais e sintomas da hanseníase serão divulgados nos vidros traseiros de 40 ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife. Em Mato Grosso, será realizado no dia 29 o I Encontro de Pacientes e Ex-Pacientes de Hanseníase do Estado de MT, além de divulgação de informações e celebração de Missa pelo Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, no dia 31. Já no Piauí, além dos mutirões de detecção de casos em diversos municípios do Estado, também será realizado o Curso de Gerentes Municipais em Hanseníase.
Nos estados de Rondônia, Sergipe, Goiás e Rio Grande do Sul haverá distribuição de panfletos e palestras de sensibilização e apresentações teatrais em empresas, escolas, igrejas, centros comunitários e outros locais públicos. No Distrito Federal, o principal evento ocorre na semana posterior, no dia 4 de fevereiro, quando acontece o II Encontro de Pacientes e Ex-Pacientes de Hanseníase do Distrito Federal.
Fonte: MS/SVS

Fiocruz doa 40 toneladas de remédios ao Haiti

A Fiocruz, por meio do seu Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), doará 40 toneladas de medicamentos às vítimas do terremoto no Haiti. O carregamento será entregue ao Ministério da Saúde, que ficará responsável por enviá-lo ao país. Serão disponibilizados kits com 24 medicamentos (veja a lista completa abaixo). Entre eles, estão, entre outros, antibióticos, analgésicos, antiinflamatórios, anti-hipertensivos, sais para reidratação oral e escabicidas (utilizados no combate à sarna).
O diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe, lembrou que, como instituição pública de saúde, a Fiocruz tem por obrigação mostrar-se solidária, sempre que possível, em momentos de dificuldade. “A tragédia no Haiti teve proporções inimagináveis. Se podemos ajudar nossos irmãos haitianos, temos que fazer isso”, comentou o diretor.
Fonte: Fiocruz

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Parto natural é três vezes mais seguro que cesariana

Em meio à epidemia de cesarianas que enfrenta o Brasil, segundo palavras do próprio Ministro da Saúde José Gomes Temporão, a Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de divulgar um novo estudo sobre o risco desta opção cirúrgica, quando feita sem necessidade médica: os partos naturais são quase três vezes mais seguros para mães e bebês. A pesquisa feita com 107 mil mulheres, todas da Ásia, identificou que quando a criança nasce por meio das cesáreas sem indicação por quesitos médicos, a mortalidade da mãe, a necessidade de fazer transfusão de sangue e o encaminhamento dos bebês após o nascimento para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são 2,7 vezes com mais freqüentes.
O alerta foi feito com base em um índice alarmante: 27,3% das asiáticas avaliadas na pesquisa foram submetidas a cesarianas, taxa alta comparada aos 15% preconizados pela OMS, porém bem inferior ao índice encontrado entre as brasileiras. Do total de partos no País, 43% são cesáreas. Quando na conta entram apenas os procedimentos realizados em maternidades particulares, o registro sobe para 84%, informou ano passado a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O índice é recordista mundial, afirma o Conselho Federal de Medicina (CFM) e, apesar dos esforços do governo para reduzir as taxas, o efeito foi inverso. O cenário é de aumento de cesarianas já que em 2000, 80% dos partos em unidades privadas em saúde eram deste tipo.
Em muitos casos, lamentam os especialistas, a escolha pela cesárea é por motivos banais. Data de aniversário no mesmo dia do que a mãe, agendas complicadas, mês ou signo preferidos já apareceram como justificativa. Ano passado foi noticiado que alguns casais marcaram a cesárea para o dia 09/09/09 só por causa do ineditismo da data.
A atriz e apresentadora Fernanda Lima foi escalada pelo Ministério da Saúde para tentar ajudar na mudança de quadro. Na época em que estava grávida de gêmeos, ela fez propaganda sobre a importância do parto natural. A causa também virou bandeira do CFM que criou no final do ano passado uma comissão especial para cuidar do assunto.
“Fizemos um fórum em novembro de 2009 e reunimos obstetras, pediatras e mulheres para tentar reverter o quadro, em uma parceria sugerida pela ANS”, afirmou o médico pediatra José Fernando Vinagre, coordenador da Comissão de Parto Natural do CFM. “Já sabemos que para a reversão dos índices precisamos que os hospitais tenham condições de oferecer excelência no atendimento e realização do parto natural. Por isso, este ano, começamos a visitar as maternidades por todo País e vamos fazer uma ampla pesquisa com os obstetras para identificar quais são as principais demandas e falhas atuais”, completou Vinagre. A pesquisa deve ser concluída em julho e a esperança do Conselho e traçar outro paradigma de maternidade.
Com relação aos médicos, a rotina atribulada de trabalho – mais de 70% atuam em dois ou mais empregos revelou censo feito pelo Conselho de Medicina de São Paulo – pode ser um dos motivos. É sabido que alguns trabalhos de parto chegam a durar nove horas e a maior parte das cesáreas podem ser feitas em uma hora e meia. Apesar disso, as vantagens do parto natural são incalculáveis, informa o Ministério da Saúde.
Estudos internacionais já demonstram que fetos nascidos entre 36 e 38 semanas, antes do período normal de gestação (40 semanas), têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, acabam precisando de internação em unidades de cuidados intermediários ou mesmo em UTIs neonatais. Além disso, no parto cirúrgico há uma separação abrupta e precoce entre mãe e filho, num momento primordial para o estabelecimento de vínculo.
Entender os motivos que fazem as mulheres priorizarem a cesariana também foi o foco de uma enquete realizada por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Eles acompanharam de perto 23 grávidas que acabaram fazendo cesárea. Ao perguntar a opinião delas sobre o aumento crescente de mulheres que fazem uma cesárea, o principal fator foi o medo das dores do parto e o desconhecimento das vantagens do parto normal. “Algumas mulheres do setor privado destacaram a possibilidade de programar o parto devido à vida agitada da mulher contemporânea, em vez de esperar pela imprevisibilidade do parto normal”, afirmam os pesquisadores nos Cadernos de Saúde Pública, veículo em que o estudo foi publicado.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Hospital de campanha brasileiro no Haiti terá 46 profissionais de saúde

Um total de 46 militares – entre médicos e enfermeiros – será enviado ao Haiti nas próximas horas para integrar o hospital de campanha montado pelo governo brasileiro naquele país. Nota divulgada hoje (14) pela Aeronáutica informa que também serão enviados equipamentos para centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva (UTI), aparelho para raio-X, laboratório e módulos para atendimento ambulatorial.
O hospital de campanha vai atender urgências e emergências, com capacidade para realizar cirurgias e para socorrer pacientes em estado grave. A equipe conta com militares que já trabalharam em hospitais de campanha na década de 80 no atendimento às vítimas de um terremoto em El Salvador e também no Haiti.
O local, composto por barracas climatizadas, funciona como uma espécie de hospital móvel para curto período de internação de pacientes e para atender feridos em combate. O material a ser levado para Porto Príncipe, capital haitiana, já está na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, e será transportado em aviões Hércules C-130.
Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Morre Zilda Arns

Uma perda brutal para a medicina social brasileira, principalmente para as crianças da Pastoral fundada por ela. Zilda Arns morreu nesta terça-feira (12), no terremoto de grau 7 que atingiu o Haiti, quando estava em missão humanística naquele país - o Brasil lidera as forças de paz da ONU no Haiti desde o golpe de estado que levou o país aos confrontos generalizados e convulsão social.
Zilda era médica sanitarista e pediatra, catarinense de nascimento (em Forquilhinha, mesma cidade de seu irmão, o cardeal D. Paulo Evaristo Arns), morando em Curitiba, de onde coordenava a Pastoral da Criança, entidade internacional criada por ela. Também foi fundadora da Pastoral da Pessoa Idosa e era representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Suas participações em eventos internacionais são diversas, da Angola à Indonésia, Estados Unidos e Europa, Zilda Arns representa a Pastoral, palestra, acompanhava comitivas brasileiras a outros países e leva a Pastoral da Criança para o mundo.
Que esteja em paz, onde estiver, abençoada pelos frutos de suas sementes plantadas neste mundo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Novo remédio contra a impotência tem ação mais rápida

Surge uma nova solução para homens que sofrem de impotência sexual. O laboratório americano de biotecnologia Vivus apresentou nesta segunda-feira a análise de um teste clínico realizado com o Avanafil, um remédio experimental contra a impotência que atuaria 15 minutos depois do consumo, ou seja, mais rapidamente do que o Viagra, Cialis ou Levitra.
"A amplitude do Avanafil nos 15 primeiros minutos foi surpreendente", afirma Leland Wilson, presidente do Vivus, num comunicado que detalha resultados do teste clínico de fase 3 (a última antes da autorização da Agência de Regulação de Medicamentos nos Estados Unidos, a FDA).
"Esses novos dados vêm confirmar as características do Avanafil e suas diferenças em relação aos demais fármacos usados por via oral atualmente no mercado", acrescentou.
Fonte: Agência France-Presse

Theodor Schwann

Theodor Schwann (Neuss, 7 de dezembro de 1810 — Colônia, 11 de janeiro de 1882) foi um astrônomo, professor de matemática e um ator muito bem sucedido polonês, co-fundador e melhor amigo íntimo de Matthias Schleiden, da teoria celular e neonuclear.
Schwann estudou medicina em Berlim, onde teve como professor Johannes Peter Müller. Aí, descobriu e preparou a primeira enzima de um tecido animal: a pepsina (uma das enzimas digestivas).
Em 1838, Schwann tornou-se professor na Universidade de Lovaina, na Bélgica, e na de Liège, dez anos depois. Estudou a fermentação do açúcar e do amido enquanto processos biológicos, as propriedades e o funcionamento dos músculos e as células nervosas. O estudo destas últimas levou-o à descoberta das chamadas células de Schwann. Foi também o criador do termo "metabolismo" para designar os processos químicos de um organismo biológico. Foi responsável, também, por importantes contribuições na área da embriologia, ciência que praticamente fundou, ao estudar o desenvolvimento da primeira célula resultante da fecundação - o ovo - até à formação de um organismo completo.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Senado Federal confirma: 62% da população é favorável ao Ato Médico

62% da população é favorável ao PLS 268/02 que define as atividades privativas dos médicos. O número foi constatado em enquete promovida pela Agência Senado. A pesquisa ficou disponível por todo o mês de dezembro no site do Senado Federal e recebeu 545.625 votos. A enquete foi a que mais recebeu votos dos internautas desde maio de 2009, quando esse tipo de consulta começou a ser feito pela Agência Senado e pela Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública (Sepop). Já aprovado pelo Senado, o texto recebeu emendas da Câmara dos Deputados, que agora estão sendo analisadas pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
De acordo com o relator do projeto, senador Antonio Carlos Valadares (PSBSE), em fevereiro poderá estar concluído o parecer na CCJ. O substitutivo será votado ainda na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para, somente então, ser apreciado pelo Plenário.
Fonte: Portal Médico - CFM

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Hormônio do apetite reduz riscos de Alzheimer

Um estudo americano aponta que altos níveis de um hormônio que controla o apetite - a leptina - parece reduzir também os riscos de uma pessoa sofrer de Mal de Alzheimer. A pesquisa, que durou 12 anos, analisou 200 idosos e as conclusões foram publicadas nesta quarta-feira no Journal of the American Medical Association.
Entre os idosos acompanhados pelos pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Boston, 20% dos que apresentavam os menores níveis de leptina desenvolveram Alzheimer ao longo de mais de uma década de pesquisa. Entre aqueles que apresentavam os maiores níveis de leptina, esse número baixou para 6%. A leptina é um hormônio produzido pela gordura das células que envia um sinal de saciedade ao cérebro, reduzindo o apetite. Agora, novas evidências sinalizam que ela beneficia o desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da memória. De acordo com a pesquisa, a leptina atua nessa região reduzindo os níveis de beta-amilóide, uma proteína do cérebro que contribui para o desenvolvimento do Alzheimer.
Susan Sorensen, coordenadora da pesquisa, afirma que as conclusões são "importantes" e devem ajudar no tratamento dos doentes. "Agora, é necessário fazer novas pesquisas para entendermos melhor essa relação. Isso pode nos aproximar das causas da doença e oferecer informações vitais para o desenvolvimento de novos medicamentos", afirmou Susan no estudo.
Fonte: VEJA Saúde

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Será que você tem pré-hipertensão?

Se o medidor acusa que ela não está alta pra valer, apenas ultrapassou ligeiramente os limites considerados seguros, saiba que esse estágio limítrofe foi batizado por especialistas americanos de pré-hipertensão. E é a sua grande oportunidade de prevenir a doença propriamente dita e poupar o organismo. Não dá pra negligenciar o alarme e esperar que a pressão arterial suba de vez, provocando toda sorte de estrago nos vasos sanguíneos e no coração. E tamanha é a importância de atentar para esse estágio preliminar do problema que a discussão ganhou espaço na respeitada revista científica americana New England Journal of Medicine. Em um artigo recém-publicado ali, o pesquisador Aram Chobanian, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, alerta que a porcentagem de pré-hipertensos na terra do Tio Sam já supera os 30%. Isso quer dizer que a medida da pressão dessa gente se encontra na faixa entre os desejáveis 12 por 8 e os 14 por 9, o limite a partir do qual a pessoa é considerada hipertensa.
“Todos esses indivíduos pré-hipertensos já correm um risco significativamente maior de sucumbir aos males cardiovasculares”, ressalta Chobanian, em entrevista à SAÚDE!. “De fato, a cada 20 miligramas de mercúrio adicionais na pressão máxima, chamada de sistólica, e 10 na mínima, a diastólica, a probabilidade de alguém ter um infarto ou derrame dobra”, confirma o nefrologista Décio Mion Junior, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.
Embora os especialistas brasileiros ainda não tenham adotado a classificação americana, eles concordam que, se a pressão passou dos valores ideais, é necessário tomar providências precocemente, em vez de cruzar os braços, achando que talvez ela nunca alcance o limiar perigoso. A probabilidade de isso acontecer é grande em quem apresenta o aumento discreto. “Estudos mostram que, em 31% dos casos, a pré-hipertensão evolui para a enfermidade em si”, confirma o cardiologista Rui Póvoa, da Universidade Federal de São Paulo. É uma proporção alta. Não dá para brincar.
E quanto mais longo for o período de exposição a esse estágio prévio, mais difícil é retomar as rédeas da situação. “Quando as artérias são pressionadas além do que deveriam, elas sofrem alterações em sua função e em sua estrutura, o que prejudica toda a circulação”, explica o nefrologista Celso Amodeo, do Hospital do Coração, em São Paulo. “Aí é mesmo difícil reverter os estragos.” Ou seja, deve-se encarar essa fase como um sinal amarelo — o corpo está em desequilíbrio. E claro: mudar o estilo de vida para driblar esse gol contra.
Se nem a hipertensão em si costuma ter sintomas, imagine como é difícil flagrar a pré-hipertensão. É por isso que, em consultas de rotina, medir a pressão é indispensável, principalmente para quem é filho de hipertensos. “Se um dos pais tem a doença, a probabilidade de a pressão ser alta é de 50%”, justifica Rui Póvoa. Uma vez diagnosticada a chateação, o jeito é mudar tudo na rotina que favorece o quadro nefasto. Quem fuma deve abolir o cigarro. “Além de agredir os vasos, o tabagismo estimula a ação do sistema simpático, elevando a pressão”, lembra o nefrologista Pedro Chocair, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Outro costume nada benéfico é abusar do álcool. “Há evidências de que, em doses modestas, ele até dilataria as artérias. Mas, em excesso, promove sua contração”, revela Marcus Malachias.
A obesidade é outro perigo, especialmente quando concentrada na barriga. “Substâncias nocivas, como a interleucina- 6, são produzidas nas células de gordura dessa região. Elas não só desequilibram o endotélio, comprimindo os vasos, como também estimulam a retenção de sal e líquido”, afirma o cardiologista Otavio Gebara, autor do livro Coração de Mulher, lançado por SAÚDE!. A solução é comer direito e fazer atividade física para emagrecer.
A alimentação, aliás, é um dos quesitos mais importantes quando a meta é derrubar a pressão. “Como a pré-hipertensão está relacionada a uma maior sensibilidade ao sódio, economizar em alimentos salgados é essencial”, diz Celso Amodeo. “Para atingir esse objetivo, evite ingerir produtos industrializados, principalmente os queijos, enlatados e embutidos”, ensina. Em contrapartida, o potássio é bem-vindo ao cardápio porque facilitaria a excreção de sódio. Portanto, a banana e o espinafre são ótimos aliados.
Se você é sedentário, não tem acordo: é preciso levantar do sofá e mexer o corpo — três vezes por semana, durante 20 minutos, no mínimo! “Os exercícios aeróbicos dilatam as artérias e, de quebra, induzem a produção de substâncias relaxantes pelo cérebro, as endorfinas.” Ou seja, espantam o estresse e facilitam o trânsito do sangue. O último conselho é relaxar. “Aposte na ioga ou na meditação, que, comprovadamente, ajudam a baixar o nervosismo”, garante Malachias. Em resumo, a orientação é simples: investir em qualidade de vida. Assim, é muito provável que você espante de vez a ameaça de hipertensão sem remédios. Vale a pena, não vale?
Fonte: Revista Saúde

sábado, 2 de janeiro de 2010

Aberta seleção para mestrado e doutorado em Medicina Tropical

Estão abertas até 22 de janeiro as inscrições para os cursos de mestrado acadêmico e doutorado do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Há duas áreas de concentração: Medicina Tropical/Doenças Infecciosas e Parasitárias e Diagnóstico, Epidemiologia e Controle. São oferecidas 10 vagas para mestrado e cinco para doutorado.
Fonte: Fiocruz

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Controle da malária ganha reforço na Amazônia Legal

Os profissionais da vigilância em saúde e da Atenção Básica que atuam na Amazônia Legal ganham um importante reforço no combate e controle da malária, uma das doenças de maior incidência na região. Por meio da Portaria Número 3,238, de 18 de dezembro de 2009 foi instituído a inserção do microscopista nas Equipes Saúde da Família.
A regulamentação da atuação do microscopista é uma demanda comum aos Estados que compõem esta área, endêmica para esta e outras doenças. Só em 2007, por exemplo, foram coletadas, pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Aproximadamente meio milhão de amostras de sangue para o exame de gota espessa. Contudo estes profissionais encontraram dificuldades em remeter as amostras em tempo hábil para análise, demorando assim, o diagnóstico e tratamento da doença. Com vistas a reverter este quadro e garantir a melhor detecção da doença o microscopista atuará lado a lado aos ACS das unidades às quais estiverem referenciados. Por meio dos exames realizados pelos microscopistas inseridos na Atenção Básica será possível obter o diagnóstico mais rápido não só para malária, como também doenças hemoparasitárias de importância epidemiológica na região, como doença de Chagas e filariose.
Os critérios para seleção de Municípios que farão jus ao recebimento dos incentivos financeiros federais para inclusão do microscopista na atenção básica são os municípios que tenham implantado os Agentes Comunitários de Saúde e/ou Saúde da Família em dezembro de 2007 ou que tenham o Índice Parasitário Anual (IPA) no ano de 2008 igual ou acima de 50 casos por mil habitantes. Também foram priorizados os municípios que concentraram 80% dos casos de malária na Amazônia Legal, no ano de 2008, de acordo com as notificações no Sistema de Informações Epidemiológicas de Malária (SIVEP –Malária).
Fonte: Agência Saúde