
Após 1918 trabalhou no Hospital Laennec (também na França) e em 1921 publicou uma obra pioneira sobre a interpretação radiológica das lesões pulmonares chamada Radiodiagnóstico na tuberculose pleuropulmonar. Em 1922 retorna ao Brasil e assume a chefia do Departamento de Raios X da Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose, no Rio de Janeiro. Por esta época, intensifica as pesquisas de radiografias do tórax mas os resultados são desanimadores. Apenas em 1935, em decorrência dos aprimoramentos dos aparelhos fotográficos, retomou suas experiências no antigo Hospital Alemão do Rio de Janeiro. É nesse período que o cientista concebe um método rápido e barato de tomar pequenas chapas fotográficas dos pulmões para maior facilidade de diagnóstico, tratamento e profilaxia da tuberculose e do câncer de pulmão. Era a invenção da abreugrafia, nome dado em homenagem ao cientista e reconhecida em 1936 pela Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e depois adotada universalmente.
Manuel Dias de Abreu lecionou Radiologia em inúmeras instituições científicas do Brasil e exterior e foi membro das mais importantes organizações médicas do mundo. Foi cavaleiro da Legião de honra (França) e detentor de inúmeros prêmios, entre eles a medalha de ouro que recebeu nos Estados Unidos em 1950 como médico do ano do Colégio Americano de Médicos do Tórax. No campo da medicina e da pesquisa, publicou Idéias gerais sobre o radiodiagnóstico na tuberculose, Estudos sobre o pulmão e o mediastino, Nova radiologia vascular e Radiologia do coração, que o consagraram. Além disso, Abreu publicou obras poéticas: Substâncias, ilustrada por Di Cavalcanti e Poemas sem realidade, que ele mesmo ilustrou.
Ao lado de Carlos Chagas, Vital Brazil, Osvaldo Cruz e outros, Manuel Dias de Abreu está entre os grandes vultos da medicina brasileira. Recebeu pelo menos cinco indicações para o Premio Nobel de Medicina e Fisiologia, embora nunca tenha sido laureado.
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