O consumo de bebidas alcoólicas é um dos principais fatores de risco para o sexo sem proteção, segundo um estudo divulgado pela revista científica The Lancet. A pesquisa foi divulgada quarta-feira na 18ª Conferência Internacional Aids 2010, que acontece em Viena. Um levantamento feito pelo Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde também indica a associação.
A pesquisa, realizada no Brasil com pessoas entre 15 e 64 anos, mostrou que 72,7% acreditam que o uso de álcool ou drogas pode fazer com que as pessoas tenham relações sexuais sem camisinha. Cerca de 24% dos entrevistados já deixaram de usar preservativos sob efeito de álcool ou drogas. O trabalho foi feito em 2008.
"O álcool aumenta a vulnerabilidade, principalmente entre os jovens. A pessoa sob efeito de bebidas alcoólica ou drogas têm uma diminuição da consciência e acaba sendo levada pela emoção, pelo momento", afirmou o diretor adjunto do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa. Segundo o especialista, em alguns casos o excesso de bebidas alcoólicas faz com que a pessoa esqueça o preservativo. Em outros, a pessoa sabe que precisa usar e, se não tem camisinha na hora, faz sexo mesmo assim.
"Temos uma política de redução de danos. Distribuímos preservativo em bares e boates. Mas chega um momento em que a questão se torna mais individual e não temos como atuar", destacou Barbosa. Ele faz um alerta: "As pessoas precisam entender que, mesmo em um ambiente de diversão, precisam estar conscientes de que o risco de vulnerabilidade com o álcool é grande, seja para o HIV ou para um acidente de carro", alerta o diretor adjunto.
Clarissa Mello, Agência O Dia
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