Uma universidade dos Estados Unidos está provocando polêmica após anunciar que vai recusar a formatura de alunos obesos. Em 2006, a Lincoln University, em Oxford, no Estado da Pensilvânia, havia obrigado os estudantes com índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 - um indicador de obesidade - a praticar Educação Física três horas por semana. O curso inclui atividades como hidroginástica, aeróbica e artes marciais. Agora que a primeira turma está para se formar, os que não reduziram seu IMC correm o risco de não conseguirem se formar.
"Cerca de 15% de nossos alunos não conseguiram um IMC menor que 30, portanto, esperamos que dezenas deles não completem o curso", disse à BBC James L. DeBoy, chefe do departamento de Saúde, Educação Física e Recreação da universidade.
LeBoy defendeu a decisão da instituição, dizendo que "tempos drásticos requerem medidas drásticas".
"Estamos em meio a uma epidemia de obesidade nos Estados Unidos, e sabemos que a obesidade se associa a doenças do coração, diabetes, acidentes vasculares-cerebrais, câncer e problemas ósseos e musculares", afirmou.
Mas muitos alunos vieram a público para reclamar da universidade. "O requisito do IMC é ridículo", definiu Sharifa Riley, aluna de jornalismo, à BBC.
"Estou perfeitamente consciente de que a obesidade está se tornando um problema, principalmente para pessoas da nossa idade. Mas os estudantes vêm à universidade para receber uma educação", disse.
"Para mim, trabalhar durante quatro anos para chegar ao final do meu curso e alguém me dizer que não posso me formar por causa do meu peso, não tem nada a ver."
Em entrevista à rede CNN, o professor de Direito David Kairys, da Universidade de Temple, também na Pensilvânia, disse que, do ponto-de-vista legal, a exigência da Lincoln parece "paternalista" e "intrusiva".
"O curso de fitness deveria ser uma escolha do estudante", concluiu.
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