O antibiótico doxiciclina, usado desde 1967 contra uma série de bactérias, pode ser a nova arma contra a tuberculose. Um novo estudo publicado no periódico American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, sugere que o antibiótico pode impedir a tuberculose de causar danos ao pulmão. O resultado é impressionante porque o remédio é usado há 40 anos, mas não havia sido considerado ainda como eficiente contra a tuberculose.
Por ano, mais de 1,5 milhão de pessoas morrem por causa da tuberculose. De acordo com os autores do estudo, cada vez mais, a doença se mostra resistente aos antibióticos comumente usados para tratá-la. É por isso que pesquisadores ao redor do mundo tentam descobrir formas de combatê-la. Em 2011, uma equipe de cientistas da Imperial College London descobriu que a tuberculose aumenta a produção de uma enzima chamada MMP-1. Essa enzima é responsável por destruir o tecido do pulmão. Uma das formas de combater a doença é impedir a produção dessa enzima para minimizar os danos ao órgão.
Agora, os especialistas descobriram, em testes in vitro, que a doxiciclina impede a produção da MMP-1 em células humanas infectadas com tuberculose. A equipe também percebeu que o antibiótico inibe o crescimento da bactéria da doença em cobaias. "O tratamento da tuberculose não sofreu alteração por mais de 30 anos e cepas resistentes aos remédios estão surgindo. Por isso precisamos de alternativas", disse Paul Elkington, chefe da pesquisa. "Como a doxiciclina é barata, segura e amplamente disponível em países subdesenvolvidos, ela pode ser útil no tratamento", disse.
Os resultados da pesquisa são promissores, mas os cientistas vão precisar ampliar o estudo. No momento, os resultados mostram eficácia apenas em células humanas in vitro e modelos animais. "Esperamos realizar um teste clínico em breve para testar se a doxiciclina é eficiente no combate da tuberculose em pacientes."
Fonte: VEJA Saúde
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