Segundo uma pesquisa apresentada nesta terça-feira, no encontro anual da Sociedade Norte-Americana de Radiologia (RSNA, na sigla em inglês), mulheres entre 40 e 49 anos sem histórico familiar de câncer de mama estão tão sujeitas a terem a doença quanto aquelas com casos de câncer na família. Para os autores do estudo, essa descoberta demonstra que mulheres dessa faixa etária podem se beneficiar com exames anuais de mamografia.
A pesquisa reacende o debate em torno da melhor idade e periodicidade para a realização da mamografia, já que o exame expõe as mulheres à radiação, que, em dosagem excessiva, pode estar associada ao câncer.
Em julho deste ano, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG, sigla em inglês), recomendou que o exame fosse feito todos os anos por mulheres acima de 40 anos, seguindo as mesmas indicações da Sociedade Americana para o Câncer. A Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF, sigla em inglês), um painel com apoio federal, em 2009, afirmou, porém, que a mamografia feita antes dos 50 anos deveria ser uma escolha pessoal da mulher e, depois, deveria ser feita a cada dois anos.
O estudo — A pesquisa revisou os casos de câncer de mama diagnosticados entre mulheres de 40 a 49 anos que foram submetidas a mamografia no centro de diagnóstico Elizabeth Wende Breast Care, nos Estados Unidos, entre 2000 e 2010. Os pesquisadores compararam os números do câncer, incidência de doença invasiva e metástase em mulheres com e sem casos de câncer de mama na família.
Entre as 1.071 pacientes que desenvolveram câncer de mama, 373 foram diagnosticadas a partir da mamografia. Delas, 39% tinham histórico da doença na família e 61% não. Entre aquelas com histórico familiar, 63,2% tiveram câncer invasivo e 31% foram atingidas pela metástase. Já entre as mulheres que não tinham histórico familiar, 64% tiveram doença invasiva, e 29% metástase. "Descobrimos que mulheres dessa faixa etária possuem uma taxa significativa de câncer de mama, independente se apresentavam, ou não, histórico familiar da doença", diz a radiologista e uma das autoras do estudo, Stamatia V. Destounis. "Esse estudo demonstra a importância da mamografia anual para o diagnóstico da doença dessas mulheres na faixa dos 40 anos, mesmo sem casos da doença na família."
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