O Instituto Nacional de Câncer, INCA, lançou em 15 de outubro, recomendações para reduzir a mortalidade por câncer de mama no Brasil. São sete orientações que destacam as prioridades de ação para o controle da doença, responsável por cerca de 11 mil mortes por ano no país. Destinado à população em geral e a profissionais e gestores do Sistema Único de Saúde, o documento faz parte das comemorações do Outubro Rosa, mês de mobilização mundial em torno do tema. O documento foi lançado pelo diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini, na abertura do seminário Controvérsias no tratamento de câncer de mama no estadiamento inicial, no Rio de Janeiro. “Temos um desafio de comunicação”, afirmou Santini, referindo-se à primeira recomendação: O INCA recomenda que toda mulher tenha amplo acesso à informação com base científica e de fácil compreensão sobre o câncer de mama. “Com os investimentos feitos nos últimos anos pelo Ministério da Saúde, hoje temos condições de fazer recomendações que o gestor de cada instância de governo, a sociedade e cada cidadão individualmente tem capacidade de implementar”, disse o diretor-geral.
Impressas em um folheto que será distribuído à população, as sete recomendações alertam para a necessidade de a mulher ficar atenta aos primeiros sinais e sintomas da doença e buscar avaliação médica; consideram como direito da mulher com nódulo palpável e outras alterações suspeitas na mama receber diagnóstico no prazo máximo de 60 dias; e reforçam a necessidade da realização de mamografia a cada dois anos para mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, já que a detecção precoce em mulheres saudáveis nesse período reduz a mortalidade.
A quinta recomendação fala sobre a necessidade de que os serviços de mamografia façam parte de programa de qualidade, com certificação visível para as usuárias. A sexta orientação informa sobre formas de prevenção: controle do peso e do consumo de álcool, além da prática da amamentação e de atividades físicas. Por fim, o último item alerta sobre o aumento do risco der câncer de mama com a adoção de terapias de reposição hormonal no período pós-menopausa, que deve ter rigoroso acompanhamento médico.
A coordenadora de projetos e financiamento em pesquisas do Instituto, Marisa Breitenbach, explicou que as recomendações são resultado do trabalho de um dos grupos multidisciplinares instituídos no INCA, chamados Grupos de Tumores. O Grupo de Tumores em Câncer de Mama se reúne semanalmente desde março de 2009 e elaborou as recomendações a partir de estudos sobre as evidências científicas de ações de detecção precoce para mulheres com sintomas iniciais de câncer de mama (diagnóstico precoce) e para mulheres sem sintomas (rastreamento populacional).
Segundo a Estimativa 2010 – Incidência de Câncer no Brasil, produzida pelo INCA, o país terá 500 mil novos casos de câncer por ano. Desses, 49.240 mil são relativos aos tumores de mama. A Política Nacional de Atenção Oncológica, publicada pelo Ministério da Saúde em 2005, considera o câncer de mama como prioridade. No Pacto pela Saúde, o controle da doença também é prioridade. Uma das metas é o aumento da oferta de mamografia pelo SUS, que aumentou 118% entre 2000 e 2007 – de 1,3 milhão para 2,9 milhões. Outra, é o Sistema de Informação do Câncer de Mama (Sismama) em todo território nacional, implementado em 2009, que permite a avaliação e aprimoramento de todas as ações de controle da doença.
Fonte: Divisão de Comunicação Social do INCA
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