"Quereis ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência.
Tens pensado bem no que há de ser a tua vida?"

- Esculápio -

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Estudo mostra que 1 em 10 jovens atendidas no SUS tem DST

Estudo nacional realizado pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids revela que uma em cada 10 jovens brasileiras atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tem doença transmitida pelo sexo.
O relatório indica alta prevalência de infecção por clamídia entre jovens brasileiras atendidas nos serviços públicos de saúde. A clamídia é a doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar homens e mulheres e ser transmitida da mãe para o bebê na passagem pelo canal do parto.
Ao todo 2.071 jovens, entre 15 e 24 anos, atendidas nas unidades do SUS, nas cinco macrorregiões (norte, nordeste, sudeste, sul, centro-oeste), participaram do estudo. A prevalência de clamídia entre as jovens avaliadas foi de 9,8%, sendo que 4% delas também tiveram resultado positivo para infecção por gonorreia.
A infecção atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas também pode atingir a região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares. Se não tratada, é uma das causas da infertilidade masculina e feminina, e pode aumentar de três a seis vezes o risco da infecção pelo HIV.
A doença pode ser assintomática em até 80% das mulheres e em 50% dos homens. Quando os sintomas aparecem, podem ser parecidos nos dois sexos: dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções, presença de secreção fluida. As mulheres podem apresentar, ainda, perda de sangue nos intervalos do período menstrual, dor às relações sexuais, dor no baixo ventre e doença inflamatória pélvica.
Não existe vacina contra a clamídia. A única forma de prevenir a transmissão da bactéria é o sexo seguro com o uso de preservativos. Uma vez instalada a infecção, o tratamento deve ser realizado com o uso de antibióticos específicos e deve incluir o tratamento do parceiro ou parceira para garantir a cura e evitar a reinfecção.
Fonte: O Estado de S. Paulo

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Estudo denuncia adição de açúcar no tabaco para atrair jovens e mulheres

As indústrias tabagistas estão utilizando açúcar e aromas para suavizar o gosto de seus produtos e atrair o público mais jovem e também mulheres, denuncia um estudo do Comitê Nacional contra o Tabagismo francês (CNTC) divulgado nesta quarta-feira pela imprensa francesa.
A análise feita em parceira com uma revista 60 million consumers detalha que para captar novos clientes e fidelizá-los foram desenvolvidos produtos específicos com aromas de baunilha, morango e chocolate, que disfarçam o sabor amargo do tabaco e de maneira paralela reforçam a dependência à nicotina. Um decreto de 2009 proíbe na França adição de adoçante no cigarro e limita a quantidade de aroma de baunilha.
Conforme o estudo divulgado pelo jornal Le Post, "dezenas de outros sabores são permitidos, e o decreto só se aplica a cigarros, e não aos demais produtos de tabaco". "O que está proibido num cigarro pode estar autorizado em outro", lamentam as organizações, as quais encontraram uma quantidade de açúcar próxima de 10% no tabaco de enrolar e adoçantes no papel de fumar.
O número é mais alarmante. Cerca de 7% dos estudantes enrolam seus cigarros e o consumo do tabaco de rolo passou de 5.000 para 7.000 toneladas nos últimos 20 anos.
Marketing — Os cigarros finos fizeram uma ofensiva de marketing às mulheres adicionando aromas de baunilha. As análises descobriram em alguns produtos quantidades dez vezes superiores às autorizadas nos cigarros, alertam os responsáveis pelo estudo.
A revista e o CNCT exigem que a regulamentação se aplique não só de maneira restrita, mas afete todos os produtos do tabaco, e solicitam a proibição dos demais aromas agora autorizados, o que já está em prática no Canadá.
Para resistir à ofensiva da indústria do tabaco às mulheres e aos adolescentes, pedem que a informação nas embalagens seja mais clara, porque não é possível que um consumidor receba mais informações sobre a composição de um iogurte do que de um produto tão nocivo como o tabaco.
No Brasil – Maior exportador de tabaco do mundo, o Brasil envia para o exterior cerca de 675 toneladas de fumo por ano — a produção nacional fica atrás apenas da chinesa, com 779 toneladas. Desse montante, 15% são de tabaco tipo burley, uma qualidade do fumo mais amarga que precisa da adição de até 10% de açúcar para se tornar palatável ao consumidor. “Isso é feito com os olhos voltados ao público jovem, que começa a fumar cada vez mais cedo porque o cigarro vem se tornando mais gostoso”, diz Sérgio Ricardo Santos, coordenador da Comissão de Tabagismo e do Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo, da Universidade Federal Paulista (Unifesp).
E é esse vício cada vez mais precoce que acabou servindo como alerta à classe médica. Segundo Tânia Cavalcanti, secretária executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro, que representa o Brasil no encontro, o tabagismo se tornou uma doença pediátrica, já que os jovens estão começado a fumar perto dos 15 anos. Uma pesquisa de 2004 realizada nos Estados Unidos deixou claro isso: a penetração dos cigarros aromatizados entre adultos com 25 anos ou mais era de 6,7%, mas saltava para 22,8% entre os fumantes de 17 anos. “No Brasil, são 200.000 mortes causadas pelo fumo por ano. Quantos jovens não estão entrando cada vez mais cedo nesse vício?”, questiona Tânia. Há ainda um agravante. Quando o açúcar participa da queima do cigarro, ele se transforma em um composto chamado acetaldeído, que causa a degeneração dos neurônios e câncer.
Fonte: Agência EFE

Anticoncepcional pode diminuir pela metade risco de câncer de ovário

Mulheres que tomam pílula anticoncepcional por dez anos podem diminuir pela metade o risco de ter câncer de ovário, segundo sugere um novo estudo publicado no British Journal of Cancer. 
Utilizar contraceptivos orais durante qualquer período está associado a uma redução de 15% no risco de câncer de ovário. De acordo com a pesquisa, o risco diminui proporcionalmente ao tempo de uso do anticoncepcional. Ao tomar pílula por dez anos, as mulheres tinham 45% menos risco.
Apesar disso, os especialistas afirmam que é preciso ponderar esses resultados em relação ao risco de câncer de mama, que aumenta com os contraceptivos orais. Para cada 100.000 mulheres que tomam pílula durante dez anos, há 50 casos a mais de câncer de mama e 12 casos a menos de câncer de ovário, mostra o estudo. 
A gravidez também foi apontada como um fator que reduz o risco de câncer de ovário. Mulheres que tiveram bebê eram 29% menos propensas a desenvolver a doença do que aqueles que nunca engravidaram.
Para a pesquisa, os cientistas acompanharam mais de 300.000 mulheres que tomavam pílula anticoncepcional com a combinação de dois hormônios: estrogênio e progesterona. Os resultados mostraram que as mulheres que tomavam pílula durante dez anos tiveram o risco de desenvolver a doença cortado pela metade, em comparação com aquelas que usavam a pílula por um ano ou menos. 
Os dados fazem parte de um estudo europeu em andamento chamado Epic (European Prospective Investigation of Cancer), que investiga como a dieta e os hábitos de vida podem estar relacionados ao câncer em mais de meio milhão de homens e mulheres. 
Os resultados adicionam a pesquisas anteriores que sugerem que a pílula e a gravidez podem impactar no surgimento do câncer por conta das alterações dos níveis hormonais no organismo. De acordo com os pesquisadores, ele pode servir para orientar mulheres que tenham maior risco de ter esse tipo de câncer.

Maconha causa caos cognitivo no cérebro

O consumo de maconha está associado a alterações na concentração e na memória que podem causar problemas neurofisiológicos e de conduta, indicou nesta terça-feira um estudo publicado pela revista Journal of Neuroscience. Os pesquisadores descobriram que a atividade cerebral fica descoordenada e inexata durante os estados de alteração mental com resultados similares aos observados na esquizofrenia.
O estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Farmacologia de Bristol, na Inglaterra, analisou os efeitos negativos da maconha na memória e no pensamento. Segundo eles, a droga pode provocar redes cerebrais "desorquestradas".
Matt Jones, um dos autores da pesquisa, equiparou o funcionamento das ondas cerebrais ao de uma grande orquestra na qual cada uma das seções vai estabelecendo um determinado ritmo e uma afinação que permitem o processamento de informações e que guiam nosso comportamento. Para comprovar a teoria, Jones e sua equipe administraram em um grupo de ratos um fármaco que se assemelha ao princípio psicoativo da maconha, a cannabis, e mediram sua atividade elétrica neuronal.
Embora os efeitos nas regiões individuais do cérebro tenham sido muito sutis, a cannabis interrompia completamente as ondas cerebrais através do hipocampo e do córtex pré-frontal, como se as seções de uma orquestra tocassem desafinadas e fora de ritmo. Jones indicou que estas estruturas cerebrais são fundamentais para a memória e a tomada de decisões e estão estreitamente vinculadas à esquizofrenia.
Os ratos se mostravam desorientados na hora de percorrer um labirinto no laboratório e eram incapazes de tomar decisões adequadas. "O abuso da maconha é comum entre os esquizofrênicos, e estudos recentes mostraram que o princípio psicoativo da maconha pode provocar sintomas de esquizofrenia em indivíduos sãos", explicou Jones.
Fonte: Agência EFE

Vacina contra a gripe precisa ser mais eficaz

Após analisar a literatura publicada sobre as vacinas contra a gripe utilizadas nos Estados Unidos, os pesquisadores descobriram que elas são muito menos eficazes do que se imaginava: protegem 59% dos adultos saudáveis, com níveis bem abaixo dos 70% e 90% que se espera de uma imunização desse tipo.  A descoberta se refere à vacina trivalente (que protege contra três vírus diferentes), o mesmo tipo utilizado nas campanhas de vacinação de gripe sazonal no Brasil. A vacina, entretanto, continua sendo a melhor forma de imunização contra a gripe.
Segundo os pesquisadores, contudo, é preciso encontrar novas soluções, a fim de reduzir a gripe, doenças relacionadas e mortes. A análise, publicada na revista The Lancet Infectious Diseases, foi feita a partir de 5.707 pesquisas científicas publicadas entre 1967 e 2011.
Michael Osterholm, autor do estudo da Universidade Johns Hopkins, buscou evidências de eficácia e efetividade das vacinas. Ele reduziu as análises a 31 estudos, que testaram para a presença da gripe em testes de laboratório. Além disso, a pesquisa limitou os resultados para aqueles que usaram ensaios clínicos randomizados ou outros métodos observacionais não enviesados. Eles também chamaram a atenção para a falta de pesquisas em crianças com idades entre 2 e 17 anos.
Os autores concluíram que a vacina atual é o melhor método existente para combater a gripe sazonal. Apesar disso, ela não oferece uma uma proteção de alto nível, especialmente para pessoas em risco de complicações médicas ou aquelas com mais de 65 anos. "A diferença entre 69% de eficácia e efetividade contra 90% tem um impacto importante na saúde pública em qualquer pandemia que causa morbidade grave ou aumento da mortalidade", afirma Osterholm.
Fonte: VEJA Saúde

domingo, 23 de outubro de 2011

Atendimento ambulatorial pelo SUS será suspenso por uma hora na terça-feira

Médicos e servidores, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), devem parar o atendimento ambulatorial nesta terça-feira entre as 13h e 14h. A mobilização é nacional e reivindica melhores salários para a categoria, mais investimento no setor e contratação de mais profissionais. Urgências e emergências não sofrerão com a medida.
O vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc), Vânio Lisboa, explica que o movimento é de todos os profissionais do setor.
— Não envolve só os médicos. E envolve também a população, que convocamos para estar conosco nessa mobilização — ressalta. 
Esta é a terceira mobilização nacional dos profissionais de saúde. Médicos que atendem por planos de saúde paralisaram as atividades em 7 de abril e em 21 de setembro. Eles não concordam com os valores das consultas repassados pelos convênios.
Fonte: Diário Catarinense

Euryclides de Jesus Zerbini


Euryclides de Jesus Zerbini (Guaratinguetá, 10 de maio de 1912 — São Paulo, 23 de outubro de 1993) foi um médico cardiologista brasileiro. Tornou-se internacionalmente conhecido por ter realizado o primeiro transplante de coração no Brasil, sendo o 5º no mundo a fazer o transplante.
Formou-se médico em 1935, especialista em cirurgia geral. Ao realizar o primeiro transplante brasileiro de coração, Zerbini e sua equipe tornaram-se reconhecidos em todo o país e no exterior.
Professor da Universidade de São Paulo, criou o Centro de Ensino de Cirurgia Cardíaca, semente do futuro Instituto do Coração. No dia 25 de maio de 1968, tornou-se o primeiro médico brasileiro a realizar um transplante de coração, seis meses após o transplante pioneiro, realizado em dezembro de 1967 pelo cirurgião sul-africano Christian Barnard. Na noite deste dia, no centro cirúrgico do Hospital das Clínicas de São Paulo, transplantou o coração de Luis Ferreira de Barros, morto por atropelamento, para o peito do lavrador João Ferreira de Cunha, conhecido como João Boiadeiro. João viveria apenas 28 dias com seu novo coração - e Zerbini realizaria mais dois transplantes ainda nos anos 1960. Um dos transplantados, o empresário Ugo Orlandi, viveu 15 meses após a cirurgia. Em 1985, aos 73 anos de idade, Zerbini voltou aos transplantes cardíacos, já na fase dos medicamentos anti-rejeição, e novamente foi pioneiro - ao realizar, dia 3 de junho daquele ano, o primeiro transplante de coração num paciente portador do mal de Chagas, Manoel Amorim da Silva. Em 58 anos de carreira, realizou 40 mil cirurgias cardíacas. Zerbini recebeu 125 títulos honoríficos e inúmeras homenagens de governos de todo o mundo. Participou de 314 congressos médicos. Realizou, pessoalmente ou através de sua equipe, mais de quarenta mil cirurgias cardíacas, trabalhando até poucos meses antes de morrer. Costumava dizer que morreria operando - e quase cumpriu esta profecia. Morreu de câncer, aos 81 anos, no próprio hospital que criou, inaugurou e dirigiu - o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Em 1988, foi objeto de uma biografia, escrita pelo jornalista Celso Arnaldo Araujo e intitulada "Dr. Zerbini - O Operário do Coração", na qual é descrita toda a sua trajetória profissional e a própria história da cirurgia cardíaca brasileira, que teve em Zerbini seu fio condutor.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sociedade Americana reduz idade para tratar TDAH

O déficit de atenção e de hiperatividade (TDAH) agora pode ser diagnosticado em crianças a partir de 4 anos e até 18 anos de idade, segundo uma nova diretriz apresentada no domingo pela Academia Americana de Pediatria. Nas diretrizes anteriores, lançadas em 2000 e 2001, havia somente orientações sobre o diagnóstico e tratamento para crianças com idades entre 6 e 12 anos.
"Tratar uma criança enquanto ela é pequena é importante porque nós aumentamos as chances de elas serem bem-sucedidas na escola", diz Mark Wolraich, pediatra da Universidade de Ciências da Saúde em Oklahoma e autor do novo guia para os médicos. O déficit de atenção e hiperatividade é o distúrbio neurológico do comportamento mais comum nas crianças – em 2007, 9,5% das crianças receberam o diagnóstico de TDAH nos Estados Unidos.
Em crianças com idade entre 4 e 5 anos, os médicos devem priorizar o tratamento com terapias comportamentais. Se todas as estratégias falharem e se as crianças continuarem com problemas que repercutam em sua vida cotidiana, os especialistas devem prescrever o metilfenidato (remédio comercialmente conhecido como Ritalina). Para crianças mais velhas e adolescentes, tanto a terapia comportamental quanto a droga são estratégias recomendadas.
Diagnóstico — Embora as novas diretrizes permitam que crianças a partir dos 4 anos sejam diagnosticadas, há um grande desafio no diagnóstico dos pequenos com essa idade. Isso porque, segundo Wolraich, essas crianças são muito pequenas para já estarem na escola e estão apenas sob a supervisão dos pais. Por isso, há dificuldade para confirmar os comportamentos com as opiniões de professores ou funcionários de uma creche, por exemplo.
Na hora de fazer diagnóstico das crianças menores, os médicos devem acompanhar os sintomas durante nove meses – tempo maior que os seis meses necessários para as crianças mais velhas.
Segundo Wolraich, os pequenos com o problema costumam ter mais chances de se envolver em confusão e de uma expulsão de programas de educação pré-escolar. Em alguns casos, os pais devem procurar uma orientação mais específica para aprender a lidar com o comportamento de seus filhos e ajudá-los no tratamento.
Já o diagnóstico dos adolescentes requer uma conversa com outros adultos, além dos pais. Os médicos devem procurar informações de professores, técnicos, conselheiros e outros adultos que interajam com os jovens.
"Como é uma doença crônica, você deve tentar todas as estratégias necessárias para melhorar essa condição, incluindo a educação da família e também o acompanhamento da criança durante o crescimento", diz Wolraich.
As novas diretrizes serão publicadas na edição de novembro do periódico científico Pediatrics.

sábado, 15 de outubro de 2011

Konrad Emil Bloch

Konrad Emil Bloch (Nysa, 21 de janeiro de 1912  Lexington, 15 de outubro de 2000) foi um bioquímico alemão.
Nasceu em Neisse, na província prussa da Silésia do Império Alemão e estudou na Universidade Técnica de Munique. Em 1934, devido às perseguições aos judeus levadas a cabo pelos Nazis, fugiu para o "Schweizerische Forschungsinstitut" (Instituto de Investigação Suiço) em Davos, Suíça, antes de se mudar para os Estados Unidos, em 1936.
Nos Estados Unidos, Bloch frequentou a Universidade de Columbia e completou um doutorado em bioquímica no ano de 1938. Deu aulas na mesma universidade entre 1939 e 1946, assim como na de Chicago e na de Harvard. Nesta última leccionou até 1982, ano em que se aposentou.
Em 1964, K. E. Bloch recebeu, juntamente com Feodor Lynen, o Nobel de Medicina, por descobertas relativas aos mecanismos de regulação do colesterol.
Morreu em Lexington, Massachusetts, no dia 15 de Outubro de 2000, aos 88 anos.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Pela primeira vez, número de casos de tuberculose cai mundialmente

Um total de 8,8 milhões de pessoas contraíram tuberculose em todo o mundo em 2010, contra 9,4 milhões de casos registrados em 2009, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta terça-feira. É a primeira vez que se a OMS registra uma queda no total de novos casos de tuberculose.
O relatório também mostrou que as mortes causadas pela doença caíram para 1,4 milhão, o menor nível em dez anos, depois de atingir seu pico com 1,8 milhão de mortes em 2003.
Os maiores avanços na luta contra a doença se concentram no Brasil e na China, onde o número de mortos passou de 200.000 para 50.000 por ano em um período de 20 anos. Além disso, a prevalência da doença nos países passou de 215 para 108 casos por 100.000 habitantes.
Mais verbas  — Contudo, a luta contra a doença precisa de um bilhão de dólares suplementares em 2012, segundo a OMS. Os esforços contra a tuberculose multirresistente, em especial, recebem pouco financiamento. Em 2012, 46.000 pessoas no mundo foram tratadas por casos de tuberculose multirresistente, 16% do total da população atingida. Estes pacientes são vítimas de uma bactéria que não responde ao tratamento comum de seis meses e precisam de um tratamento com medicamentos menos fortes e mais caros por dois anos.
Os progressos mais notáveis foram realizados no Quênia e na Tanzânia, onde os casos de tuberculose caíram depois de ter aumentado ao mesmo tempo em que a epidemia de AIDS. "A tuberculose mata cada vez menos e menos gente contrai a doença. É um progresso grande, mas não podemos relaxar nos esforços", comentou o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon. "Milhões de pessoas continuam a contrair a doença todos os anos e muita gente morre. Rogo para esforços sérios para a prevenção e tratamento contra a tuberculose, sobretudo com os mais pobres e mais vulneráveis do planeta", acrescentou.
Brasil — Em retrospectiva, o relatório destacou os grandes avanços desde 1990 no Brasil, onde foi visto "uma queda significativa e sustentável da doença." Na China, as mortes por tuberculose caíram de 216.000 em 1990 a 55.000 em 2010 e a prevalência da tuberculose caiu pela metade, de 215 casos a 108 casos para cada 100.000 pessoas.
"Em muitos países, a forte liderança e o financiamento interno, com forte apoio dos doadores, começou a fazer uma diferença real na luta contra a tuberculose", afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. "O desafio agora é avançar nesse compromisso, de maneira a aumentar o esforço global e prestar especial atenção à crescente ameaça da tuberculose multirresistente", acrescentou.
Fonte: Agência France-Presse

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Gabarito - Prova de MFC

Gabarito da prova de MFC:

1- C
2- A
3- A
4- E
5- A
6- E
7- D
8- A
9- E
10- B
11- B
12- E
13- B
14- C
15- V V F F
16- D
17- C
18- D
19- B
20- D

Nasceu!

Nasceu ontem João Henrique, filho do prof. Julio Corazza, da MFC, com 3145 g e 50,5 cm, na Maternidade Santa Luiza.
Segundo o próprio professor, para estranheza de toda a maternidade e contrariedade do obstetra, nasceu de parto normal, tranquilamente, com dores no momento em que elas deveriam ser sentidas, nos fazendo acreditar nos nossos velhos professores de obstetrícia...
Para quem não conhece, as mãos do prof. Julio estão na terceira foto, fingindo uma troca de fraldas.
Parabéns ao papai fresco, à mamãe Tati e ao João Henrique.



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

É possível voltar ao estado normal após um AVC


As três horas seguintes aos primeiros sintomas de um acidente vascular cerebral, AVC, são decisivas na recuperação do paciente. De acordo com o neurologista especializado no assunto, Antônio Morato Leite Neto, "50% das pessoas que procuram um hospital nas primeiras três horas e são tratadas com o medicamento RTPA recuperam o estado normal de saúde". A outra metade fica com sequelas leves e variáveis, segundo ele. O RTPA é uma droga injetável norte-americana que destrói o coagulo, desobstrui a artéria e impede o avanço do AVC.As consequências dos problemas vasculares no cérebro matam uma pessoa a cada cinco minutos, de acordo com os dados do Ministério da Saúde. A doença segue há anos como a causa que mais mata no País. O problema, segundo Morato, é a procura tardia por ajuda. "A pessoa sente o formigamento na mão e só vai ao médico no dia seguinte", exemplificou. Nesta situação o RTPA não é eficaz. Se o entupimento for causado por um coágulo do coração é usado um anticoagulante no tratamento. Se for acúmulo de gordura, uma droga que evita que as plaquetas grudem na região.
Mais de 60% das pessoas que procuram ajuda muito tempo depois que os sintomas apareceram, ficam com sequelas, de acordo com o especialista. Segundo o vice-presidente do Departamento de Doenças Cérebro Vasculares da Academia Brasileira de Neurologia, Rubens Gagliardi, o tempo é fator crucial na diferença entre ficar com sequelas ou não. "O AVC é o rompimento ou entupimento da veia, que impede o fluxo do sangue. O sangue é o que carrega oxigênio e o combustível para corpo", explicou.
O AVC pode atingir qualquer pessoa, apesar de ser mais comum a partir dos 40 ou 50 anos, e existem casos de jovens de 20 e 30 anos que tiveram o acidente. Antes de ter que buscar ajuda médica, existem hábitos que podem ajudar a evitar o AVC. De acordo com Gagliardi, praticar esporte, evitar alimentos gordurosos, manter o peso ideal, a pressão arterial controlara, colesterol adequado e controlar acido úrico estão na lista de prevenção. "O paciente deve tratar com medicamentos indicados por um profissional quando apresentar alteração", alertou.
O neurologista Antônio Morato Leite Neto classifica o AVC como um problema que manifesta sintomas negativos, de perda. "O braço ou a perna fraquejar, um lado do copo formigar, vertigens fortes, imagens duplas e paralisia", citou Morado sobre sensações que caracterizam um AVC.
Segundo ele, os sintomas podem aparecer de maneira fraca, como apenas um formigamento na mão, como mais agudos, quando a pessoa sente que o teto está girando e perde o equilíbrio. Um dos relatos mais comuns entre os pacientes é a dificuldade para escrever e de articular as palavras no momento do acidente.

Sociedade Brasileira de Pediatria lança campanha contra a violência infantil, subnotificada no Brasil

Às vésperas do Dia das Crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria lança, durante o Congresso Brasileiro de Pediatria, em Salvador, a campanha “Violência é Covardia – crescer sem violência é direito fundamental das crianças e adolescentes”. O problema, que é subnotificado e que não possui dados nacionais confiáveis, é a principal causa de morte de crianças e adolescentes a partir dos cinco anos de idade. “Cerca de 70% dos casos ocorrem dentro das casas, considerados ambientes 'sagrados' – e por isso faltam estimativas que abranjam o território brasileiro”, diz Rachel Niskier Sanchez, coordenadora da campanha. Segundo ela, a primeira causa de violência é a negligência e a segunda é a agressão física.
"No Brasil, temos o Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos e o SIPIA, que é o sistema de informação para a infância e adolescência. Nenhum dos dois representa a magnitude do problema", diz Sanchez.
A ideia da campanha, segundo ela, é mostrar que é possível educar sem violência, evitando que a agressão seja uma forma legítima de solução de conflitos. Crescer em um ambiente violento e sofrendo maus tratos pode trazer consequências ao desenvolvimento e aprendizado das crianças, que são incapazes de se defender. Além disso, quem sofre violência pode apresentar maior índice de depressão, comportamento violento, tentativa de suicídio e distúrbios do sono. Entre os mais vulneráveis, estão crianças que têm pais desempregados, alcoólatras e dependentes de drogas ilícitas. Aquelas com deficiências mentais ou físicas também são mais suscetíveis a sofrer agressões.
Os sinais podem ser invisíveis para quem não está atento, explica Sanchez. Eles podem vir com queixas de falta de apetite, tristeza, problemas para dormir. Quando os sinais são aparentes, as crianças apresentam hematomas, histórico de ossos quebrados, queimaduras, fraturas de crânio, entre outros sintomas. "A campanha tenta trazer para a agenda do pediatra um olhar perceptivo e atento para os casos. Infelizmente, ainda é comum que um menino violentado passe por médicos e enfermeiros sem que a causa de determinada queixa seja identificada", diz.
Em determinados casos, é preciso que o médico peça ao acompanhante para sair do consultório e abordar a criança. Quem souber de algum caso de abuso, pode denunciar para o número 100 — a notificação pode ser anônima. "A prevenção começa no pré-natal, quando o pediatra olha a paciente no olho e dá a atenção que ela precisa. E se prolonga por toda a vida."

domingo, 9 de outubro de 2011

Butantan cria vacina que protege bebês contra coqueluche

Uma nova vacina contra a coqueluche poderá impedir que bebês com menos de seis meses de idade contraiam a doença. Os produtos disponíveis no mercado só imunizam crianças mais velhas e adultos. A alternativa, desenvolvida pelo Instituto Butantan, foi testada com sucesso em camundongos e será submetida a ensaios clínicos em humanos em um ou dois anos.
O projeto custou cerca de 500.000 dólares (940.000 reais). Os recursos foram obtidos por meio de agências de fomento, como CNPq e Fapesp, e instituições como a americana Aeras, que combate a tuberculose, além de outros institutos internacionais de estímulo à pesquisa.
Cerca de 80% dos casos de coqueluche - e todas as mortes - ocorrem no primeiro semestre de vida. "A criança recebe a primeira dose da DTP (que protege contra difteria, tétano e coqueluche) quando está com dois meses", explica Luciana Cezar de Cerqueira Leite, pesquisadora do Butantã que coordenou o projeto da vacina. "Mas seu sistema imunológico ainda está imaturo. A proteção só se torna efetiva depois do sexto mês." Até lá, a criança fica vulnerável à bactéria Bordetella, agente causador da doença, um quadro de infecção do sistema respiratório que pode se tornar muito grave. A vacina convencional contém bactérias Bordetella mortas, que despertam o sistema imunológico e induzem a produção de anticorpos capazes de destruir o microrganismo. É a chamada imunidade humoral que, justamente nos bebês com menos de seis meses, ainda não funciona direito. Cientistas do Butantã buscaram inspiração em outra vacina que, já nos primeiros meses de vida, induz respostas imunológicas satisfatórias: a BCG, usada no combate à tuberculose. Inoculada poucos dias após o nascimento, protege a criança de um eventual contágio materno. Não depende da ação dos anticorpos, mas da imunidade celular - recrutamento de células do sistema de defesa que já funciona com razoável eficácia nos bebês.
Os pesquisadores inseriram um gene da bactéria Bordetella no bacilo atenuado da tuberculose bovina (usado para produzir a BCG), que passou a produzir uma proteína característica da Bordetella. Desta forma, a linhagem transgênica do bacilo tornou-se apta para ensinar o sistema imunológico a reconhecer e combater não só a tuberculose mas também a coqueluche. 
Fonte: VEJA Saúde

Pesquisa testa o uso de derivados do ecstasy para combater o câncer


Dois pesquisadores da Universidade de Western Australia, em colaboração com o professor John Gordon, da Universidade de Birmingham, querem aumentar o efeito da metilenodioximetanfetamina (MDMA, mais conhecida como a droga ecstasy) no tratamento de certos tipos de câncer no sangue, como mieloma, leucemia e linfomas. Segundo Matthew Piggot, professor da Universidade de Western Australia, a estrutura do MDMA pode ser refeita para construir compostos similares à MDMA, mas com propriedades terapêuticas diversas.Em agosto deste ano, Gordon publicou um estudo sobre as propriedades anticancerígenas de uma forma modificada de ecstasy. Agora, o objetivo dos pesquisadores é aumentar o efeito tóxico da droga sobre as células cancerosas e remover sua ação psicotrópica.
Tentativa e erro — A colaboração entre as equipes das duas universidades começou quando Piggot e Gandy estudavam o uso do ecstasy no tratamento da doença de Alzheimer. Quando ficaram sabendo do estudo de Gordon, entraram em contato com ele para mostrar seus resultados com compostos derivados da MDMA. "Ele ficou bastante interessado em usá-los em suas pesquisas", disse Piggot. Por enquanto, os testes estão sendo feitos em amostras de células do sangue, na base da "tentativa e erro", segundo Piggot. "Dos seis componentes inicialmente testados, a maioria não apresentava nenhum efeito. Mas um deles mostrou ser dez vezes mais potente e serviu de fundamento para a primeira leva de compostos similares. Atualmente estamos criando compostos 100 vezes mais potentes."

Tabagismo pode causar 40 milhões de mortes por tuberculose a mais até 2050


Uma perigosa mistura pode levar ao aumento no número de casos de tuberculose em todo o mundo entre 2010 e 2050. Países pobres, nos quais a incidência de tuberculose é alta, estão recebendo cada vez mais investimentos da indústria do cigarro. Como resultado, diz um estudo publicado no prestigioso periódico British Medical Journal, pode haver um acréscimo de 40 milhões de mortes às já previstas 61 milhões no período entre 2010 e 2050, totalizando 101 milhões de mortes.
"Medidas drásticas de controle do tabagismo poderiam evitar milhões de mortes nas próximas quatro décadas", afirma o médico Sanjay Basu, da Universidade da Califórnia em São Francisco, coordenador do estudo. "Controlar o fumo é controlar a tuberculose."O número de casos no mesmo período também deve sofrer um acréscimo de 7%, passando de 256 milhões para 274 milhões. Os pesquisadores usaram um modelo matemático para prever vários cenários de aumento de casos e mortes por tuberculose entre 2010 e 2050. No cenário mais pessimista, o número de casos e mortes acumulados neste período chegaria a 290 milhões e 114 milhões respectivamente.

Segundo o estudo, o tabagismo está aumentando em regiões nas quais a tuberculose é endêmica e, mesmo com os esforços de organizações de saúde para detectar e tratar a tuberculose nestes lugares, é preciso criar restrições aos cigarros. O tabagismo aumenta em 1,9 vez o risco de ter uma tuberculose latente, em duas vezes o risco de desenvolver uma tuberculose ativa e 2,6 vezes o risco de morte pela doença.
No Brasil, segundo pesquisa do Ministério da Saúde divulgada em agosto deste ano, o número de fumantes no país caiu de 16,2% da população para 15,1% entre 2006 e 2010. No mundo inteiro, estima-se que um quinto da população seja fumante.
Fonte: VEJA Saúde

CFM entrará na Justiça contra a proibição da venda de anorexígenos


O Conselho Federal de Medicina (CFM) define essa semana quais serão as medidas judiciais que adotará contra a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a venda de algumas substâncias usadas no tratamento da obesidade. A entidade defende o uso dessas formulas como auxiliares no tratamento de pacientes e pede o fortalecimento de mecanismos de controle de seu uso.

"NOTA DE ESCLARECIMENTO

Com respeito à proibição da venda de inibidores de apetite pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Conselho Federal de Medicina (CFM) esclarece que: Coerente com suas manifestações ao longo dos últimos meses, o CFM defende que os medicamentos inibidores de apetite possam ser usados como auxiliares em tratamentos da obesidade, sempre sob supervisão de médico qualificado na prescrição e na supervisão de cada tratamento. Após avaliar a eficiência dessas substancias, inclusive considerando seus eventuais riscos, o CFM se mantém contrário a sua proibição, o que prejudica médicos e pacientes, e é favorável ao fortalecimento de mecanismos de controle de comercialização e da adoção de ações educativas em larga escala para disciplinar seu uso. O Conselho Federal de Medicina (CFM) aguarda a comunicação oficial de medidas tomadas pela Anvisa relativas ao uso de substâncias anorexígenas, em reunião realizada na manhã desta terça-feira (4). 
Somente após, o tema será levado a debate em sessão plenária da entidade, prevista para ocorrer de 5 a 7 de outubro, quando serão definidas as medidas judiciais cabíveis para proteger a saúde da população e garantir a autonomia dos médicos na escolha das opções terapêuticas reconhecidas cientificamente."
Fonte: Conselho Federal de Medicina

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Anvisa proíbe venda de anfetaminas. Sibutramina é mantida


A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta terça-feira proibir a venda de parte dos medicamentos inibidores de apetite no país. Deverão ser retirados do mercado os derivados da anfetamina (femproporex, anfepramona e mazindol), geralmente usados no tratamento da obesidade. Os remédios terão os registros cancelados e deverão ser retirados das farmácias em sessenta dias, para que os pacientes tenham os tratamentos reavaliados pelos médicos. 
O órgão manteve, em contrapartida, a permissão da venda da sibutramina. Para isso, será necessária a ampliação do controle, com a apresentação, por exemplo, de um termo de informação sobre eficácia e segurança do medicamento, assinado pelo médico e paciente. Existem estudos que indicam que a sibutramina pode aumentar o risco de problemas cardíacos em pacientes com fatores de risco. A decisão sobre as anfetaminas foi unânime: os quatro diretores votaram contra a manutenção da venda dos medicamentos. Já em relação à sibutramina, apenas o diretor José Agenor da Silva defendeu sua proibição.
O diretor-presidente do órgão, Dirceu Barbano, defendeu o fim das anfetaminas, argumentando que elas causam riscos à saúde e que não há comprovação científica de sua eficácia. “Evidências de eventos adversos graves, associados à ausência de comprovação de eficácia e segurança permitem avaliação dos riscos do uso dessas substâncias no tratamento da obesidade”, declarou. Segundo o diretor, os medicamentos são consumidos de forma “indiscriminada” no Brasil há trinta anos.
Barbano defendeu o uso da sibutramina em obesos sem histórico de doenças cardiovasculares, pacientes com diabetes e mulheres com ovários policísticos. “Um plano adequado de minimização de riscos pode permitir utilização com mais segurança”, afirmou.
Controvérsia - A discussão sobre o tema começou em fevereiro, quando a agência manifestou a intenção de excluir os emagrecedores no tratamento de pessoas obesas, por exemplo. Isso depois que a Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) emitiu um parecer defendendo a proibição da venda de todos os emagrecedores, incluindo a sibutramina. O órgão entende que os remédios trazem mais riscos do que benefícios à saúde.
A forte reação da classe médica fez com que fosse convocada um painel científico em Brasília, na metade de junho, com médicos e até com a presença do cardiologista norueguês Christian Torp-Pedersen, integrante do comitê independente que realizou o estudo Scout, sobre os efeitos da sibutramina em pacientes obesos. Foi com base neste estudo que a  Anvisa propôs a proibição dos emagrecedores.
Parte da classe médica é contra a proibição dos medicamentos, porque ficaria sem opção para o tratamento de pacientes com distúrbios alimentares. O Conselho Federal de Medicina (CFM) defendeu o aumento da fiscalização da venda dos emagrecedores, mas apelou para que eles continuem no mercado.
Fonte: VEJA Saúde

Segundo estudo, AVC pode atingir fumante uma década antes do que quem não fuma


Fumantes não só têm o dobro de chance de sofrer AVC como também são quase dez anos mais novos do que não fumantes quando têm esse problema. Foi essa a conclusão que chegou um estudo apresentado hoje no Congresso Canadense de Acidente Vascular Cerebral, em Ottawa.
A pesquisa, feita em uma clínica de prevenção em Ottawa, analisou, entre janeiro de 2009 e março de 2011, 982 pacientes que haviam sofrido AVC. Entre eles, 264 eram fumantes. Os pesquisadores observaram que a idade média entre quem fumava ao sofrer derrame cerebral era de 58 anos, enquanto a dos não fumantes era de 67 anos.
Além disso, o estudo, liderado pelos pesquisadores Mike Sharma e Robert Reid, médicos do Hospital Ottawa, constatou que fumantes têm o dobro de risco de sofrerem um acidente vascular cerebral isquêmico e quatro vezes mais chances de terem um AVC hemorrágico do que a população não fumante.
Andrew Pipe, médico do Instituto do Coração da Universidade de Ottawa e um dos autores do estudo, explica que pacientes que tiveram um acidente isquêmico transitório (AIT) apresentaram dez vezes mais chances de sofrerem um derrame mais grave, especialmente se continuavam a fumar.
“As informações desse estudo sublinham a relevância de ajudar as pessoas a pararem de fumar. Além disso, a pesquisa é um alerta para a comunidade da neurologia sobre a importância de abordar o problema do tabagismo em pacientes que tiveram derrame”, explica Pipe.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, há mais de um bilhão de fumantes ao redor do mundo. O tabaco, ainda segundo a OMS, mata cinco milhões de pessoas por ano e é responsável por 71% das mortes causadas por câncer de pulmão e 42% das mortes em decorrência de doenças respiratórias crônicas.
Já no Brasil, de acordo pesquisa do Ministério da Saúde junto ao Instituto Nacional do Câncer, 18,8% da população é fumante e cerca de 200 mil pessoas morrem todos os anos no país devido ao tabagismo.
“Esse estudo destaca o importante papel do fumo nos derrames. É possível prevenir o AVC: parar de fumar, controlar a pressão sanguínea, seguir uma dieta saudável e ser ativo fisicamente reduz o risco do problema”, explica Sharma.
Segundo os pesquisadores, ao parar de fumar, o risco de uma pessoa sofrer derrames e doenças cardíacas diminui e, entre 18 meses e dois anos, se assemelha a de um não fumante.